sábado, 28 de abril de 2012

Cachoeira caiu na gargalhada ao ver lista com membros de CPI


Um dos interlocutores do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, afirma que ele caiu na gargalhada ao ver a lista de parlamentares que fazem parte da CPI que o investigará no Congresso, informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição deste sábado da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

Cachoeira, que está preso no prédio da Papuda, em Brasília, teria afirmado estar curioso para saber as perguntas que alguns integrantes, que conhece, farão no dia em que ele for depor na comissão.

A comissão, composta por 16 deputados e 16 senadores, vai investigar as relações do empresário de jogos ilegais com políticos e agentes privados.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Saiba quem assinou e quem não assinou requerimento da CPI Cachoeira

Do Portal G1

A Mesa do Congresso divulgou na tarde desta sexta (20) a lista dos 396 deputados e 72 senadores (veja ao final deste texto) que assinaram o requerimento para criação da CPI mista que investigará as relações com políticos e empresários do bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal.

A maioria dos senadores que não assinaram o documento é do PMDB. Além de Sarney, outros quatro peemedebistas não aderiram ao pedido de instalação da comissão - Eunício Oliveira (PMDB-CE), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Clésio Andrade (PMDB-MG) e Lobão Filho (PMDB-MA). O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que assinou o requerimento, disse na semana passada que a CPI não é “prioridade” para o partido.

Investigado por envolvimento com Cachoeira e alvo de processo no Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres (sem partido-GO) não assinou o documento. Ele já havia dito que não iria aderir por considerar que seria “falso heroísmo”. O senador goiano é suspeito de ter usar mandato para beneficiar o bicheiro. "Eu não faço falso heroísmo. A minha vida toda fui uma pessoa coerente. Assinar [a CPI] teria qual razão? Falso heroísmo?", disse o senador nesta quinta (18).

Em contrapartida, todos os deputados federais suspeitos de envolvimento com o bicheiro assinaram o documento. São eles: Rubens Otoni (PT-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Junior (PP-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP).

Veja aqui a relação dos deputados e senadores que assinaram e dos que não assinaram o requerimento de criação da CPI.

domingo, 22 de abril de 2012

2ª Marcha contra corrupção de Joinville reuniu centenas de pessoas


Do Portal A Notícia

Pessoas das mais diferentes idades e estilos se reuniram na tarde de hoje, em frente ao Fórum de Joinville, com um objetivo em comum: protestar contra corrupção no Brasil.

Segundo a organização, cerca de 500 pessoas participaram da Marcha contra a corrupção e seguiram até o Mercado Público. Eles levantaram três bandeiras: o julgamento do caso do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ainda neste ano, o fim do voto secreto no Legislativo e ainda sobre a corrupção dentro das cadeias.

O tema foi levantado após as reportagens da série "Diálogos Proibidos", do jornal A Notícia, que flagrou conversas de presos em chats eletrônicos.

De acordo com um dos organizadores da marcha, o promotor responsável pela pasta da moralidade pública, Affonso Ghizzo Neto, esta mistura de tribos diferentes traz visibilidade à passeata.

— Eles poderiam estar em casa, no feriado, sem fazer nada. Mas resolveram ir às ruas para protestar e pedir o fim da corrupção — disse o promotor.

Esta é a segunda edição da marcha em Joinville. Ela contou com o apoio de instituições como o Corpo de Bombeiros Voluntários, Associação Empresarial de Joinville (Acij), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entre outros.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Ideli navegando no Rio Cachoeira

Chico Caruso, em O Globo

Partidos começam a indicar nomes para CPI; PCdoB indica deputado flagrado em conversa com homem do esquema Cachoeira

Do Blog Reinaldo Azevedo, na vista Veja

O PCdoB indicar o tal Protógenes ou é piada de mau gosto ou é tentativa de desmoralizar a CPI antes mesmo de ela começar. Este senhor é um dos flagrados em conversas incômodas com um dos principais homens do esquema de Carlinhos Cachoeira: Idalberto Matias, o Dadá. O ex-delegado, que só está livre de um processo (por enquanto) porque se tornou deputado (eleito com os votos de Tiririca, o palhaço assumido) em razão das ilegalidades praticadas na Operação Satiagraha, usou os serviços do araponga. Está mais para investigado do que para investigador. Aqui

Congresso Nacional oficializa criação da CPI do Cachoeira


337 dos 513 deputados e 72 dos 81 senadores assinaram o requerimento de criação da CPMI do Cachoeira.

Marcelo Parreira e Nathalia Passarinho, no Portal G1

O primeiro-secretário do Congresso Nacional, deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), fez na manhã desta quinta-feira (19) a leitura do requerimento que oficializou a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com políticos, autoridades e empresários.

Cachoeira está preso desde 29 de fevereiro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Monte Carlo. Ele é acusado de chefiar um esquema de jogo ilegal em Goiás e de ter montado uma rede de corrupção, infiltrada em governos, que envolveria parlamentares, policiais e empresas.

A sessão do Congresso foi presidida pela deputada Rose de Freitas (PMDB-ES), que assumiu o posto na ausência do presidente do Senado e do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), internado em São Paulo e de licença médica.

Segundo Rose de Freitas, até a manhã desta quinta eram 337 assinaturas válidas dentre 513 deputados e 72 assinaturas válidas dos 81 senadores. Para a criação de uma CPI mista, são exigidas, no mínimo, 171 assinaturas na Câmara e 27 no Senado.

Lido o relatório de criação da comissão, os parlamentares terão até a meia-noite para aderir ou retirar a assinatura.

Fica aberto a partir desta quinta um prazo de cinco dias para os partidos indicarem os 15 deputados e 15 senadores que irão compor a comissão, além de outros 30 suplentes.

