quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sorteio de Eliminatórias sábado terá protesto por transparência em obras

Do Portal Terra

 . Foto: Celso Paiva/Terra Sorteio, que será realizado na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, custou R$ 30 milhões ao COL Foto: Celso Paiva/Terra

Para criticar as remoções forçadas e a falta de transparência nas obras para a Copa do Mundo de 2014, movimentos sociais organizam um protesto que deve ocorrer paralelamente ao sorteio das Eliminatórias, marcado para o próximo sábado, no Rio de Janeiro.

A intenção é mobilizar 2 mil pessoas para a manifestação. O grupo fará uma caminhada até a sede do evento promovido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), na Marina da Glória, na região central da cidade. A concentração está prevista para as 10h no Largo do Machado.
O protesto é organizado pelo Comitê Social da Copa 2014 e dos Jogos Olímpicos, que aproveita o primeiro grande evento antes do Mundial para chamar a atenção da imprensa internacional.

"A nossa questão não é o evento em si, mas os problemas que estão trazendo para quem mora aqui, principalmente para quem é pobre e será removido", afirmou Marcelo Braga Edmundo, coordenador da Central de Movimentos Populares e um dos organizadores da manifestação.

Segundo dados do Comitê Social e da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos, Econômicos, Sociais e Culturais (Dhesca), mais de 20 mil pessoas de oito comunidades terão que ser desalojadas para obras até a Olimpíada.
"A maioria, na zona oeste, na Barra da Tijuca - epicentro dos Jogos - ou no entorno das vias expressas que serão abertas para os Estádios do Engenhão e do Maracanã e a Transcarioca (ligando o aeroporto internacional à zona oeste)", disse Marcelo Edmundo.

O Ministério Público Estadual questiona os procedimento de remoção, "em total desacordo com as leis e com a Constituição", segundo o subprocurador Leonardo Chaves, e avalia medidas judiciais contra a prefeitura.

O subprocurador, que colheu relato de habitantes em várias comunidades, destaca que a Secretaria de Habitação Municipal não tem oferecido alternativa de moradia ou indenização suficiente - o mesmo já ocorreu após os despejos em Vila Harmonia, Restinga e Recreio 2, na zona oeste.
"A prefeitura não está pagando as indenizações e os aluguéis sociais. Quando o faz, é em valor irrisório e por pouco tempo. As pessoas não conseguem comprar ou alugar casas, já que, com até R$ 400, têm dificuldades de arrumar fiador", afirmou o subprocurador.

"Famílias não vão conseguir se instalar em bairros estruturados e os efeitos nefastos dessa política serão sentidos ao longo do tempo, com mais comunidades em áreas de risco, por exemplo", advertiu.

Integrante do Comitê Social da Copa, o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Carlos Vainer também questiona os custos com as obras do Mundial. Segundo ele, só a reforma do Maracanã, que passou por recentes reparos nos Jogos Pan-Americanos, há quatro anos, teve o valor inicial triplicado. Para ele, falta transparência com os gastos públicos.
"A situação é realmente grave. O processo todo é marcado por absoluta falta de informação, transparência, impossibilitando qualquer tipo de controle social ou público", afirmou Vainer.

O Comitê Organizador da Copa de 2014, que prepara uma grande festa para o sorteio das Eliminatórias, no sábado, com as 166 seleções participantes do Mundial e a presença de vários artistas, não retornou às insistentes tentativas de contato. A Secretaria Municipal de Habitação também não respondeu à reportagem.

Para organizar o sorteio das Eliminatórias, o Comitê Organizador Local (COL) da Copa gastou R$ 30 milhões, que tiveram como financiadores a Prefeitura e o Governo do Rio de Janeiro.

Aécio tenta atrair Marina para projeto de 2014

Do Portal A Gazeta

Sem partido e com um poderoso cacife eleitoral que rendeu quase 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010, a ex-senadora Marina Silva (AC) está na mira do tucanato mineiro. Na avaliação de integrantes do PSDB, uma aproximação com a ex-verde poderia impulsionar uma possível candidatura do senador tucano Aécio Neves à Presidência em 2014, além de uma virtual empreitada para a disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte no ano que vem.

O primeiro passo dessa tentativa de aproximação foi dado pelo governador Antonio Anastasia (PSDB). Antes de embarcar no fim de semana para uma viagem oficial ao Japão, ele assinou decreto concedendo a Marina o título de cidadã honorária de Minas Gerais. O governo e a Assembleia Legislativa já planejam uma cerimônia para entrega do título à ex-senadora.

"Ainda estamos tentando contato com ela, mas haverá cerimônia com a presença do Anastasia", disse o deputado estadual Délio Malheiros (PV), que encaminhou pedido ao governo, em abril, para a concessão do título.

Apontado como possível candidato à Prefeitura da capital mineira Malheiros afirma que não foi apenas o cacife eleitoral de Marina que pesou para ela se tornar cidadã mineira. "É respeito à pessoa dela e ao eleitorado mineiro", disse. O deputado ressalta que, no primeiro turno das eleições presidenciais, Marina liderou na capital e ficou em segundo no Estado, o que atesta "a afinidade e o apreço dos mineiros a esta grande personalidade".

Mas o parlamentar assume que o apoio de Marina também pode ajudar nos projetos em torno da Prefeitura, em 2012, e da Presidência, em 2014, apesar de ela ter se recusado a apoiar o então candidato do PSDB, José Serra, no segundo turno

Ex-noiva de dono da Playboy diz que 'sexo de 2 segundos' impediu união

hugh hefner 
AP Images Hefner e Crystal Harris iriam se casar em 2010, mas a noiva mudou de ideia
Do R7

A modelo Crystal Harris, a ex-noiva do fundador e dono da Playboy,
Hugh Hefner, de 85 anos, revelou nesta terça-feira (26) que fez sexo
com ele apenas uma vez, e por alguns segundos, o que a levou a
desistir do casamento.

- Não me sinto excitada com Hef, lamento (...), nunca vi Hef (nu), ele não tira a roupa e a única vez que fizemos sexo durou algo como dois segundos.
Hefner pediu Crystal Harris, de 25 anos, em casamento no Natal de 2010, e o matrimônio deveria ocorrer na mansão do magnata da Playboy em Beverly Hills, no Estado americano da Califórnia, mas poucos dias antes da cerimônia Hef informou no Twitter que "Crystal mudou de ideia".

Em seguida, Crystal escreveu em seu Twitter que sua decisão era resultado de uma "profunda reflexão", mas que continuava tendo "o maior respeito por Hef".

Este seria o terceiro casamento do fundador da Playboy, que antes foi casado com Mildred Williams e Kimberley Conrad, mas que sempre esteve acompanhado de inúmeras mulheres ao longo da vida.

domingo, 24 de julho de 2011

O abismo que separa um democrata exemplar de um caudilho vocacional



Do Blog Augusto Nunes

Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva travaram nesta sexta-feira um duelo involuntário na internet. Lançada cinco dias antes com um vídeo de 4 minutos em que Lula exalta os próprios feitos, a página do Instituto Cidadania festejou os três títulos de doutor honoris causa obtidos no Nordeste e seguiu destacando a agenda do palanque ambulante. Na estreia do Observador Político, FHC resumiu num vídeo de menos de 3 minutos os objetivos do site: estimular a participação da sociedade no debate de questões políticas e de temas como democracia digital, meio ambiente ou drogas.

Vejam e comparem. As diferenças vão muito além do traje sóbrio e da fantasia de monarca africano. Escancaram com penosa nitidez o abismo que separa um democrata exemplar de um caudilho vocacional.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

CPI do PAC bate na porta do Planalto

Christiane Samarco e Eduardo Bresciani, de O Estado de S.Paulo 

O que assusta aliados é que uma CPI do PAC bateria direto no Planalto. Afinal, raciocina um líder da base, a presidente Dilma Rousseff venceu a eleição com o título de "mãe do PAC"

Setores do PR, do PMDB e do PTB no Congresso já estão negociando com os partidos de oposição a instalação de uma CPI dos Transportes. Um dirigente do PR confirma que deputados e senadores do partido estão decididos a encabeçar a lista de assinaturas, entre eles o senador Blairo Maggi (PR-MT). Os aliados argumentam que, se o próprio Planalto está afirmando que há corrupção nos Transportes, não haverá como segurar a abertura do inquérito.

"A persistir este cotidiano de denúncias, será inevitável uma CPI. O pedido de investigação vai acabar atingindo o número mínimo de assinaturas, porque o Congresso não terá como justificar para a sociedade que não quer investigar", prevê o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre os governistas, é grande a preocupação diante da aposta geral de que o que está a caminho é a CPI do PAC, já que as obras de construção e reparo de rodovias e ferrovias constituem a maior fatia do programa.

O que assusta aliados é que uma CPI do PAC bateria direto no Planalto. Afinal, raciocina um líder da base, a presidente Dilma Rousseff venceu a eleição com o título de "mãe do PAC". Pior, diz o parlamentar, é que ao sair para a campanha, Dilma deixou em seu lugar na Casa Civil a amiga Erenice Guerra, que saiu do governo em meio à denúncias de corrupção, envolvendo familiares.

Um líder experiente critica a administração da crise. Ele avalia que Dilma age mais como corregedora de seu próprio governo, do que como um árbitro, papel mais adequado ao presidente da República. O agravante é que, em tempos de recesso do Legislativo, a pauta política fica restrita às denúncias.

Caminho.
Para governistas de várias legendas, os tropeços do Planalto estão empurrando os aliados em direção à CPI. "Se o governo diz que tem corrupção, porque que os deputados têm que dizer que não tem. Vai ser um mês de agosto bastante complicado", prevê o vice-líder do PDT na Câmara, deputado Paulo Pereira da Silva (SP).

Ao criticar os maus tratos do governo ao PR, o deputado lembra que esta não é a primeira vez que um aliado é hostilizado pelo Palácio. Foi assim com seu PDT, que desafiou a presidente Dilma ao defender um reajuste mais generoso para o salário mínimo, e com o PMDB, que contrariou o Palácio na votação do Código Florestal. É neste contexto que um dos articuladores da oposição com expoentes da base para abrir a investigação no Congresso aposta que "a CPI já está instalada", a despeito da ação contrária do governo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Parabéns Flu, 109 anos de glórias!

