quarta-feira, 20 de junho de 2012

O 'doninho' do Brasil


Texto enviado por: Rodrigo da Silva

O mais engraçado dessa história toda de Lula e Maluf são as pessoas que ainda ficam decepcionadas com a atitude do ex-presidente. Você circula a grande rede com as mãos no bolso, como quem caminha numa tarde nublada de uma terça-feira qualquer, e o que ouve nas esquinas é que o Lula e o PT mudaram desde que começaram a se envolver com os mesmos "inimigos" que combatiam; que o Lula está traindo os seus.

Lula e o PT continuam sendo exatamente aquilo que sempre foram. Não há um PT original e um PT pirata. Não há o velho Lula de 89 e o Lula do Mensalão. O Lula que abraça Sarney, Collor e Maluf é o mesmo que abraça Chávez, Fidel e Evo Morales. O Lula que fala para os banqueiros é o mesmo que fala para o povo. O que muda é o discurso. E essa história também serve para o partido, visto que apesar da pluralidade, Lula o transformou em seu próprio instrumento ideológico. O PT nada mais é do que o Lula institucionalizado. E sempre foi assim.

Lula sempre esteve mais preocupado em obter algum tipo de vantagem - quem quer que esteja ao seu lado - do que propriamente abraçar uma causa. Seja nos tempos de sindicato, seja nos tempos de oposição, seja na presidência da república. Quem estivesse disposto a bajula-lo, numa clara tentativa de combater seu próprio complexo de inferioridade em frente a uma geração de intelectuais ao qual nunca fez parte e sempre invejou, era condecorado companheiro. Mais do que um mero presidente, que invade duas, três páginas dos livros de história, Lula foi o operário que sempre sonhou ser patrão. No fim era só uma questão de subir na vida. Virou o doninho do Brasil.

Há um velho ditado português que diz: "quer conhecer o vilão, dê-lhe o cajado". Lula não aliou-se ao lado negro da força. Lula apenas ganhou poder.

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