Rose de Freitas convocou sessão do Congresso para a próxima terça (24), na qual os nomes indicados pelos partidos para integrar a comissão serão encaminhados à mesa diretora do Congresso.
Aqui

Operação 'Lee Oswald' prende prefeito de Presidente Kennedy por desvio de R$ 50 milhões

No Gazeta Online

O prefeito da cidade de Presidente Kennedy, no litoral Sul do Espírito Santo, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (19) acusado de desviar cerca de R$ 50 milhões. A operação, batizada de Lee Oswald, cumpre 79 mandados judiciais, sendo 51 de busca e apreensão, além de 13 mandados de prisões preventivas e 15 de prisões temporárias. Todas as 28 pessoas já foram presas.
A organização seria responsável por fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de verbas, além de pagamentos indevidos em contratos de serviços e compra de materiais no Espírito Santo. Os policiais federais trabalham com apoio da Controladoria Geral da União e do Ministério Público Estadual.
"A quadrilha era formada pela sobrinha do prefeito, que acumulava a chefia de três secretarias municipais, além do Procurador Geral do Município, integrantes da comissão de licitação, empresários e dois policiais militares, sendo um deles o Comandante da Guarda Municipal. Um membro da executiva estadual do partido político do prefeito também participava do esquema criminoso", segundo a Polícia Federal.

Licitações montadas
De acordo com informações da Polícia Federal, a investigação começou há seis meses e descobriu o prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo dos Santo Quinta, seria o líder da quadrilha. A grande quantidade de recursos municipais era desviada para os membros da quadrilha. As licitações eram montadas a partir de editais que restringiam a concorrência e eram direcionadas para grupos econômicos previamente escolhidos, que simulavam legalidade do processo. Foi identificado, até o momento, o desvio de cerca de R$ 50 milhões.

Crimes
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de crimes específicos previsto na Lei de Licitações (lei 8.666/93).

O nome da operação
Lee Oswald foi considerado responsável pelo assassinato do Presidente norte americano John Kennedy. A ação policial desta quinta-feira (19) possibilita o fim de desvio de recursos públicos na cidade.

O município de Presidente Kennedy
A cidade é a campeã de créditos em royalties do estado, com quase 20% de todo o valor recebido pelo Espírito Santo, o que permite que o PIB per capita alcance padrões superiores aos de países desenvolvidos. Entretanto, o município é o lanterna do ranking educacional no estado e apresenta o 4º pior índice de desenvolvimento humano entre as cidades capixabas, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PUND.

NO CIRCO LIBANÊS, Lula e Sarney tentam dar as cartas na CPI que será criada nesta quinta; Dilma continua a ser tratada como coadjuvante

NO CIRCO LI8BANÊS - Garibaldi, Raupp, Alves, Lula e Temer: em reunião em hospital, preocupação com direcionamento que a oposição pretende dar à CPMI de Carlinhos Cachoeira
NO CIRCO LI8BANÊS - Garibaldi, Raupp, Alves, Lula e Temer: em reunião em hospital, preocupação com direcionamento que a oposição pretende dar à CPMI de Carlinhos Cachoeira
Cristiane Jungblut, no Globo
A mais de mil quilômetros de Brasília, a dupla formada pelo ex-presidente Lula e pelo presidente do Senado, José Sarney, está orientando a estratégia da CPI Mista do Cachoeira - que será criada nesta quinta-feira no Congresso, em sessão marcada para às 10h30m, pela vice-presidente do Congresso, deputada Rose de Freitas (PMDB-ES). Nesta quarta-feira, Lula e Sarney, em tratamento no Sírio-Libanês, receberam mais um grupo de políticos do PMDB. O mesmo Lula que incentivou a criação da CPI, a despeito dos alertas do próprio PMDB e de setores do PT, deu uma ordem expressa: os dois maiores partidos da base devem se unir e usar a maioria para blindar o governo Dilma Roussef e não deixar que a CPI respingue no Planalto.

Estiveram nesta quarta-feira com Lula e Sarney no hospital o vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e o ministro da Previdência, Garibaldi Alves. Na segunda-feira, Lula e Sarney — que já anunciou uma licença médica de 15 dias — receberam os líderes no Senado do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PTB, Gim Argelo (DF), e o do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), além do ex-líder Cândido Vaccarezza (PT-SP).

Segundo relato de um dos participantes da reunião desta quarta-feira, Lula, ao discutir a estratégia, mostrou preocupação com o direcionamento que a oposição pretende dar, priorizando as investigações na empreiteira Delta e no ex-ministro José Dirceu. Pediu que PT e PMDB usem a maioria para tratorar e impedir a aprovação de “requerimentos inconvenientes”.

— Temos que usar a maioria para evitar o que for inconveniente. Vocês têm que unir os partidos aliados, colocar gente de confiança nos postos-chave, e não podem deixar que a CPI desvie do foco e contamine a área do governo — orientou Lula, conforme relatou ao GLOBO um dos interlocutores da dupla.

OBS: Manchete tirada do Blog do Reinaldo Azevedo

terça-feira, 17 de abril de 2012

Oposição faz ato de apoio a CPI no Congresso


Marcelo Pereira, no Portal G1

Deputados e senadores da oposição ao governo fizeram uma ato simbólico na tarde desta terça-feira (17) de apoio à CPI mista que vai investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e empresários. Representantes de PSDB, PPS e DEM se reuniram na Câmara dos Deputados para assinar o requerimento de criação da comissão.

Segundo o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), 12 senadores da oposição já assinaram o requerimento. Ele disse que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que costuma votar contra o governo, também assinou e deve assumir uma das vagas de suplente da CPI.