Por Flusócio
Hoje completa mais um ano de existência o primeiro campeão desta cidade e o atual campeão deste país.

São 109 anos de conquistas, de glórias, de muitas vitórias, mas também de dificuldades que eventualmente ocorreram mas que levaram vários tricolores a se unirem para trazer novamente o clube para o topo.

Assim foi sendo cultivada e ampliada essa torcida maravilhosa, hoje uma das mais inteligentes e criativas do Brasil. Assim os torcedores do clube ganharam a marca de Guerreiros Tricolores. Aqueles que se unem nos momentos de dificuldades para salvar o clube.

O dia 21 de julho não chega num momento bom do nosso futebol, mas nós sabemos que vamos superar mais essas dificuldades. Estão chegando três reforços para o time, que trazem consigo a expectativa de vermos ainda o Fluminense brigando pelas primeiras posições. Sejam bem-vindos Rafael Sóbis, Lanzini e Martinuccio!

Esperamos que o Fluminense chegue aos 110 anos, em 2012, já com mais efeitos da nova gestão aparecendo para a grande torcida. Com a dívida estruturada, o fim das penhoras, a sede reformulada e ainda mais bonita e um Centro de Treinamento. Os títulos serão consequência.

Parabéns Fluminense!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Festival de Dança começa com manifestação contra Prefeitura


Pela primeira vez, Festival de Dança de Joinville começa com manifestação contra Prefeitura - Foto: Paulo Caetano

Jacson Almeida, no Gazeta de Joinville

O 29º Festival de Dança de Joinville começa diferente este ano. Servidores públicos do município vão protestar contra a Prefeitura e o prefeito Carlito Merss (PT) na frente do Centreventos Cau Hansen, nesta quarta-feira (20), às 18h30, antes da abertura do evento.

Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Joinville (Sinsej), Ulrich Beathalter, o objetivo é dialogar com a sociedade. “Não vai ter carro de som, nem gritos. Apenas entregar panfletos e mostrar cartazes”.

A categoria, que ainda se encontra em estado de greve, diz que o acordo que deu fim à greve em 17 de junho não está sendo cumprido. Conforme o sindicato, a Prefeitura atrasou em 10 dias o pagamento dos grevistas e cortou dois dias do vale-alimentação. O acordo determinava que os descontos seriam a partir de setembro.

A escolha do local para manifestar, segundo Ulrich, é porque o festival é um evento de grande importância e terá grande público.

Greve
Os servidores de Joinville ficaram em greve por 40 dias, mas não conseguiram um acordo que fosse bom à categoria. Enquanto reivindicavam pelo menos a inflação de 6,5% na data base (maio), a Prefeitura ofertou 8% – 2% em outubro, 2% em novembro e 4% em janeiro de 2012.

Projetos bizarros

Agora é a vez do  vereador João Rinaldi (PT).
Ele quer que seja aplicado multa, a donos de imóveis onde forem encontrados a larva do mosquito da dengue.
É ou não é um "projeto" e tanto. Mas agora mudou. Será "apenas" para os reincidentes.
Seguindo nessa linha, não seria viável também, que se aplicasse outra multa caso a pessoa ficasse doente?
E se vier a óbito então,  por causa da doença. Perde a casa.
Lastimável.

Enviado por: Paulo Curvello
curvell@terra.com.br

Economia da Câmara causa polêmica entre vereadores


O valor total a ser repassado pela Câmara, de R$ 1.725.045,15, relativo a economia feita, irá para áreas, que segundo a Casa de Leis, foram escolhidas através de análise e pesquisas com o foco  naquilo que a população mais tem cobrado. A saúde será contemplada com R$ 805.676,22, que serão repassados ao convênio CIS/AMUNESC, para a realização de exames e cirurgias de baixado, média e alta complexidade.
Já para a infraestrutura, serão R$ 719 mil que cobriram os custos da passarela sobre o rio Cachoeira, que interligará as Avenidas Beira Rio e Hermann August Lepper.

Porque Pirabeiraba?
Os R$ 200 mil restantes também são questionados por Mauricio Peixer.  O valor será aplicado em parcela única no hospital Bethesda, em Pirabeiraba, reduto eleitoral de Odir Nunes. De acordo com a Câmara, o valor será usado para auxiliar na construção e aquisição de equipamentos para o Centro Cirúrgico. “Esses repasses foram uma decisão unilateral do presidente da Câmara. Ele não discutiu com os demais vereadores sobre o destino desse dinheiro. Nem mesmo o Conselho Municipal de Saúde, que sabe com exatidão as carências na área, foi consultado. Não que aquela região não mereça, mas, porque Pirabeiraba?”, indaga Peixer.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dona da Magazine Luiza é cotada por Dilma para ministério

O nome da empresária Luiza Trajano, proprietária da rede de lojas Magazine Luiza, é cogitado pela presidente Dilma Rousseff para assumir a futura Secretaria da Micro e Pequena Empresa, informa reportagem de Valdo Cruz, publicada na Folha desta terça-feira.

O nome de Trajano foi citado pela própria presidente após solenidade recente no Planalto, na qual a empresária esteve presente.
Carlos Cecconello - 13.ago.2010/Folhapress
Luiza Helena Trajano, presidente do grupo Magazine Luiza, em seu escritório em São Paulo
Luiza Helena Trajano, presidente do grupo Magazine Luiza, em seu escritório em São Paulo
Em conversa com assessores, Dilma comentou que ela seria "um bom nome" para o futuro ministério, que, além de micro e pequena empresas, deve cuidar do setor da economia solidária.

Ligada diretamente à Presidência da República, a secretaria tem status de ministério e sua criação ainda depende de aprovação de projeto de lei encaminhado ao Congresso em março.

sábado, 16 de julho de 2011

Senadores dispensam carro oficial e recorrem a táxi e veículo próprio

Do G1  

Senado vai gastar R$ 6 milhões ao ano com aluguel de nova frota. 
Senador Eduardo Suplicy dirige Kadet 1998; José Pimentel vai de táxi.

O Senado publicou edital nesta semana anunciando licitação para escolher a empresa que passará a alugar veículos para uso dos senadores ao custo de R$ 5,9 milhões ao ano. Segundo dados da Casa, cada um dos 81 veículos custará aos cofres do Senado R$ 6,1 mil mensais. O objetivo é se desfazer da frota de carros oficiais que é antiga. Segundo o primeiro-secretário da Casa, Cícero Lucena (PSDB-CE), a venda representará uma economia já que a Casa deixará de cobrir os custos de manutenção dos automóveis.

No entanto, o G1 encontrou exemplos dentro do próprio Senado de que o carro oficial poderia deixar de ser utilizado sem causar prejuízo à atividade parlamentar.

Além do já falecido senador e ex-presidente da República Itamar Franco (PPS-MG), que costumava utilizar o próprio carro para ir ao Senado – um modelo antigo do Honda Civic dirigido pelo motorista da Casa –, os senadores petistas Eduardo Suplicy (PT) e José Pimentel (CE) também dispensaram o benefício.
Ponto de Taxi do Senado (Foto: Robson Bonin) 
Ponto de Taxi do Senado (Foto: Robson Bonin)
Sem carro próprio em Brasília, Pimentel é cliente fiel dos taxistas que trabalham no ponto da chapelaria do Congresso. Avesso ao uso de veículos oficiais desde os tempos de ministro da Previdência, ele surpreendeu um motorista dos quadros da pasta certa vez, quando entrou no surrado Fiat Uno e pediu para que ele o levasse até o ministério.

“A nossa agenda em Brasília envolve trabalho dentro do Senado, nas comissões permanentes, audiências nos ministérios e eventos promovidos por entidades. Esse deslocamento pode ser feito perfeitamente de táxi. Entendo que esses recursos, se forem investidos na aquisição de ambulâncias e transporte escolar, têm mais alcance social do que ficando para atender mandato de senador", avalia Pimentel.

Kadet 1998
Um dos mais antigos parlamentares em atividade na Casa, Suplicy conta que abriu mão do carro logo que chegou ao Senado, em 1991. Ele dirige até hoje o próprio veículo para ir ao Congresso. Suplicy tem um Kadet ano 1998, duas portas, compartilhado com assessores na rotina de compromissos em Brasília.

“Quando chego em Brasília, um dos meus assessores pega o Kadet e vai me buscar no aeroporto.”

“Inúmeras vezes já dei carona para senadores, pessoas do PT. Para a Marta[Suplicy, senadora e ex-mulher dele], certa vez, já como senadora, voltando de um ministério em que estávamos diversos senadores, uma vez ela voltou comigo do ministério para o Senado”, relata Suplicy.

Quando precisa ir a algum evento oficial e o local não conta com estacionamento, Suplicy leva junto um assessor, que o deixa na entrada do local.

“Se preciso ir a alguma cerimônia onde é difícil estacionar, alguém me leva e traz o carro.”

O único problema em guiar o carro, para Suplicy, é o que ele classifica de “excesso de radares de velocidade” nas ruas da capital federal.

“O pessoal que trabalha comigo fica meio bravo porque, como aqui em Brasília tem muito radar, essa semana recebi uma multa de trânsito por estar a 68 quilômetros de velocidade, só oito quilômetros a mais, então recebi uma multa. Então, aqui em Brasília, de vez em quando ocorre uma multa de trânsito por causa de tanto radar.”

Frota antiga
Carro da frota antiga do Senado (Foto: Robson Bonin) 
Carro da frota antiga do Senado.
(Foto: Robson Bonin)
Segundo o primeiro-secretário do Senado, Cícero Lucena (PSDB-CE), a troca de frota vai representar economia significativa de recursos, já que a Casa gasta cerca de R$ 17 milhões por ano para manter a frota, que já tem oito anos de uso.

"Os carros estão consumindo mais combustível, estão gastando mais peças, estão tendo custo elevado de mão de obra para a manutenção”, justificou Lucena.
Cada veículo de parlamentar está avaliado, em média, entre R$ 14 mil e R$ 15 mil. O primeiro-secretário disse que vai fazer um levantamento de todos os gastos com transportes na Casa.

"Feito esse diagnóstico, o que pode ser feito para torná-lo mais eficiente num menor custo. Aquisição, locação? Vamos dimensionar para tomar a decisão."
 