Mais cedo, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), anunciou que 28 senadores aliados ao governo já haviam assinado o requerimento. Para criar a comissão, é preciso o apoio de 27 senadores. Confirmadas as assinaturas, já haveria apoio mais que suficiente do Senado para instalar a comissão. Na Câmara, são necessárias outras 171 assinaturas.

Na Câmara, a oposição conta que todos os seus deputados apoiem a comissão. De acordo com os líderes, não assinaram ainda apenas os parlamentares que não chegaram a Brasília.

O PSDB já tem mais de 30 assinaturas, mas o líder do partido, Bruno Araújo (PE), garantiu que os 52 parlamentares da bancada em atividade – um está de licença médica – assinarão o documento até as 18h desta terça. A expectativa é que o requerimento seja protocolado em seguida, e a comissão instalada esta semana.

No DEM, já são 23 das 27 assinaturas da bancada. O PPS, com onze deputados, apoiou integralmente o requerimento, e garantiu uma das vagas entre os titulares da comissão. Ela será ocupada pelo líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR). A suplência ficará com Sarney Filho, do PV, com quem o PPS forma um bloco.

Pressão
"Este ato é mais um motivo para pressionar a base governista para que cumpra o seu compromisso, porque também é importante salientar que existe da parte do governo setores que não querem a instalação desta CPI", afirmou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP).

Nesta terça, a ministra das Relações Institucionais negou "recuo" do Planalto quanto à instalação da CPI.

 Para Dias, o governo poderia demonstrar o interesse nas investigações dando à oposição a presidência ou a relatoria da CPI. "O governo daria um sinal de que não deseja abafar a CPI se nos permitisse compartilhar o comando da comissão. Sempre foi uma tradição histórica do Congresso Nacional a divisão de responsabilidade", afirmou o senador.

Segundo ele, a negativa do governo em aceitar que a oposição ocupe um dos postos de relevância dentro da comissão indica que a investigação pode acabar politizada e direcionada. Em entrevistas recentes, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), já havia negado este interesse, e afirmado que "não há assunto proibido na CPI".

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Organização protocola pedido de impeachment contra governador do DF


Camila Campanerut, no UOL Notícias

Integrantes da organização “Adote um Distrital”, que integra o Comitê Ficha Limpa do Distrito Federal, protocolaram na tarde desta segunda-feira (16) um pedido de impeachment contra o governador petista Agnelo Queiroz.

O pedido tem como base as citações sobre Agnelo e seus secretários em gravações registradas pela Polícia Federal em escutas telefônicas realizadas na Operação Monte Carlo, que prendeu o bicheiro Carlinhos Cachoeira e desarticulou um esquema de jogos ilegais em Goiás e no DF.

O pedido foi entregue à Procuradoria da Câmara Legislativa do DF pelo presidente da Casa, deputado Patrício (PT). A Procuradoria tem prazo de cinco dias úteis para dar seu parecer e encaminhá-lo a Patrício. A decisão será monocrática, ou seja, só cabe ao presidente da Casa decidir se o pedido impeachment será aceito ou não.

No ano passado, dois outros requerimentos semelhantes foram feitos por DEM e PSDB, por acusações contra Agnelo de envolvimento em irregularidades no período em que trabalhou na Anvisa e no Ministério do Esporte. Na ocasião, os pedidos foram rejeitados por falta de provas do envolvimento do governador nos casos.

O porta-voz do governo, Ugo Braga, disse que a iniciativa é “golpismo barato, de um pequeno grupo reunido em uma ONG que, em outubro passado, estava acompanhado pelo senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO)” para a mesma finalidade.

Amanhã (17), o PSOL do DF anunciou que irá protocolar uma petição na Câmara Legislativa cobrando a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as acusações contra Agnelo e seus secretários.

Dilma reclama e PT agora tenta pisar no freio da CPI


Diógenes, em O Globo

Insatisfeita com as declarações do presidente do PT, Rui Falcão, que chegou a defender uma mobilização em torno da criação da CPI do Carlinhos Cachoeira, a presidente Dilma Rousseff queixou-se com ministros e petistas. Diante da reação de Dilma, que conversou até com o ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva sobre o assunto, num encontro sexta-feira, o partido já começa a mudar de estratégia. O líder do Senado, Walter Pinheiro, que chegou a defender a CPI, agora admite mudar de posição, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) envie os autos da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, ao Conselho de Ética da casa. Ele reconhece, no entanto, ser difícil reverter a situação, porque "podem dizer que é golpe". Falcão, em vídeo, disse que a CPI do Cachoeira ajudaria a neutralizar o desgaste com julgamento do escândalo do mensalão no STF. Petistas ligados a Dilma criticaram ainda o partido por ter seguido orientação de Lula, que defende a CPI como forma de investigar o governo tucano de Marconi Perillo (GO). Gravações da PF mostram que Idalberto Matias, o Dadá, braço-direito de Cachoeira, trabalhava como segurança na Delta Construções, usada como sede de encontros da quadrilha. A empreiteira abasteceu o esquema de Cachoeira através de empresas de fachada, segundo a PF

PT recua e fala em "rediscutir" CPI

Dilma se queixa do ritmo com que presidente do partido defendeu criação da comissão

Fernanda Krakovics

A presidente Dilma Rousseff não está satisfeita com o presidente do PT, Rui Falcão, por causa da atropelada criação da CPI do Cachoeira. Dilma se queixou com ministros e petistas de que Falcão não podia ter saído atirando - e defendendo a criação da CPI - sem consultá-la antes. Agora, o partido tenta puxar o freio de mão. Com o afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), internado desde sábado com insuficiência coronariana, se as assinaturas forem coletadas a tempo, caberá à vice-presidente Marta Suplicy (PT-SP) instalar a comissão na terça-feira. A preocupação de Dilma com o anunciado descontrole da CPI foi tema da conversa, na sexta-feira, entre ela e o ex-presidente Lula, um dos entusiastas da investigação parlamentar sobre os negócios e relações do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), já admite até abortar a CPI, se o Supremo Tribunal Federal (STF) concordar em enviar os autos das operações Monte Carlo e Las Vegas, da Polícia Federal, ao Conselho de Ética do Senado. Mas ele reconhece que, politicamente, é muito difícil reverter a criação da CPI a esta altura dos acontecimentos. O senador José Pimentel (PT-CE), como membro do Conselho, requereu novamente os documentos, alegando jurisprudência do caso do ex-senador Luiz Octávio (PMDB-PA), quando o Supremo enviara o inquérito solicitado pelo Senado.

- Se mandarem os documentos, e avaliarmos que o que a CPI vai apurar é o que está apurado, aí podemos rediscutir a CPI. Mas confesso que é difícil segurar agora. Podem dizer que é golpe - disse Pinheiro.

Dilma ficou especialmente irritada com o vídeo em que o presidente do PT, Rui Falcão, diz que a CPI ajudaria a desviar o foco e neutralizar o desgaste do julgamento do mensalão no STF, que deve começar em maio. Para Dilma, há o risco de a CPI ser um tiro no pé e paralisar o governo. Governadores e governistas também temem que as investigações virem uma bola de neve e desnudem as relações da Delta Construções com governos de todos os partidos.
Petistas criticam intervenção de Lula

Petistas mais moderados criticam a direção do partido por ter atendido, sem discussão, o desejo do ex-presidente Lula, que vibrou quando integrantes do governo do tucano Marconi Perillo (GO) apareceram nas investigações da Polícia Federal. O ex-presidente não perdoa o tucano por ele ter afirmado, durante o escândalo do mensalão, que Lula tinha conhecimento do esquema. Rui Falcão chegou a defender, em vídeo, que a CPI fosse usada para investigar o que chamou de "farsa do mensalão", que, segundo ele, teria sido montada pelo grupo que circula em torno de Cachoeira.

Depois que forem coletadas as assinaturas necessárias - 171 na Câmara e 27 no Senado -, Marta Suplicy terá que ler o requerimento em plenário, para que a CPI seja criada.

No balanço dos eventuais estragos decorrentes da CPI, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), aposta que a oposição tem mais a perder do que o governo e a base aliada:

- Tem coisas graves que precisam ser investigadas. Não é CPI contra o governo. As denúncias batem pesado na oposição, inclusive em pessoas que se portavam como paladinos da moralidade. Se aparecer qualquer irregularidade no governo, a providência é mandar apurar. Se tiver que romper contratos (com a Delta), rompe. O objetivo é apurar a infiltração do crime organizado no Estado brasileiro, e pega mais gente da oposição do que do governo.

Além de Perillo, as investigações da PF também envolvem o governo petista de Agnelo Queiroz (DF). A ala mais moderada do PT é contra lavar as mãos em relação à administração do Distrito Federal e refuta o argumento de que Agnelo é recém-chegado no partido.

- É um governo do PT. Não dá para contabilizar como governo nosso só quando interessa - diz uma liderança petista.

Ex-líder do governo, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) é contra e não quis assinar a CPI:

- Acho que era preciso aguardar um pouco. Acho uma temeridade abrir uma metralhadora giratória agora que vai perturbar tudo. Há um ambiente de preocupação. Quem tem experiência de CPI sabe que pode ser um instrumento de perturbação para o governo.

A mesma cautela é adotada pelo atual líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

- Eu, Eduardo Braga, pessoalmente sempre acho que CPI, a gente sabe como começa, mas não sabe como termina - diz Braga, estranhando não ter tido nenhuma orientação do Planalto para interferir na instalação da CPI.

sábado, 14 de abril de 2012

Collor e Renan Calheiros vão integrar CPI do Cachoeira

O Globo

Passados 21 anos de seu impeachment na CPI do PC Farias, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) se sentará agora na cadeira dos juízes na CPI Mista que o Congresso instala nos próximos dias para apurar as relações do bicheiro goiano Carlinhos Cachoeira com o mundo político em Brasília. Collor foi indicado na vaga do PTB pelo líder do partido, Gim Argello (DF). E estará acompanhado de caciques do PMDB, como o conterrâneo Renan Calheiros (AL), que renunciou à presidência do Senado para escapar da cassação do mandato por quebra de decoro parlamentar, em 2007. Renan ainda quer levar Romero Jucá (RR) para a CPI.

Nas duas vagas de titular, vou indicar o Vicentinho Alves pelo PR e o senhor Fernando Afonso pelo PTB. Quando eu o convidei, Collor respondeu: “Estou pronto. É missão!” - confirmou Gim Argello, às gargalhadas, quando questionado se a ideia então era barbarizar a CPI.

O líder petebista argumentou que o Collor de 21 anos atrás não existe mais. Que o Collor de hoje, eleito pelo povo de Alagoas, faz um “mandato brilhante” e “é exemplar” como presidente da Comissão de Relações Exteriores.

Em 1992, após 85 dias de investigações sobre desvio de milhões do chamado esquema de PC Farias - testa de ferro de Collor -, o então presidente da República foi incriminado pela CPI e logo depois afastado pelo impeachment. O processo foi para o Supremo Tribunal Federal (STF) e arquivado por falta de provas.