Os novos carros
Segundo edital publicado pelo Senado, os 81 veículos que serão alugados pela Casa serão utilizados no “transporte dos senadores da República no desempenho de suas funções constitucionais, dentro do espaço de atuação do Distrito Federal”.

Os novos carros terão de responder a uma série de especificações: “veículo sedan, cor preta, zero quilômetro, potência mínima (ABNT) de 140 CV, cilindrada mínima 2.0, quatro portas, direção hidráulica ou elétrica, ar-condicionado, vidros com acionamento elétrico nas quatro portas, travas elétricas nas quatro portas, airbag duplo frontal e lateral, sistema de freios a disco nas quatro rodas, ABS e EBD nas quatro rodas”.

Os carros também terão de ser equipados com “película anti-vandalismo nos vidros laterais e traseiro com transparência mínima prevista em lei, bancos com revestimento em couro, encosto de cabeça em todos os bancos dianteiros e traseiros com regulagem de altura, áudio CP Player com tomada auxiliar-in compatível com IPod, IPhone, CD-RW, MP3, WMA e AAC”.

Segundo o edital, as especificações “são compatíveis com a grande maioria dos veículos da categoria sedan médio ou superior, existentes no mercado”.

Senadores gastam 19,4 milhões com verba indenizatória no 1º semestre

Do G1

Em cinco meses de trabalho neste ano, 76 dos 81 senadores da República acumularam um gasto de R$ 19,4 milhões da verba indenizatória, que é a cota mensal disponível a cada parlamentar para o custeio de atividades relacionadas ao mandato.

Levantamento feito pelo G1 mostra que, de fevereiro a junho deste ano, os senadores empregaram, em média, R$ 3,8 milhões por mês para pagar uma lista de despesas que inclui gastos com telefonia, alimentação, divulgação da atividade parlamentar e deslocamento.

Em média, o custo mensal do mandato desses senadores chegou a R$ 51 mil. Os dados foram obtidos por meio do Portal da Transparência, no site oficial do Senado, e se referem ao período de fevereiro, início da atual legislatura, até o mês junho.

A reportagem considerou apenas os senadores que estão no exercício do mandato desde fevereiro, quando os parlamentares da atual legislatura tomaram posse.

Ficaram de fora da pesquisa a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o senador Sérgio Souza (PMDB-PR), que a substituiu; Marisa Serrano (PSDB-MS) – que assumiu uma vaga no Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul e seu suplente Antonio Russo (PR-MS); o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR-AM), que deixou o cargo no Executivo há duas semanas e seu suplente João Pedro (PT-AM); Reditário Cassol (PP-RO), que assumiu a vaga do filho Ivo Cassol (PP-RO) na última quarta (13), e o ex-senador Itamar Franco (PPS-MG), morto no início de julho, que teve a vaga ocupada por Zezé Perrella (PDT-MG). Veja a lista com a relaçao dos gastos de cada senador aqui

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Marcelinho Carioca pede ao TSE mandato de Chalita

Na Folha

Marcelinho Carioca pediu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que o deputado federal Gabriel Chalita --que deixou o PSB para se filiar ao PMDB em maio-- perca seu mandato por infidelidade partidária. O ex-jogador de futebol é suplente de deputado federal do PSB em São Paulo. Ele é o segundo suplente do partido que pede o mandato de Chalita.

Na petição, o suplente acusa Chalita de se desfiliar do PSB sem apresentar justa causa. Marcelinho Carioca pede a perda do mandato de Chalita para que a Câmara dos Deputados dê posse a ele como suplente imediato filiado ao PSB.
Chalita foi eleito em 2010 por coligação formada pelo PSB e PSL, e que no dia 31 de maio de 2011 comunicou sua desfiliação do PSB e filiou-se ao PMDB. Para o suplente, a mudança ocorreu "de forma totalmente imotivada, não estando inserida em nenhuma das hipóteses de justa causa elencadas [na lei eleitoral]".

Marcelinho Carioca recebeu 62.399 votos de eleitores de São Paulo e ficou listado como segundo suplente do PSB.

A lei eleitoral dispõe que o parlamentar precisa apresentar justa causa para mudar de partido pelo qual foi eleito. A resolução estabelece que existe justa causa para a troca partidária nos casos de incorporação ou fusão de partido; criação de novo partido; mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário ou grave discriminação pessoal.

A coluna "Painel" da Folha antecipou nesta semana articulações no PSB para recuperar a cadeira de Chalita para o partido. Uma delas é que por força de acordo com Michel Temer, o presidente do PSB, Eduardo Campos, não se mexeu, mas o dirigente paulista, Márcio França, estaria empenhado em tomar o mandato do Chalita.

França, no entanto, nega que tenha oferecido cargos a Marcelinho Carioca para estimulá-lo a reivindicar o mandato de Chalita.

2º PEDIDO
Ontem, a presidente em exercício do TSE, ministra Nancy Andrighi, negou pedido de liminar em que Marco Aurélio Ubiali, primeiro suplente de deputado federal pelo PSB de São Paulo, solicita a decretação da perda de mandato de Chalita por infidelidade partidária.

Na liminar, Ubiali pedia ainda a sua posse na Câmara no lugar do parlamentar. O suplente também acusava Chalita de se desfiliar do PSB sem apresentar a justa causa exigida pela Justiça Eleitoral.

Em sua decisão, a ministra informa que, em casos envolvendo suposta infidelidade partidária, ninguém pode perder parcela de seu mandato sem o devido processo legal, sob pena de grave violação aos princípios constitucionais da soberania popular e do sistema proporcional.

"Em outras palavras, levando-se em conta as garantias do contraditório e da ampla defesa, incumbe ao autor comprovar a desfiliação sem justa causa e ao réu demonstrar o fato justificador de sua desfiliação, sendo que, ao final, somente ao final, o Poder Judiciário decretará ou não a perda de cargo eletivo por infidelidade partidária."

Teta$

Fruet deixa PSDB e busca sigla para disputar em 2012

Lúcio Tavora/FolhaDo Josias de Souza

Em qualquer roda de politicos é muito fácil identificar um tucano: é o que está falando bem de si mesmo.

Tão bem que, por vezes, não vê o mal do PSDB. Em verdade, dois males: excesso de cabeças e carência de miolos.

Nesta quarta (13), em meio à cegueira coletiva, deixa o ninho o ex-deputado Gustavo Fruet.

Dá adeus ao PSDB num instante em que figura nas pesquisas como favorito à corrida municipal de 2012.

Decidido a disputar a prefeitura de Curitiba, Fruet foi bloqueado na legenda pelo governador tucano do Paraná, Beto Richa.

Por quê? Richa prefere apoiar a reeleição do atual prefeito da capital paranaense, Luciano Ducci, do PSB.

Fruet aparece num Ibope de maio com 34% das intenções de voto –onze pontos a mais do que os 23% atribuídos a Ducci.

A despeito disso, sob inação do PSDB federal, Richa prefere conspirar a favor de Ducci, o candidato do governista PSB.

Evidência de que o tamanho do cérebro não se mede pelo bico.

Fazem fila à porta de Fruet: PDT, PSD, PV, PPS, DEM e um pedaço do PMDB. Até o PT flerta com a ideia de apoiá-lo num eventual segundo turno.

Por que o brasileiro não se indigna e não vai à praça protestar contra a corrupção?

Do Blog Reinaldo Azevedo

Juan Arias, correspondente do jornal espanhol El País no Brasil, escreveu no dia 7 um artigo indagando onde estão os indignados do Brasil. Por que não ocupam as praças para protestar contra a corrupção e os desmandos? Não saberiam os brasileiros reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos? Será mesmo este um país cujo povo tem uma índole de tal sorte pacífica que se contentaria com tão pouco? Publiquei, posts abaixo, a íntegra de seu texto. Afirmei que ensaiaria uma resposta, até porque a indagação de Arias, um excelente jornalista, é procedente e toca, entendo, numa questão essencial dos dias que correm. A resposta não é simples nem linear. Há vários fatores distintos que se conjugam. Vamos lá. 

Povo privatizado
O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan, porque foi privatizado pelo PT. Note que recorro àquele expediente detestável de pôr aspas na palavra “povo” para indicar que o sentido não é bem o usual, o corriqueiro, aquele de dicionário. Até porque este escriba não acredita no “povo” como ente de valor abstrato, que se materializa na massa na rua. Eu acredito em “povos” dentro de um povo, em correntes de opinião, em militância, em grupos organizados — e pouco importa se o que os mobiliza é o Facebook, o Twitter, o megafone ou o sino de uma igreja. Não existe movimento popular espontâneo. Essa é uma das tolices da esquerda de matriz anarquista, que o bolchevismo e o fascismo se encarregaram de desmoralizar a seu tempo. O “povo na rua” será sempre o “povo na rua mobilizado por alguém”. Numa anotação à margem: é isso o que me faz ver com reserva crítica — o que não quer dizer necessariamente “desagrado” — a dita “Primavera Árabe”. Alguém convoca os “povos”.

No Brasil, as esquerdas, os petistas em particular, desde a redemocratização, têm uma espécie de monopólio da praça. Disse Castro Alves: “A praça é do povo como o céu é do condor”. Disse Caetano Veloso: “A praça é do povo como o céu é do avião” (era um otimista; acreditava na modernização do Bananão). Disse Lula: “A praça é do povo como o povo é do PT”. Sim, responderei ao longo do texto por que os não-petistas não vão às ruas quase nunca. Um minutinho. Seguindo.