- O Collor já conhece uma CPI por dentro e por fora. Ele foi vítima de uma CPI, então sua ida agora para a CPI do Cachoeira pode ser muito bom. Ele vai para ajudar, é um homem muito experiente. Hoje, é um outro Collor. Vai para ajudar e apurar o que precisar ser apurado - afirmou Gim Argello. aqui

Dilma pede a Lula cautela com CPI do Cachoeira por temer reflexo no governo


João Domingos, de O Estado de S. Paulo 

A presidente Dilma Rousseff reuniu-se nesta sexta-feira, 13, por duas horas e quarenta minutos na subsede da Presidência, na Avenida Paulista, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pedir a ele que tenha cautela ao incentivar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira - que investigará laços de políticos e agentes privados com o contraventor Carlos Augusto Ramos, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais. A presidente teme que as investigações respinguem em seu governo.

Enquanto ex-presidente incentiva, Dilma está preocupada com as proporções que a CPI poderá tomar
Ao lado do presidente do PT, Rui Falcão, Lula tem sido um dos principais incentivadores da CPI do Cachoeira. Eles entendem que com a CPI será possível provar que não houve o mensalão - maior escândalo do governo do PT, ocorrido em 2005, em que parlamentares da base aliada votavam a favor de projetos de interesse do Palácio do Planalto em troca de uma remuneração mensal, conforme o relatório da CPI dos Correios.

Embora não tenha se manifestado publicamente sobre a CPI, há informações de bastidores do governo de que Dilma acha que existe uma possibilidade forte de a CPI prejudicar sua administração. A visão é compartilhada por petistas mais comedidos, que temem a utilização da CPI como palco de vingança política.

Essa ideia foi reforçada depois da volta de Dilma dos Estados Unidos. Recados do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e do senador Delcídio Amaral (PT-MS) que chegaram à presidente classificam a CPI como “de alto potencial destrutivo”.

“O alcance dessa CPI é inimaginável. Só a empresa Delta Construções (que aparece nas gravações telefônicas feita pela Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e recebeu R$ 4,13 bilhões do governo federal por obras do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC) - está presente em quase todo o País, principalmente na construção e reforma de estradas”, disse o senador Delcídio. “Eu já fiz vários alertas sobre isso. Estão brincando com fogo”, afirmou ainda o senador petista.

Delcídio foi o presidente da CPI dos Correios, que apurou o escândalo do mensalão, e sabe que, uma vez em funcionamento, o desdobramento das investigações é algo incontrolável.

A conversa entre Lula e Dilma teve início às 15h10 e terminou às 17h50. Desta vez, o ex-presidente é que foi se encontrar com Dilma, no gabinete de trabalho da presidente em São Paulo.

Para auxiliares da presidente, ela quis falar com Lula para demonstrar a preocupação com a CPI e com a agitação política que pode ocorrer no Senado, que ainda tem de votar projetos de interesse do governo. Entre eles, a flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o que permitirá a mudança no indexador que corrige as dívidas dos Estados com a União.

Conforme bastidores do Planalto, a presidente tem recebido as informações sobre a CPI do Cachoeira sem mudar a expressão do rosto. Não faz comentários, apenas ouve. Os que a conhecem bem já conseguem interpretar a reação. Sempre que se mostra impassível, Dilma está dizendo que não gostou do que ouviu.

Entre os auxiliares mais próximos, Dilma deixou a impressão de que está aborrecida com a forma como o PT está se comportando em relação à CPI.

Primeiro, não concorda que as investigações possam servir para que o partido tente se vingar de uma parte dos meios de comunicação; segundo, acha que a agenda do governo tem caminhos próprios que envolvem acordos com a oposição e não é a mesma do PT; terceiro, não quer paralisar o Congresso.

“A CPI não tem nenhum objetivo de vingança, de acerto de contas. É um instrumento do Congresso para apurar circunstâncias que envolvam agentes políticos, agentes públicos ou privados”, disse Rui Falcão nesta sexta-feira, em Belo Horizonte. / COLABORARAM DAIENE CARDOSO e MARCELO PORTELA

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Alcance da CPI põe PT em colisão com PMDB


Christiane samarco e Eugênia Vanderlei Lopes, no Estadão

Um dia depois de anunciar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as ligações políticas do contraventor Carlinhos Cachoeira, o Congresso e o Palácio do Planalto tomaram um susto com o alcance das investigações, que ameaçam expoentes do governo, a oposição, dentro e fora do Executivo, em Brasília e nos Estados, e pode atingir uma forte doadora de campanha do PMDB e com negócios em vários Estados: a Delta Construções.

Com isso, PMDB e PT entraram em rota de colisão. Apesar do clima de arrependimento, no entanto, já não havia espaço para brecar a CPI. “Agora não dá mais para segurar. Avançamos demais, e não tem retorno”, avisou o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), a petistas que ensaiavam um recuo ontem. “Eu avisei… Esses caras são irresponsáveis”, desabafou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que na véspera recebera em seu gabinete o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para propor a criação de uma CPI mista das duas Casas do Congresso.

“Estamos numa enrascada que não tem fim”, queixou-se ontem um dirigente do PT, defendendo a tese de que é preciso dar um jeito de “melar” a CPI. O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), disse que a única alternativa para reduzir o estrago, a esta altura, é limitar o objeto da CPI ao senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e à arapongagem. Enquanto os petistas reclamavam da falta de articulação do Planalto, que deixou a CPI correr frouxa, aliados diziam que só voltam atrás se houver um pedido público da presidente Dilma Rousseff.

“Ninguém queria ficar com o ônus da recusa e a ideia da CPI acabou vingando no jogo do deixa que eu deixo”, diz o senador tucano Cássio Cunha Lima (PB). “O governo não acreditava que topássemos e nós não achávamos que ele levaria isso adiante.”