O “povo” não está nas ruas, meu caro Juan Arias, porque o PT compra, por exemplo, o MST com o dinheiro que repassa a suas entidades não exatamente para fazer reforma agrária, mas para manter ativo o próprio aparelho político — às vezes crítico ao governo, mas sempre unido numa disputa eleitoral. Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad, ministro da Educação e candidato in pectore do Apedeuta à Prefeitura de São Paulo, estarão neste 13 de julho no 52º Congresso da UNE. Os míticos estudantes não estão nas ruas porque empenhados em seus protestos a favor. Você tem ciência, meu caro Juan, de algum outro país do mundo em que se fazem protestos a favor do governo? Talvez na Espanha fascista que seus pais conheceram, felizmente vencida pela democracia. Certamente na Cuba comuno-fascistóide dos irmãos Castro e na tirania síria. E no Brasil. Por quê?
Porque a UNE é hoje uma repartição pública alimentada com milhões de reais pelo lulo-petismo. Foi comprada pelo governo por quase R$ 50 milhões. Nesse período, esses patriotas, meu caro Juan, se mobilizaram, por exemplo, contra o “Provão”, depois chamado de Enade, o exame que avalia a qualidade das universidades, mas não moveram um palha contra o esbulho que significa, NA FORMA COMO EXISTE, o ProUni, um programa que já transferiu bilhões às mantenedoras privadas de ensino, sem que exista a exigência da qualidade. Não se esqueça de que a UNE, durante o mensalão, foi uma das entidades que protestaram contra o que a canalha chamou “golpe da mídia”. Vale dizer: a entidade saiu em defesa de Delúbio Soares, de José Dirceu, de Marcos Valério e companhia. Um de seus ex-presidentes e então um dos líderes das manifestações que resultaram na queda de Fernando Collor é hoje senador pelo PT do Rio e defensor estridente dos malfeitos do PT. Apontá-los, segundo o agora conservador Lidbergh Farias, é coisa de conspiração da “elites”. Os antigos caras-pintadas têm hoje é a cara suja; os antigos caras-pintadas se converteram em verdadeiros caras-de-pau.

Centrais sindicais
O que alguns chamam “povo”, Juan, chegaram, sim, a protestar em passado nem tão distante, no governo FHC. Lá estava, por exemplo, a sempre vigilante CUT. Foi à rua contra o Plano Real. E o Plano Real era uma coisa boa. Foi à rua contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. E a Lei de Responsabilidade Fiscal era uma coisa boa. Foi à rua contra as privatizações. E as privatizações eram uma coisa boa.  Saiba, Juan, que o PT votou contra até o Fundef, que era um fundo que destinava mais recursos ao ensino fundamental. E onde estão hoje a CUT e as demais centrais sindicais?
Penduradas no poder. Boa parte dos quadros dos governos Lula e Dilma vem do sindicalismo — inclusive o ministro que é âncora dupla da atual gestão: Paulo Bernardo (Comunicações), casado com Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O indecoroso Imposto Sindical, cobrado compulsoriamente dos trabalhadores, sejam sindicalizados ou não, alimenta as entidades sindicais e as centrais, que não são obrigadas a prestar contas dos milhões que recebem por ano. Lula vetou o expediente legal que as obrigava a submeter esses gastos ao Tribunal de Contas da União. Os valentes afirmaram, e o Apedeuta concordou, que isso feria a autonomia das entidades, que não se lembraram, no entanto, de ser autônomas na hora de receber dinheiro de um imposto.
Há um pouco mais, Juan. Nas centrais, especialmente na CUT, os sindicatos dos empregados das estatais têm um peso fundamental, e eles são hoje os donos e gestores dos bilionários fundos de pensão manipulados pelo governo para encabrestar o capital privado ou se associar a ele — sempre depende do grau de rebeldia ou de “bonomia”do empresariado.

O MST, A UNE E OS SINDICATOS NÃO ESTÃO NAS RUAS CONTRA A CORRUPÇÃO, MEU CARO JUAN, PORQUE SÃO SÓCIOS MUITO BEM-REMUNERADOS DESSA CORRUPÇÃO. E fornecem, se necessário, a mão-de-obra para o serviço sujo em favor do governo e do PT. NÃO SE ESQUEÇA DE QUE A CÚPULA DOS ALOPRADOS PERTENCIA TODA ELA À CUT. Não se esqueça de que Delúbio Soares, o próprio, veio da… CUT!

Isso explica tudo? Ou: “Os Valores”
Ainda não!
Ao longo dos quase nove anos de poder petista, Juan, a sociedade brasileira ficou mais fraca, e o estado ficou mais forte; não foi ela que o tornou mais transparente; foi ele que a tornou mais opaca. Em vez de se aperfeiçoarem os mecanismos de controle desse estado, foi esse estado que encabrestou entidades da sociedade civil, engajando-as em sua pauta. Até a antes sempre vigilante Ordem dos Advogados do Brasil flerta freqüentemente com o mau direito — e o STF não menos — em nome do “progresso”. O petismo fez das agências reguladoras meras repartições partidárias, destruindo-lhes o caráter.

Enfraqueceram-se enormemente os fundamentos de uma sociedade aberta, democrática, plural. Em nome da diversidade, da igualdade e do pluralismo, busca-se liquidar o debate. A Marcha para Jesus, citada por você, à diferença do que querem muitos, é uma das poucas expressões do país plural que existe de fato, mas que parece não existir, por exemplo, na imprensa. À diferença do que pretendem muitos, os evangélicos são um fator de progresso do Brasil — se aceitarmos, então, que a diversidade é um valor a ser preservado.

Por que digo isso? Olhe para a sua Espanha, Juan, tão saudavelmente dividida, vá lá, entre “progressistas” e “conservadores” — para usar duas palavras bastante genéricas —, entre aqueles mais à esquerda e aqueles mais à direita, entre os que falam em nome de uma herança socialista e mais intervencionista, e os que se pronunciam em favor do liberalismo e do individualismo. Assim é, você há de convir, em todo o mundo democrático.
Veja que coisa, meu caro: você conhece alguma grande democracia do mundo que, à moda brasileira, só congregue partidos que falam uma linguagem de esquerda? Pouco importa, Juan, se sabem direito o que dizem e são ou não sinceros em sua convicção. O que é relevante é o fato de que, no fim das contas, todos convergem com uma mesma escolha: mais estado e menos indivíduo; mais controle e menos liberdade individual. Como pode, meu caro Juan, o principal partido de oposição no Brasil pensar, no fim das contas, que o problema do PT é de gestão, não de valores? Você consegue se lembrar, insisto, de alguma grande democracia do mundo em que a palavra “direita” virou sinônimo de palavrão? Nem na Espanha que superou décadas de franquismo.

Imprensa
Se você não conhece democracia como a nossa, Juan, sabe que, com as exceções que confirmam a regra, também não há imprensa como a nossa no mundo democrático no que concerne aos valores ideológicos. Vivemos sob uma quase ditadura de opinião. Não que ela deixe de noticiar os desmandos — dois ministros do governo Dilma caíram, é bom deixar claro, porque o jornalismo fez o seu trabalho. Mas lembre-se: nesta parte do texto, trato de valores.

Tome como exemplo o Código Florestal. Um dia você conte em seu jornal que o Brasil tem 851 milhões de hectares. Apenas 27% são ocupados pela agricultura e pela pecuária; 0,2% estão com as cidades e com as obras de infra-estrutura. A agricultura ocupa 59,8 milhões (7% do total); as terras indígenas, 107,6 milhões (12,6%). Que país construiu a agropecuária mais competitiva do mundo e abrigou 200 milhões de pessoas em apenas 27,2% de seu território, incluindo aí todas as obras de infra-estrutura? Tais números, no entanto — do IBGE, do Ibama, do Incra e da Funai — são omitidos dos leitores (e do mundo) em nome da causa!

A crítica na imprensa foi esmagada pelo engajamento; não se formam nem se alimentam valores de contestação ao statu quo — que hoje, ora veja!, é petista. Por quê? Porque a imprensa de viés realmente liberal é minoritária no Brasil. Dá-se enorme visibilidade aos movimentos de esquerdistas, mas se ignoram as manifestações em favor do estado de direito e da legalidade. Curiosamente, somos, sim, um dos países mais desiguais do mundo, que está se tornando especialista em formar líderes que lutam… contra a desigualdade. Entendeu a ironia?

Quem vai à rua?
Ora, Juan, quem vai, então, à rua? Os esquerdistas estão se fartando na lambança do governismo, e aqueles que não comungam de suas idéias e que lastimam a corrupção e os desmandos praticamente inexistem para a opinião pública. Quando se manifestam, são tratados como párias. Ou não é verdade que a imprensa trata com entusiasmo os milhões da parada gay, mas com evidente descaso a marcha dos evangélicos? A simples movimentação de algumas lideranças de um bairro de classe média para discutir a localização de uma estação de metro é tratada por boa parte da imprensa como um movimento contra o… “povo”.

As esquerdas dos chamados movimentos sociais estão, sim, engajadas, mas em defender o governo e seus malfeitos. Afirmam abertamente que tudo não passa de uma conspiração contra os movimentos populares. As esquerdas infiltradas na imprensa demonizam toda e qualquer reação de caráter legalista — ou que não comungue de seus valores ditos “progressistas” — como expressão não de um pensamento diferente, divergente, mas como manifestação de atraso.

Descrevi, meu caro Juan, o que vejo. Isso tem de ser necessariamente assim? Acho que não! A quem cabe, então, organizar a reação contra a passividade e a naturalização do escândalo, na qual se empenha hoje o PT? Essas indagação merecerá resposta num outro texto, que este já vai longe. Fica para depois do meu descanso.

Do seu colega brasileiro Reinaldo Azevedo.

Onde estão os indignados do Brasil? Por que os brasileiros não reagem?

Do Blog Reinaldo Azevedo

No dia 7 de julho, Juan Arias, correspondente no Brasil do jornal espanhol El País, um dos melhores profissionais estrangeiros que atuam por aqui nessa área, dos mais agudos, escreveu um artigo em que pergunta: “Por qué Brasil no tiene indignados?” 
Arias não dá respostas e faz, de forma direta e indireta, essa e outras boas perguntas, que me disporei a responder mais tarde, naquele texto da madrugada:
- será que os brasileiros não sabem reagir à hipocrisia e à falta de ética dos políticos?
- será que não se importam com os ladrões e sabotadores que estão nas três esferas de governo?
- será mesmo esse povo naturalmente pacífico, contentando-se com o pouco que tem?;
- por que estudantes e trabalhadores não vão às ruas contra a corrupção?
- que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção?
- será que não cabe aos jovens exigirem um país menos corrupto?

Publico o artigo de Arias na íntegra, em espanhol, perfeitamente compreensível. Oferecerei mais tarde ao autor e a muitos outros que se fazem as mesmas perguntas uma tentativa de resposta.

El hecho de que en solo seis meses de gobierno la presidenta Dilma Rousseff haya visto dimitir a dos de sus principales ministros, heredados del gobierno de su antecesor, Lula da Silva (el de la Casa Civil o Presidencia, Antonio Palocci, una especie de primer ministro, y el de Transportes, Alfredo Nascimento) caídos bajo los escombros de la corrupción política, ha hecho preguntarse a los sociólogos por qué en este país, donde la impunidad a los políticos corruptos ha llegado a hacer extensiva la idea de que “todos son unos ladrones” y que “nadie va a la cárcel”, no exista el fenómeno, hoy en voga en todo el mundo, del movimiento de los indignados.

¿Es que los brasileños no saben reaccionar frente a la hipocresía y falta de ética de muchos de los que les gobiernan? ¿Es que no les importa que los políticos que les representan, en el Gobierno, en el Congreso, en los estados o en los municipios, sean descarados saboteadores del dinero público? Se preguntan no pocos analistas y blogueros políticos.
Ni siquiera los jóvenes, trabajadores o estudiantes han presentado hasta ahora la más mínima reacción ante la corrupción de los que les gobiernan. Curiosamente, la más irritada ante el atraco a las arcas públicas por parte de los políticos, parece ser la primera presidenta mujer, la exguerrillera Dilma Rousseff, que ha demostrado públicamente su disgusto por el “descontrol” en curso en áreas de su gobierno. La mandataria ya ha echado de su gobierno -y se dice que no ha acabado aún la purga- a dos ministros claves, con el agravante de que eran heredados de su sucesor, el popular Lula da Silva, que le había pedido que los mantuviera en su gobierno.
Hoy la prensa alude a que Dilma ha empezado a deshacerse de una cierta “herencia maldita” de hábitos de corrupción del pasado. ¿Y la gente de la calle por qué no le hace eco, resucitando aquí tambiénel movimiento de los indignados? ¿Por qué no se movilizan las redes sociales? Brasil, después de la dictadura militar, se echó a la calle con motivo de la marcha “Directas ya”, para pedir la vuelta a las urnas, símbolo de la democracia. También lo hizo para obligar al expresidente Collor a dejar su cargo ante las acusaciones de corrupción que pesaban sobre él. Pero hoy el paísestá mudo ante la corrupción en curso. Las únicas causas capaces de sacar a la calle hasta dos millones de personas ahora son los homosexuales, los seguidores de las iglesias evangélicas en la fiesta de Jesús y los que piden la liberalización de la marihuana.
¿Será que los jóvenes no tienen motivos para exigir un Brasil no solo cada día más rico (o por lo menos menos pobre), más desarrollado, con mayor fuerza internacional, sino también menos corrupto en sus esferas políticas, más justo, menos desigual, donde un concejal no gane hasta diez veces más que un maestro y un diputado cien veces más, o donde un ciudadano común, después de 30 años de trabajo, se jubile con 650 reales (400 euros), mientras un funcionario público con hasta 30.000 reales (13.000 euros).
Brasil será pronto la sexta mayor potencia económica del mundo, pero de momento sigue a la cola en materia de desigualdad social y defensa de los derechos humanos. Todavía se trata de un país donde no se permite a la mujer de abortar, el paro de las personas de color alcanza un 20% -contra el 6% de los blancos- y la policía es una de las más violentas del mundo.
Hay quién achaca la apatía de los jóvenes al hecho de que una propaganda exitosa les ha convencido de que Brasil es hoy envidiado por medio mundo (y lo es en otros aspectos). O que la salida de la pobreza de 30 millones de personas les ha hecho creer que todo va bien, sin entender que un ciudadano de clase media europea equivale aún hoy a un rico de aquí.
Otros achacan el hecho a que los brasileños son gente pacífica, poco dada a las protestas, a quienes les gusta vivir felices con lo que tienen y que trabajan para vivir, en vez de vivir para trabajar. Todo esto es también cierto, pero no explica aún por qué, en un mundo globalizado, donde se conoce al instante todo lo que ocurre en el planeta, empezando por los movimientos de protesta de millones de jóvenes que piden democracia o le acusan de estar degenerada, los brasileños no luchen para que el país, además de ser más rico, también sea más justo, menos corrupto, más igualitario y menos violento a todos los niveles. Así es el Brasil que los honestos sueñan dejar para sus hijos, un país donde la gente todavía no ha perdido el gusto de disfrutar de lo poco o mucho que tiene y que sería aún mejor si surgiera un movimiento de indignados, capaz de limpiarlo de las escorias de corrupción que golpean a todas las esferas del poder.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Ser melhor ou ser único?

Deputados celebridades valeram os seus votos?

Fábio Góis Do Congresso em Foco
Dois jogadores de futebol, um campeão de boxe, um BBB, um ator e um palhaço. Eles viraram parlamentares. Vejam como eles se saíram neste primeiro semestre da legislatura, em reportagem do Congresso em Foco

Os brasileiros devem muito a um deles pela conquista da Copa do Mundo de 1994. Os gaúchos gremistas lembram-se da atuação de outro na defesa do gol do time nos anos de 1990. Quem gosta de boxe jamais esquecerá as conquistas do terceiro. Os fãs de Big Brother sabem bem quem ganhou a edição que consagrou a atriz Grazzi Massafera. Que telespectador não se emocionou vez ou outra com a atuação do quinto deles nas novelas? Quantos não cantaram ou se irritaram com o refrão da musiquinha “Florentina”?
Nas suas carreiras de origem, Romário, Danrlei, Acelino Popó, Jean Willys, Stepan Nercessian e Tiririca são mais do que conhecidos. São verdadeiras celebridades. Desde fevereiro, os seis tornaram-se também deputados federais. Somaram quase dois milhões de votos dos eleitores de seus Estados em outubro do ano passado.

Como eles têm se saído? Honram ou não a confiança de seus eleitores? Neste levantamento exclusivo, o Congresso em Foco mostra como atuaram até agora os parlamentares-celebridades. Romário furou a bola ou fez gol de placa? Popó nocateou ou foi nocauteado? Tiririca faz rir ou chorar? É o que se verá a seguir.

Quem tem acompanhado o desenrolar das atividades legislativas claramente percebe que, como parlamentares, são diferentes os graus de destaque de cada uma dessas celebridades. Esforçando-se para se desvincular da alcunha de ex-Big Brother, Jean Willys trabalha para se tornar uma referência nas discussões sobre homossexualidade e minorias. Antes de tropeçar neste fim de semana numa blitz da Lei Seca de trânsito, ao se recusar a fazer o teste do bafômetro, Romário vinha acertando na busca de informações sobre os gastos da Copa de 2014 e na luta pelos direitos dos deficientes. Mesmo com a história da blitz, Romário e Jean Willys têm sido os parlamentares-celebridades de maior destaque.

Numa posição intermediária, está o palhaço Tiririca. Embora acabe agora correndo o risco de se ver vinculado aos rolos de seu partido, o PR, do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, Tiririca tem compensado as suas possíveis deficiências com esforço. É um dos deputados mais assíduos do Congresso.

Finalmente, em termos de visibilidade, Stepan Nercessian, Popó e Darnlei continuam na lembrança ainda pelo que fizeram como ator, boxeador e goleiro. Suas atuações no Parlamento ainda são bem apagadas.
Futebol e Síndrome de Down

O deputado Romário tem surpreendido nos primeiros meses de mandato. O ex-craque da seleção não faltou sequer a uma sessão deliberativa e tem participado ativamente das discussões em comissões temáticas. Na Comissão de Turismo e Desporto, apresentou projetos de lei, relatou proposições e formalizou dezenas de instrumentos legislativos, como requerimentos de informação e indicação de atividades. Romário pediu – e o colegiado acatou a ideia – que fosse encaminhado convite ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, para esclarecimentos sobre as denúncias de corrupção supostamente praticadas na entidade.
  • O deputado Romário surpreendeu e não faltou sequer a uma sessão deliberativa. Ele tem participado ativamente das discussões em comissões temáticas
Na semana passada, Romário conquistou a primeira vitória parlamentar significativa. Foi por ocasião da Medida Provisória 529/2011, aprovada com uma emenda sua que beneficia portadores de deficiência. A matéria amplia a concessão do chamado Benefício de Prestação Continuada, destinado a idosos e pessoas incapacitadas para a vida independente.

“O momento em que eu fui mais feliz foi em 94, quando ganhei a Copa do Mundo. Então, depois do futebol, hoje com certeza foi um dos momentos mais felizes da minha vida”, disse Romário ao Congresso em Foco, após a aprovação da MP na última quarta-feira (6).

No caso, há uma explicação de ordem pessoal. Romário decidiu que a defesa dos portadores de deficiência será uma das principais bandeiras da sua atuação parlamentar por conta de sua filha, Ivy Bittencourt. Com seis anos, Ivy tem Síndrome de Down.

“Hoje, eu cheguei à conclusão de que eu poderia ter chegado a essa Casa antes. Porque as pessoas, realmente, me têm aqui como celebridade, como ídolo, mas o mais importante que conquistei aqui nesses cinco meses foi a credibilidade, a confiança das pessoas em mim”, observou o “Baixinho”.
Deputado, Romário não deixa de ser celebridade. E, como tal, o deputado já virou em Brasília garoto-propaganda de uma concessionária de veículos Volkswagen. Na televisão, o deputado pelo PSB do Rio de Janeiro anuncia o “Desafio Disbrave do Gol baixinho”, uma campanha para vender automóveis Gol.

Direitos humanos
Outro destaque deste início de legislatura foi o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ). Antes dele, o estilista Clodovil era também homossexual assumido. Mas Clodovil recusou-se a ser um defensor das causas dos homossexuais. Assim, Jean Willys é o primeiro deputado gay a ter como bandeira a defesa das minorias sexuais. E ele tem obtido relativo sucesso ao se tornar referência na discussão desses temas.
  • Jean Willys trabalha para se tornar uma referência nas discussões sobre homossexualidade e minorias e esforça-se para se desvincular da alcunha de ex-Big Brother
Antagonista do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), radical no combate ao que considera desvios morais, Jean tem ganhado espaço ao promover audiências públicas com comunidades LGBT, em um Parlamento antes pouco afeito às discussões de assuntos-tabu.