‘Vingança’.
Quando a CPI começou a ser discutida, os alvos eram o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o senador Demóstenes ─ em grande parte porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca uma espécie de “vingança política” contra Perillo. O que assustou foi a rede de contatos e negócios de Cachoeira, que percorre prefeituras goianas comandadas por vários partidos e avança de Goiás para o Centro- Oeste, o Sudeste e o Nordeste.

A empresa Delta, que tem vínculos com integrantes do esquema de Cachoeira e entrou na mira da CPI, também tem negócios com o governo federal, com governadores do PMDB, do PSDB e do PT e com prefeituras de vários partidos. Isso explica a irritação do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que foi a Brasília e reclamou da CPI.

Sediada no Rio, a empreiteira ganhou notoriedade depois de emprestar um jatinho para o governador fluminense. Há nove meses, um acidente com um helicóptero em Trancoso, na Bahia, matou sete pessoas, entre elas a namorada do filho do governador Cabral. Foi aí que veio à tona a ligação íntima de Sérgio Cabral como empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta e do helicóptero emprestado à família Cabral.

Além de ser a maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que recebeu R$ 4,13 bilhões do Tesouro nos últimos cinco anos, a Delta também é uma das responsáveis pela reforma do Maracanã. Atua também no governo de Perillo, que deu ontem sinal verde para a CPI. O governador informou ao partido que herdara o contrato de locação de veículos de seu antecessor – Alcides Rodrigues (PP) ─ e desde então não fez um só reajuste de preço, reivindicado pela Delta.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Floripa é melhor que Joinville

Guilherme Gassenferth, no Blog Chuva Ácida

“A minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. Este trecho do famoso poema Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, serve para ilustrar o sentimento em relação à diferença da atenção dada pelo Governo Estadual (o atual e todos os seus antecessores) a Joinville e Florianópolis. Não só pelas palmeiras imperiais que são um símbolo inconfundível de nossa bela cidade, mas pelas aves. Elas representam nossos políticos. Nossa representatividade é pequena e nossos deputados gorjeiam muito pouco. Só isto pode explicar a disparidade do tratamento dado a Floripa e a Joinville.

Analisei a execução orçamentária do Estado de 2011 em todos os recursos específicos onde constavam o nome “Florianópolis” e o nome “Joinville”. Joinville teve investimentos diretos da ordem de R$ 28.266.642,84. E a capital, R$ 59.402.058,36. Joinville recebeu 47,58% do que recebeu Floripa. Não é nem a metade.

Na área da cultura, o Governo do Estado esforçou-se para aprovar no Ministério da Cultura o projeto para captar recursos via Lei Rouanet para a reforma da Ponte Hercílio Luz. Pediram R$ 76,8 milhões, mas ganharam autorização para captar apenas R$ 64,5 milhões. Vejam que eu sou favorável à reforma, é um símbolo de todo o estado. O que me irrita é não ver a mesma disposição em ajudar Joinville. Que fração deste valor seria suficiente para reformar nossos museus da Bicicleta, de Arte, Fritz Alt e do Sambaqui, além da Biblioteca Municipal e da Casa da Cultura? 10%? 5%? 1%? E não vem NADA.

Vamos à área da saúde: em Florianópolis, o Governo do Estado mantém o Hospital Celso Ramos, o Hospital Infantil Joana de Gusmão, o Hospital Nereu Ramos, a Maternidade Carmela Dutra, o Hospital Florianópolis, o Instituto de Cardiologia e o Instituto de Psiquiatria. São sete hospitais. Em Joinville, o Regional, o Infantil e a Maternidade Darcy Vargas. São três.

Na educação: a UDESC em Florianópolis tem 21 cursos. Em Joinville, 9. Como o número de escolas públicas não está muito acessível, não vou pesquisar a fundo. Mas estou certo de que se encontrar, não me surpreenderei se o número de escolas públicas estaduais na capital for muito maior do que em Joinville.

No que diz respeito à segurança pública, em Florianópolis há 12 delegacias e 3 subdelegacias da Polícia Civil. Em Joinville, há 9 delegacias. Em 2007, Floripa tinha 1,1 mil policiais militares e em 2011 nossa Joinville tinha 600. Lá, os bombeiros são militares e custeados pelo Estado. Aqui, são voluntários.

Mas está na infraestrutura viária a maior disparidade. O governo do Estado acaba de entregar a duplicação da SC-401, que faz a ligação da Trindade com as praias do Norte. Além disso, há outras 6 rodovias estaduais dentro de Florianópolis. Há vários elevados e viadutos com investimento do Governo do Estado. Em Floripa, o governo estadual investiu 250 mil em projetos para analisar viabilidade de implantar metrô de superfície. Havia dinheiro reservado para estes estudos em Joinville, mas o governo não executou. E agora estão estudando construir a quarta ponte, com investimentos da ordem de 1 bilhão de reais. Então o Estado faz rodovias, duplicações, pontes bilionárias, elevados e viadutos em Floripa, mas em Joinville não consegue duplicar uma rua?

Sei que Floripa é a capital, que a geografia local é muito diferente, que há várias situações que influenciam esta absurda disparidade entre a maior cidade e economia do Estado e a capital. Mas diferença é uma coisa, pouco caso é outra. Para Floripa tudo e pra Joinville nada? Florianópolis é melhor que Joinville?

É urgente que aumentemos a representatividade de Joinville, não só em quantidade, mas principalmente em qualidade. Joinville tem dois senadores (talvez a única cidade do Brasil a ter dois senadores exercendo o cargo),um deputado federal e três deputados estaduais. E as coisas continuam na mesma toada triste. Nosso prefeito se diz amigo de Lula e parceiro da Dilma, mas a cidade continua à míngua também de recursos do Governo Federal. Nossos representantes têm que gorjear mais.