“Eu inseri na pauta os direitos humanos na questão LGBT. Há uma tendência de se descolar a violação dos direitos dos homossexuais da violação aos direitos humanos”, declarou Jean ao Congresso em Foco na última sessão de deliberações plenárias do semestre. Ele disse que já esperava um confronto com parlamentares como Bolsonaro, que rejeitam avanços na legislação acerca da sexualidade.

“Olha, eu achei. Eu sou gay, né? Eu sei o que é que enfrento desde que me assumi, desde que me entendo por gente. Sei que enfrento uma ordem homofóbica aqui, eu não imaginava que o Congresso fosse diferente. Muito pelo contrário. Aqui, sindicalistas e ruralistas dão os braços na hora de tirar direitos de LGBT, de mulheres, e por aí vai”, resigna-se, acrescentando que o conservadorismo de determinados setores não o intimida.

Até porque, diz ele, “aliados importantes” o estimulam a avançar em suas bandeiras legislativas. Ele cita como parceiros de causa deputados da Comissão de Direitos Humanos e mulheres como as senadoras Marta Suplicy (PT-SP), Lídice da Mata (PSB-BA) e Marinor Brito (PSOL-PA) e as deputadas Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) e Érika Kokay (PT-DF).

Jean diz que vem trabalhando uma média de 20 horas diárias. Com sete ausências em 55 sessões deliberativas em plenário, das quais duas faltas sem justificativa, Jean também tem manifestado comprometimento com suas plataformas de campanha. Integrante da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão – com atuação em outras frentes, como a de Combate à Corrupção –, o deputado apresentou com Romário e Rogério Carvalho (PT-SE) projeto de lei que também beneficia deficientes, relatou proposições e assinou representações do PSOL contra Bolsonaro no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.

Demonstrando estar atento à movimentação e às pendências da legislatura anterior, Jean também é autor de requerimento pela inclusão, na pauta da ordem do dia (sessão plenária deliberativa), da Proposta de Emenda à Constituição 300/2008, que equipara, entre outras providências, o salário de policiais e bombeiros civis e militares à maior remuneração praticada no Brasil, em Brasília.

“Deixando a modéstia de lado, acho que minha atuação parlamentar, para um marinheiro de primeira viagem, é muito mais profícua, produtiva do que a de outros que têm até mais de três mandatos”, resumiu o deputado.

Bastidores
Já os outros quatro deputados-celebridade tem tido atuação discreta, de bastidor, embora com pertinência legislativa e efetividade práticas. O deputado Tiririca, monossilábico nos primeiros dias de contato com o Parlamento, parecer ter recebido treinamento adequado para começar a se posicionar na imprensa. Ainda na fase de aprendizado, já apresentou três projetos de lei, todos relacionados à área da educação, sua bandeira de campanha.
  • Tiririca, monossilábico nos primeiros dias de contato com o Parlamento, parecer ter recebido treinamento adequado e, ainda na fase de aprendizado, já apresentou três projetos de lei, todos relacionados à área da educação, sua bandeira de campanha
“Graças a Deus, estou bem adaptado. Estou gostando muito. Muita gente me falou: ‘Rapaz, tu vai gostar e se apegar às coisas’. Graças a Deus, a gente está fazendo alguma coisa aqui pelo povo”, declarou Tiririca ao Congresso em Foco, na última sessão plenária antes do recesso de meio de ano, dizendo-se satisfeito com suas primeiras ações no Congresso.

Como Romário, o lado celebridade de Tiririca também vem à tona. Se sua atuação no Congresso ainda não é a de maior destaque, ele foi a estrela do último programa do PR na TV. Com sua indumentária de palhaço, Tiririca foi ao programa dizer ao eleitor que já aprendeu algumas coisas como deputado (na campanha, ele dizia não saber o que um deputado fazia – “Mas vota em mim que depois te conto”, emendava). Ao lado de outros dois palhaços que apresentava como sua mãe e seu pai, ele dizia não tê-los contratado para seu gabinete.

Na ocasião da entrevista ao Congresso em Foco, Tiririca havia acabado de deixar uma reunião de emergência do PR na Câmara, quando fracassou a tentativa de indicação do substituto de Alfredo Nascimento, demitido após uma série de notícias negativas. “Tranquilo, tranquilo. Não foi nada provado. Além disso, o ministro pediu demissão. Tivemos uma conversa agora com o pessoal lá [na liderança do PR] e está todo mundo tranquilo”, completou o deputado, que, a exemplo de Romário, registrou presença em todas as 55 sessões deliberativas deste primeiro semestre.

Compromissos partidários
Stepan Nercessian (PPS-RJ), Danrlei de Deus (PTB-RS) e Acelino Popó (PRB-BA) foram os deputados-celebridade mais discretos deste início de legislatura. São eles que também reúnem o maior número de faltas em sessões deliberativas: 18 ao todo. Popó faltou nove vezes, seis delas sem justificativa; Stepan somou sete ausências, duas sem explicação formalizada; e Danrlei, menos faltoso dos três, tem apenas duas faltas com justificação apresentada à Secretaria Geral da Mesa. A maioria das ausências foi justificada em razão de compromissos partidários, que por vezes implicam viagens para suas respectivas bases regionais.
  • Já Popó apresentou dois projetos de lei. Um deles é o PL 734/2011, que autoriza a criação do Programa Viver de Bem – Sem Estigma e Preconceito no Brasil
Por serem ex-atletas, Danrlei e Popó têm se dedicado a temas relacionados ao esporte – ambos são membros titulares da Comissão de Turismo e Desporto. Danrlei é autor, entre outras proposições, do Projeto de Lei 1682/2011, que estabelece modalidades de incentivo para clubes esportivos que formem ou mantenham equipes profissionais de futebol feminino. A matéria aguarda despacho da Presidência da Câmara.

Já Popó apresentou dois projetos de lei. Um deles é o PL 734/2011, que autoriza a criação do Programa Viver de Bem – Sem Estigma e Preconceito no Brasil, que visa “dar visibilidade aos direitos humanos dos grupos populacionais marginalizados pela discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero”. A matéria aguarda parecer na Comissão de Direitos Humanos.

Pseudo-novato
Presidente do Retiro dos Artistas desde 1999, o também ator Stepan Nercessian não é propriamente um novato na política: ele exerceu mandato de vereador pelo Rio de Janeiro entre 2005 e 2008, tendo sido reeleito para novo mandato, que acabaria em 2012 (ele teve de licenciar para disputar vaga na Câmara). O deputado também presidiu a Funarte no Rio de Janeiro, entre 1999 e 2000, e o Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversão do Rio, entre 1995 e 2007.

Membro titular das comissões de Educação e Cultura e Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, Stepan tem tido desempenho considerado bom nesses colegiados, que representa a fase inicial de tramitação de projetos.
Ele é autor de uma proposta de emenda à Constituição e três projetos de lei. A PEC 15/2011, que aguarda parecer na Comissão de Constituição e Justiça, acrescenta conteúdo a artigos da Constituição para promover a criação de Conselhos de Ética nas Assembléias Legislativas Estaduais e nas Câmaras Municipais, entre outras providências.

Um dos projetos de lei de Stepan, o PL 1503/2011, pretende incluir a terça-feira de Carnaval entre os feriados nacionais. Aguardando parecer na Comissão de Educação e Cultura, o projeto altera a Lei 662/1949, que declara como feriados nacionais os dias 1º de janeiro, 1º de maio, 7 de setembro, 15 de novembro e 25 de dezembro.

O Congresso em Foco fez contato por telefone e e-mail com todos os deputados. A reportagem conseguiu falar pessoalmente apenas com Romário, Jean e Tiririca. Os demais ainda não deram retorno ao site, que está aberto a qualquer hora para registro de declarações dos parlamentares.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Paulo Sérgio Passos é novo ministro dos Transportes

Natuza Nery e Márcio Falcão, na Folha

A presidente Dilma Rousseff convidou o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, para assumir a pasta em caráter definitivo.

Passos entra na cota do PR (Partido da República), embora a legenda tenha dito anteriormente preferir um outro nome com mais trânsito com as bancadas da sigla no Congresso.

Ele aceitou o convite, segundo confirmou em nota o Palácio do Planalto, e assume no lugar de Alfredo Nascimento, que deixou a pasta após denúncia de superfaturamento em contratos.

Dilma chegou a convidar o senador Blairo Maggi (PR-MT) para suceder Nascimento. O ex-governador, no entanto, decidiu não aceitar a proposta por ver impedimentos legais para assumir o posto, uma vez que suas empresas têm contratos com o governo e no setor de transportes.

Maggi é o padrinho político do diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes), Luís Antônio Pagot --também afastado do cargo depois de denúncias de corrupção no órgão e no Ministério dos Transportes.

No Palácio do Planalto, há um temor em relação ao depoimento de Pagot no Congresso na terça-feira. Ele poderia estar magoado com a forma que foi afastado do governo e poderia tentar envolver outros membros do Executivo em novas denúncias.

Câmara de Joinville aprova lei que beneficia quem tem imóveis irregulares

Do Portal do Jornal A Noticia

Hoje, segundo levantamento da administração municipal, há cerca de 28 mil imóveis irregulares em Joinville. São casas ou comércios construídos em desconformidade com a lei vigente na cidade. Falta de vagas de estacionamento, recuo menor que o exigido e mais andares do que o permitido são alguns exemplos comuns.

Para tentar resolver ao menos parte desses problemas, a Câmara de Vereadores aprovou, na semana passada, a quarta versão da Lei Cardozinho, como popularmente ficou conhecida a facilidade de se regularizar residências e empresas após o pagamento de multa à Prefeitura.

Criado em 2007 pelo vereador do PPS, o texto autorizou que quem tivesse imóvel com irregularidade pudesse acertar as pendências com o governo após pagar uma taxa. Para isso, a pessoa recebe fiscais da administração municipal que avaliam as infrações.

Da visita, sai um cálculo com o valor que deve ser pago para se conseguir a regularização.

— Não queríamos dar anistia para ninguém. Cada um pagou os erros do passado. O objetivo era aliviar o Judiciário, regularizar situações sem solução visível e melhorar o caixa da Prefeitura —, conta José Cardozo (PPS), autor do texto.

Já foram publicadas três versões da lei. Em 2008 e 2009, o texto ganhou reedições com pequenas mudanças, como parcelamento do pagamento em até seis vezes e a diminuição do valor da cobrança pela metade, considerada alta no primeiro ano.

Mesmo assim, até hoje, a Lei Cardozinho ainda não atendeu à maioria das pessoas a quem estava destinada. Apenas 2,5% daqueles que pretendiam regularizar sua situação usaram a regra. Isso representa 983 donos de imóveis.

Destes, 689 já pagaram toda a multa e 294 ainda têm pendências com a administração municipal. O pagamento gerou um caixa de cerca R$ 1,5 milhão para o Executivo. O dinheiro, que vai para um fundo dividido entre Seinfra (60%) e Conurb (40%), deve ser usado para melhorias no setor de controle urbanístico.

Para atender a mais gente, o vereador Manoel Bento (PT) reeditou a medida, que agora oferece o parcelamento em até 36 vezes e a diminuição do valor pela metade – cada problema apontado vai custar um quarto de UPM, antes era meia UPM. O petista acredita que, nas primeiras versões, a lei não obteve sucesso porque o ajuste tinha custo elevado e faltavam opções de parcelamento.

— É a melhor solução que encontramos. Pode não ser ideal, mas não estamos apenas regularizando. Fazemos uma análise criteriosa e a pessoa paga multa.

Falta agora a sanção do prefeito Carlito Merss.

Questionamento e resistência

Mesmo indo para a terceira reedição, a Lei Cardozinho enfrentou resistências na Câmara de Vereadores. Na análise do projeto na Comissão de Urbanismo, os técnicos do Legislativo se mostraram contrários ao projeto.

Segundo Maurício Rosskamp, advogado do setor jurídico da Câmara, a proposta deveria ser irregular porque funcionaria como uma outorga onerosa. Ou seja, a pessoa paga para poder cometer a infração.

— O nosso entendimento mostra que a situação é de uma outorga onerosa. Além de a lei não funcionar, já que foram poucos que aderiram a ela, o texto incentiva as pessoas a continuarem praticando irregularidades —, disse na reunião da comissão, semanas atrás.

Lauro Kalfels (PSDB), presidente da Comissão de Urbanismo, também é contra.

— Todo ano, reeditamos a lei e ninguém adere. Isso porque todo mundo sabe que pode continuar construindo errado que no ano que vem a Câmara aprovará outra lei facilitando para eles —, reclama.

Mesmo com as reclamações ouvidas no Legislativo, o Ippuj não vê a proposta dessa maneira. Para Gilberto Lessa, gerente de planejamento, os usuários já cometeram os erros e agora vão pagar pelo equívoco.

— Outorga onerosa é a compra do espaço antes da construção —, explica.

Na Seinfra, as multas das edições da Lei Cardozinho já geraram melhora nos computadores da secretaria e nos equipamentos do setor de controle urbanístico. Já foram gastos R$ 303 mil do total destinado à Conurb. Segundo Giana May Sangoi, gerente de aprovação de projetos, mais pessoas devem procurar o órgão com a diminuição do valor cobrado pela regularização.

— Ao longo das versões, vem diminuindo. Assim, dá a entender que as pessoas podem esperar mais, que ficará mais barato. Mas, pelo menos, mais gente está regularizando os alvarás —, comenta.

Pagar para não perder alvará
Dono de uma empresa de prestação de serviços e empregando 17 pessoas, Augustinho Aparecido da Costa é uma das pessoas que serão beneficiadas com a aprovação da nova Lei Cardozinho. Funcionando no bairro Comasa, a casa que hospeda sua empresa tem um recuo frontal menor do que o permitido.

Dois metros da parede de entrada da casa precisariam ser demolidos para o imóvel estar dentro das regras. Seria como abrir a sala e o quarto da casa de Augustinho.

Além disso, caso não consiga a regularização, em breve ele perderá o alvará provisório que tem para tocar seu empreendimento naquele local. Com isso, precisará alugar um local no Centro para continuar o negócio.

— Não quero que isso aconteça. Trabalhamos com orçamento apertado. Um novo lugar demandaria secretária e isso poderia significar alguém daqui ter que deixar o emprego —, argumenta.

A casa foi construída há 24 anos. Desde lá, passou por poucas alterações. Mesmo assim, Augustinho reclama que a casa só passou a ser colocada como irregular depois da nova lei de zoneamento. “Antes não havia toda essa definição. Virou irregular de uma hora para outra”, diz.
Outro problema que contribuiu para o aumento no número de casas irregulares foi a incorporação de regiões que pertenciam a outras cidades (e tinham outra lei), como os loteamentos Itaipu, Ana Júlia, Jardim Edilene, Gabriela e parte do Estevão de Matos (antes de Araquari), que também fizeram a conta engordar.

sábado, 9 de julho de 2011

PSD de Joinville tem 62% de assinaturas inválidas

Portal do Jornal A Notícia

Mais da metade das assinaturas apresentadas pelos representantes do PSD aos cartórios eleitorais nos oito municípios que integram a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Joinville (SDR) não possuem validade.

De um total de 4.056 assinaturas, 2.517 não passaram pelo crivo do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, o que corresponde à rejeição de 62% do total. Na prática, 1.539 nomes foram autenticados, o que significa que entram na conta das assinaturas necessárias para que a Justiça Eleitoral reconheça a criação do PSD.

A maioria dos erros encontrados nas listas entregues nos cartórios são de assinaturas que não conferem com as das últimas eleições. Há ainda casos de número errado do título de eleitor, de documento cancelado ou de pessoas que não estão registradas naquela zona eleitoral.

— Não são falsificações. Os problemas encontrados são comuns. Se o partido tiver a intenção, pode enviar novamente as assinaturas inválidas com os dados corretos, aumentando sua lista de apoiadores — afirma Iranel Moraes, chefe de cartório da 95° Zona Eleitoral de Joinville.

Números
Mesmo com o alto índice de rejeição de nomes na lista de apoiadores, o PSD de Joinville não está preocupado em mandar uma nova relação atualizada de apoiadores à Justiça Eleitoral. Como são necessárias apenas 3,8 mil assinaturas em todo o Estado (número já obtido), os dirigentes não têm razões para buscar esses nomes.

— Os erros são comuns, mas não há nada incorreto. Conseguimos um bom número de apoiadores e, ao menos que o diretório estadual peça, não iremos nos focar em ter mais apoiadores — fala o deputado Darci de Matos, um dos principais nomes da nova sigla em Joinville.

Para Kennedy Nunes, outra futura liderança do PSD, o número alcançado é mais do que suficiente.

— Ter nomes invalidados é normal, mas o PSD hoje é uma realidade. Precisávamos instaurar a sigla em seis cidades catarinenses, mas colocamos em 70 — observa.}

Em outras cidades catarinenses, o PSD encontrou problemas. Há cerca de 30 dias, em São Lourenço do Oeste, foram flagrados casos de irregularidades nas assinaturas. Até nomes de pessoas mortas faziam parte das listas. O Ministério Público Eleitoral começou a investigar o caso, mas ainda não concluiu a apuração.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Governo sonda Blairo Maggi, mas ele teme que ministério seja ruim para os negócios…

Sondado pelo Palácio do Planalto para assumir o Ministério dos Transportes, o senador Blairo Maggi (PR-MT) prometeu pensar no assunto até o começo da semana que vem. Mas adianta: "Minha inclinação é não ir", informa reportagem de Claudio Angelo, Catia Seabra, Maria Clara Cabral e Dimmi Amora, publicada na Folha desta sexta-feira.

Segundo Maggi, sua situação como empresário do ramo de navegação criaria uma situação "quase intransponível": ou o ministério seria colocado na berlinda, ou os seus negócios ficariam prejudicados. "Não vou colocar minha companhia em risco para ser ministro."
Marcelo Camargo - 7.jul.2011/Folhapress
Maggi (de gravata vermelha) pediu um tempo para avaliar se aceitaria ser ministro dos Transportes
Maggi (de gravata vermelha) pediu um tempo para avaliar se aceitaria ser ministro dos Transportes

Em encontro com lideranças do PR na quinta-feira (7), o deputado Lincoln Portela (PR-MG), o senador Magno Malta (ES), e o ex-titular da pasta Alfredo Nascimento comentaram sobre a possibilidade de Blairo assumir o ministério. Blairo, que estava presente ao encontro, pediu um tempo para avaliar a situação de suas empresas para resolver se aceitaria ou não assumir o posto em nome do partido.

"Ele é um bom nome, mas tem muitas coisas pendentes, coisas de suas empresas para resolver. Ele tem cerca de 5.000 funcionários, tem que ver se vai dar conta", disse Lincoln Portela.

Na prática, a cúpula do partido quer esperar para ver o que realmente pesa contra o senador. Qualquer ação trabalhista, por exemplo, poderia ser um telhado de vidro para o ministro que assumir no lugar de Nascimento


Complementando com Reinaldo Azevedo
Há abordagens que só existem no Brasil, por mais que a gente procure algo similar no resto do mundo. Hoje a imprensa de outros países está aí, leitor, no seu teclado. Algo de bastante perverso está em curso no país, e não é certo que a gente saia da areia. Por que isso? O governo se movimenta para fazer o senador Blairo Maggi (PR-MT), conhecido por ser o maior sojicultor individual do mundo, o novo ministro dos Transportes. É… De algum modo, ele é ligado à área, não é mesmo? Ocorre que Maggi era o chefe político de Luiz Antonio Pagot, afastado do Dnit por suspeita de corrupção. Ainda que o senador ignorasse tudo, o fato é que a solução poderia ser resumida assim: “Sai o afilhado, entra o padrinho”.

E Maggi? Está animado? É aqui que entra o que chamo de nossa abordagem ímpar da política. Ele teme que a nomeação possa ser ruim para os seus negócios. Eu sou viciado em lógica. Às vezes, até sofro por isso (pobrezinho…); não raro, chegam a me classificar de “polêmico” só porque pergunto, como fiz há pouco com Marina, “mas o que isso quer dizer?”. Adiante. Se o cargo de ministro pode ser ruim para os negócios de Maggi, suponho que o de senador seja bom e que o de governador do Mato Grosso tenha sido excelente.