Não acho que Floripa mereça menos. Mas Joinville merece MUITO MAIS.

Mas a culpa principal é nossa. Antes de acusarmos os políticos, não nos esqueçamos de que jabuti não sobe em árvore. Se eles estão lá, é porque nós os colocamos ali. E caberá a nós tirá-los.

Assessores de Aécio Neves no Senado recebem jetom em estatais mineiras


Fábio Fabrini, no Estadão 

Assessores do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão engordando seus contracheques graças a cargos em estatais mineiras. Três servidores comissionados recebem, além do salário do Senado, remunerações por integrar conselhos de empresas do Estado, governado pelo tucano de 2003 a 2010 e agora sob o comando do aliado Antônio Anastasia (PSDB). Assim, turbinam os rendimentos em até 46%. Ninguém é obrigado a bater ponto no Senado e, nas estatais, são exigidos a ir a no máximo uma reunião por mês.

Nomeado assessor técnico de Aécio em fevereiro de 2011, o administrador Flávio José Barbosa de Alencastro recebe R$ 16.337. No Conselho de Administração da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa), ele tem direito a até R$ 5.852 por mês, totalizando R$ 22.190. A política de remuneração da Copasa, enviada à Comissão de Valores Mobiliários, diz que em 2011 foram reservados R$ 632.100 para o pagamento dos nove conselheiros. Metade é paga como parcela fixa mensal e o restante, conforme a participação nas reuniões. Alencastro foi eleito para o conselho em 15 de abril, menos de um mês após a nomeação no Senado.

Reuniões. Também assessora de Aécio, com salário de R$ 16.337, a jornalista Maria Heloísa Cardoso Neves recebe jetons de R$ 5 mil por mês da Companhia de Desenvolvimento Econômico de MG (Codemig) para participar, obrigatoriamente, de três reuniões anuais do Conselho de Administração. E, por vezes, de encontros extraordinários. Em 2011, foram três. Heloísa foi indicada em 2004, pelo então governador Aécio, e admitida pelo Senado em 2011. Ela diz que sua atribuição é, sobretudo, cuidar de estratégias de comunicação e projetos ligados à área.

Assistente parlamentar do senador, Maria Aparecida Moreira, trabalha como atendente no escritório político do tucano na capital, com salário de R$ 3.202 pago pelo Senado. A Companhia de Habitação (Cohab-MG) lhe garante R$ 1.500 mensais por integrar o Conselho de Administração. Segundo o órgão, os integrantes participam de “até uma reunião ordinária mensal”. A assessora está no conselho desde 2003 e no Senado desde agosto de 2011.

Questionado, Alencastro não se pronunciou. Heloísa Neves e Maria Aparecida disseram que não há irregularidade e que a documentação referente aos conselhos foi entregue ao Senado, sem objeções. A Casa não se pronunciou sobre o acúmulo de cargos.

Aécio informou, via assessoria, que não há vedação legal ou incompatibilidade entre as funções. Alegou que a acumulação indevida, prevista na Constituição, não se aplica a esses casos e que o STF, em medida cautelar, acolheu esse entendimento. Aécio disse que os funcionários cumprem carga horária regular no Senado.

Novas gravações da PF confirmam ligação de Dadá com Protógenes


Rosa Costa, no Estadão Online

Apesar da tentativa do deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) de esconder sua proximidade com Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, pelo menos duas interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostram que da parte do operador do contraventor Carlinhos Cachoeira, a situação era outra. Dadá não apenas fala de sua amizade por Protógenes, como também que chegou a se indispor com o então delegado da PF, Daniel Lorenz, para defender o amigo.

No grampo de mais de 5 minutos, no dia 20 de dezembro de 2011, Dadá conversa com o policial civil Ventura, da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, sobre a nomeação de Lorenz para comandar o órgão. O faz-tudo de Cachoeira diz que Lorenz "é um cara bom", mas acrescenta: "Meu problema com ele é que ele queria que eu botasse o Protógenes na mão dele e esse negócio é o seguinte, cara, você vai para vala com os amigos, né". Dadá e Cachoeira estão presos desde fevereiro, acusados de integrar esquema de exploração de jogo ilegal.

Em outra conversa de 6 minutos, grampeada no dia 14 de janeiro do ano passado, Dadá conta para um determinado Serjão que tentou arrumar emprego no gabinete do deputado Protógenes para uma ex-secretária do deputado Laerte Bessa (PMDB-DF), derrotado nas eleições. No meio da conversa ele diz: "...aí eu liguei para o Protógenes, eu sou muito amigo do Protógenes, ele está na Bahia, na Bahia. Falei Protógenes em seu gabinete como é que tá? Ele disse, tá fechado, não tem jeito de botar mais ninguém". Mais na frente, o diálogo grampeado chama a atenção por ser um dos poucos em que Dadá fala o nome completo de Cláudio Monteiro, chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz, que deixou o cargo na última terça-feira para se defender da acusação de receber propina para favorecer empresas de limpeza urbana. Dadá pergunta a Serjão: "O pessoal foi lá no Cláudio Monteiro ou não....mas que foram, foram, né?". No final, ele retoma o nome do ex-auxiliar de Agnelo para falar da nomeação do diretor do Serviço de Limpeza Urbana (SLU). "Amanhã, os meninos vão estar com Cláudio Monteiro, só pra saber como é que está a questão do SLU, quando é que o João Monteiro assume".