Chegamos a um estágio de rebaixamento da vida pública que já beira a caricatura. É claro que Maggi não está especialmente talhado para o cargo. Mas é preciso nomear alguém do PR. Como fazer então? Onde encontrar o patriota do partido que consiga somar expertise técnica e, digamos, ética para assumir o posto?

E o que diz Maggi em on?
“Vou me reunir com o partido ainda hoje. Acabei de falar com algumas lideranças. O partido vai criar uma comissão para tratar desse assunto com a presidente da República e, portanto , depois de reunido esse grupo, a gente vai tomar uma posição a respeito. Inclusive da permanência no governo ou na solicitação de ficar nesse cargo ou não”.

Heeeinnn? Deixar o governo? Migrar para a oposição? O PR? Não adianta Blairo se candidatar a ministro da Piada porque a fila é gigantesca.

Petista é responsável por 90% das obras do Dnit, diz Pagot

Na Folha

Depois de perder o comando do Ministério dos Transportes sob acusações de corrupção, o PR manda ao governo seu recado: não quer pagar sozinho pelas denúncias que abalaram a pasta e já faz ameaças a petistas que estão na estrutura do órgão, informa reportagem de Catia Seabra, publicada na edição desta sexta-feira da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Ueslei Marcelino - 7.ago.07/Folhapress
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que entrou de férias após suspeitas de corrupção
O diretor afastado do Dnit, Luiz Antonio Pagot, que entrou de férias após suspeitas de corrupção     

Afastado após ter o nome envolvido nas acusações, o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, deu ontem uma prévia de como será seu depoimento sobre o escândalo, programado para terça e quarta-feira no Congresso.

"O Dnit é um colegiado. O Hideraldo manda tanto quanto o Pagot", disse, em referência ao petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária do Dnit, e listando, em seguida, todo o colegiado do órgão.

Pagot e outros três nomes da cúpula do Ministério dos Transportes tiveram o afastamento determinado pela presidente Dilma Rousseff após reportagem da revista "Veja" sobre um suposto esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos ligados à pasta.

Dois --Mauro Barbosa da Silva, ex-chefe de gabinete do ex-ministro Alfredo Nascimento, e Luiz Titto Barbosa, assessor do gabinete-- tiveram a exoneração publicada no "Diário Oficial" na terça-feira (5).

Na quarta-feira (6), Alfredo Nascimento não resistiu às acusações e pediu demissão do cargo de ministro de Transportes.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

'O partido não vai sair sujo', diz Tiririca sobre crise nos Transportes

Na matéria do G1 que segue abaixo, o deputado Tiririca fala que seu partido, o PR, não vai sair sujo no escândalo de corrupção envolvendo o ministério dos transportes. O ministro do transportes Alfredo Nascimento, que acabara de pedir demissão é do partido do deputado Tiririca. Acontece que o partido realmente não vai sair sujo do episódio, a sujeira já está no DNA do partido.
Nos últimos anos, o PR sempre esteve envolvido nos maiores esquema de corrupção no Brasil.
Segue a matéria do G1 com Iara Lemos 
 
O deputado Tiririca participa de reunião da Comissão de Educação e Cultura da Câmara (Foto: Wilson Dias/AB) 
Deputado Tiririca (PR-SP), na Comissão de
Educação e Cultura da Câmara, em  março.
(Foto: Wilson Dias/AB)
Deputado federal mais votado do Brasil, com 1,3 milhão de votos, e garoto propaganda do PR em uma campanha pela ética na política, o deputado federal Tiririca (SP) disse nesta quarta-feira (6) que as denúncias de suposto superfaturamento em obras, que resultaram na queda do ministro Alfredo Nascimento, não devem afetar o partido.

"O partido não vai sair sujo. É uma coisa do ministro e da presidente Dilma. Eu acho que o partido não sai [sujo]"”, disse o deputado.

No começo da noite, Tiririca participou de uma reunião convocada pelo líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG), na qual os parlamentares começaram a traçar o perfil que o partido espera do novo ministro. A presidente Dilma Rousseff deve manter o Ministério dos Transportes sob a responsabilidade do PR.

Tiririca disse que conhece Alfredo Nascimento e o considera “um "cara bacana”". O deputado ainda disse que ficou “tranquilo” com a explicação do líder do partido para a saída de Nascimento do ministério e reforçou que o partido não deve sofrer prejuízos.

“"Ele [Portela] chamou todos nós e falou para a gente que não foi a presidente que demitiu, e sim ele [Nascimento] que pediu demissão.

Esclareceu e deixou a gente bem tranquilo. Da minha parte, eu sai bem tranquilo. Não tem nada a ver com o partido. Ele abriu vida dele, sigilo bancário essas coisas. E eu acho tranqüilo. Conheci ele, estive várias vezes com ele, é um cara bacana, uma pessoa boa. Não vai dar nada para o partido não”", afirmou.

Como garoto propaganda do PR em uma campanha pela ética na política, Tiririca diz que não se sente prejudicado com as denúncias que abalam o partido.

"“De maneira alguma [se sente prejudicado] como integrante do partido. Estou bem tranquilo. Sei do trabalho que estou fazendo, conheço o pessoal que estou trabalhando junto", disse o deputado.
Apesar de defender que o partido está tranquilo, o deputado diz que defende que haja investigação sobre as denúncias feitas. “

"Se tem [irregularidade] ainda não mostraram. Tem de punir mesmo. Se tiver tem de investigar, correr atrás. Nós estamos trabalhando, já mostrei projeto e estamos trabalhando para fazer alguma coisa pelo povo. Estou aqui pelo povo. Estamos usando o poder político para ajudar as pessoas", afirmou.”
Entenda o que levou à saída de Alfredo Nascimento do governo (Foto: Arte G1)

Comento:
A sujeira ao que parece já está no DNA do partido.

Para jornal argentino, Dilma enfrenta 'herança maldita' de Lula

Da BBC Brasil

A saída do segundo ministro de Dilma Rousseff por denúncias de corrupção em menos de um mês representa, segundo um artigo publicado nesta quinta-feira pelo jornal argentino La Nación, uma "herança maldita" deixada à presidente pelo seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva.

Em uma analogia à "herança maldita" que Lula dizia ter recebido na economia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o jornal aponta que os dois ministros derrubados por escândalos - Antonio Palocci, da Casa Civil, no mês passado, e Alfredo Nascimento, dos Transportes, na quarta-feira - eram ligados a Lula, de quem também haviam sido ministros.

"Já ao final de seu bem-sucedido governo, quando se preparava para deixar o poder nas mãos de sua afilhada política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva alardeava ter superado a 'herança maldita' que, em termos econômicos - com dívida e recessão - tinha lhe deixado seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso", diz o jornal.

"Agora, sua sucessora, Dilma Rousseff, enfrenta o desafio de se sobrepor à 'herança maldita' que, na política, parece ter lhe deixado seu padrinho", complementa o texto.

Defesa
O jornal comenta que, ao contrário da defesa que fez de Palocci, que havia sido seu coordenador de campanha e é membro do seu Partido dos Trabalhadores, com o ministro dos Transportes Dilma viu a tarefa de se livrar dele "pessoalmente mais fácil".

O artigo observa que Nascimento não está ligado aos dois partidos majoritários da coalizão governista, o PT e o PMDB, e afirma que sua agremiação, o Partido da República, "tem um peso menor e não poderá fazer balançar o governo com suas exigências, apesar de gozar de bastante influência entre os evangélicos".

Em outro texto, o jornal observa que o PR tem "uma mancha de nascimento", por ter sido criado a partir do antigo Partido Liberal, que teve vários dirigentes acusados de envolvimento no então escândalo do "mensalão", em 2005.

O diário comenta que a situação do ministro se tornou insustentável com a avalanche de denúncias de corrupção publicadas pela imprensa brasileira desde o fim de semana.

"Já bastante debilitado com a renúncia de Palocci no mês passado, o governo tentou ontem se mostrar forte e decidido, ao enfatizar que Dilma já havia retirado o apoio político a Nascimento no fim de semana", diz o texto.

Para o jornal, o grande problema agora para a presidente é que "a imagem da jovem administração de Dilma fica agora muito manchada, sobretudo se for levado em conta que em plena campanha também estourou um escândalo de tráfico de influências que envolveu quem era sua mão direita quando ela era ministra da Casa Civil e foi sua sucessora no cargo, Erenice Guerra".
Veja aqui no Jornal Argentino La Nación

Filho prodígio de ministro ficou rico aos 21 anos

Filho do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), Gustavo de Morais Pereira é um assombro ou seu pai é do tipo que faz milagres. O garoto se tornou empresário aos 18 anos de idade e aos 21 já era sócio de uma das mais importantes empreiteiras do Amazonas, a Forma Construções Ltda. Dois anos depois, os ativos da Forma, cujo capital social não passa de R$ 60 mil, já somavam amazônicos R$ 52 milhões.

Palocci perto desse é “bagrinho”. Imaginem um pacto de 1 mês sem roubar nesse país...

E ainda aparece sem vergonha , caco, jaguára, querendo voltar com CPMF.

Uma lástima em todos os sentidos.

Enviado por: Paulo Curvello
Balneário Camboriú

Ministro Tiririca

Radar Online, Lauro Jardim

A substituição de Alfredo Nascimento virou até piada na Câmara. Silvio Costa saiu aos berros do plenário com a seguinte pérola: “Pior do que está não fica, o ministro é o Tiririca”. O chiste teria mais graça não fosse um detalhe: a enorme votação de Tiririca ajudou a eleger Valdemar Costa Neto, um dos protagonistas do escândalo flagrado no Ministério dos Transportes.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Portal Transparência?

O portal transparência “joinville.sc.gov.br”  certamente é um avanço.

Apesar de a prefeitura tentar fazer crer, que é uma iniciativa própria. Não é.

O portal transparência, é uma determinação federal, ou seja, tem que fazer.

Na prática, para acompanhar esse portal e entendê-lo terá que ser técnico na área e olhe lá.

Jamais será transparente. Se fosse , começaria informando os nomes de quem detém,  cargo comissionado , horário de trabalho e salário.

Podem notar que jamais isso será visto. Serão gráficos e mais gráficos. Mas mesmo assim, é uma ferramenta que servirá para fiscalização dos gastos públicos.

Enviado por: Paulo Curvello