A reação do deputado Protógenes de desqualificar sua ligação com Dadá, com quem ele nega ter "relação de amizade profunda" ocorreu após o Estado divulgar conversas em que eles acertam encontros para tratar dos depoimentos no inquérito da Operação Satiagraha. Comandada por Protógenes, a polêmica operação teve Dadá como um de seus arapongas. Autor do requerimento para criação da CPI que investigaria as relações políticas de Cachoeira, Protógenes afimou nessa quarta-feira, 10, que os diálogos não o impediam de compor a comissão, já que não tinham relação com o sistema de Carlinhos Cachoeira.

R$ 14 milhões: Museu do PT e do Lula será pago com dinheiro público

Bernado Mello Branco, na Folha

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho (PT), vão anunciar amanhã o início da construção de um museu que lembrará as greves de metalúrgicos comandadas pelo ex-presidente Lula no ABC.

As obras devem custar R$ 18 milhões aos cofres públicos, sendo R$ 14,4 milhões do governo federal e R$ 3,6 milhões do município. O valor inclui apenas as despesas com instalações físicas.

O anúncio será feito um dia antes do primeiro ato público de Lula após o desaparecimento do câncer na laringe, sábado, também em São Bernardo. Ele dividirá o palanque com Marinho, que tenta a reeleição, e Fernando Haddad, pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo.

O Museu do Trabalho e do Trabalhador será erguido num terreno de cerca de 10 mil m2 ao lado do Paço Municipal, um dos cenários das greves que antecederam a criação do partido.

Entre as principais atrações, está prevista uma sala que vai recriar, com recursos audiovisuais, o ambiente das reuniões a céu aberto lideradas pelo fundador do PT.

"Não é um museu do Lula, mas é evidente que ele terá uma presença muito forte. Queremos que o visitante se sinta como se estivesse dentro de uma assembleia de trabalhadores", diz Marinho.

Segundo o petista, a parte exterior do edifício deve ganhar uma coleção de ferramentas antigas. "Incluindo um torno similar ao que o Lula usava quando perdeu o dedo", anima-se Marinho.

O convênio com o Ministério da Cultura foi assinado em 2010, mas atrasou devido a problemas burocráticos e só agora começará a sair do papel, com um repasse inicial de R$ 1 milhão da União.

A obra começará pela demolição do prédio que abrigava o antigo mercado municipal da cidade, e poderá ser acompanhada pelo prefeito da janela de seu gabinete.

De acordo com aliados, Marinho, ex-ministro do Trabalho e da Previdência no governo Lula, quer usar o museu como símbolo de sua gestão como prefeito.

Ele é cotado para disputar o governo de São Paulo em 2014, mas afirma não ter intenção de concorrer.

O petista quer recorrer à Lei Rouanet, mecanismo de renúncia fiscal do Ministério da Cultura, para bancar os gastos com o interior do museu. "Isso pode ser mais caro ou mais barato que o prédio. Ainda não sabemos", diz.
Mais aqui

Lula botou fogo para ter CPI antes de saber a exata extensão do “cachoeirismo”; agora petistas falam em melar comissão, mas não sabem como


Do blog Reinaldo Azevedo

Tio Rei avisou aqui, não foi? O nome do problema é “Delta”, a principal construtora do PAC e empresa que teve formidável crescimento depois que recebeu a preciosa consultoria deste grande homem de negócios chamado José Dirceu. Pois é…

“Estamos numa enrascada que não tem fim”. Essa é frase de um dirigente petista, registrada em reportagem do Estadão desta quinta, de Christiane Samarco e Eugênia Rocha. Os petistas, informa o texto, tentam  melar a CPI, mas não veem mais caminho pra isso. Agora quem não quer saber de recuo são os partidos aliados e as oposições. “Só se a presidente Dilma pedir publicamente”, diz um representante da base. Pois é…

O Planalto, por sua vez, acha que o comprometimento de parlamentares com o esquema de Cachoeira tem de ser investigado, mas sem mexer com as empresas. Ah, entendi! Como de hábito, é para pegar corruptos meio pés de chinelo, mas nada de corruptores. É! Muito sofisticado moralmente!

O que deixou o Planalto assustado foi a rede de influências da Delta. De saída, já deu para perceber que na lama em que Lula sonhava ver Marconi Perillo, seu desafeto, e Demóstenes Torres, também pode se afundar Agnelo Queiroz — isso só para começo de conversa. Ainda que PT e PMDB dominem a comissão, sabem como é… Não há meios de patriotas como Cachoeira e o tal Dadá se saírem bem. Essa gente pode ser um canhão solto no convés.

Entre os petistas de mais alto escalão, não há quem não lamente dia sim e dia também a entrada de Agnelo no partido — mais uma obra pessoal de Lula. Não é que a moralidade da legenda seja incompatível com a do governador. É que ele é considerado um trapalhão, e seu, como vou chamar?, “esquema”, meio primitivo. No ano passado, a sua renúncia chegou a ser debatida nas altas esferas partidárias. Ainda quem defenda que ela seja imposta ao governador.

Informa o Estadão que o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), avalia que a única forma de minimizar o estrago é tentar limitar a CPI a Demóstenes Torres e à arapongagem. Pois é… Aí será preciso combinar com os russos.

De governadores aliados do Nordeste chegam ecos para que a CPI deixe a Delta fora do imbróglio. Na sua vingança cega, Lula não avaliou direito os riscos. Apostou na CPI para esmagar a oposição e para destruir Perillo.

Pode ter detonado uma bomba no governo do DF.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Para Dirceu o envolvimento do senador Demóstenes Torres (ex-DEM) com o bicheiro Cachoeira é grave e precisa ser investigado. Já o envolvimento do governador do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT), é uma "rede de intrigas" com denúncias "infundadas".


Daiene Cardoso, na Agência Estado

Réu no processo do Mensalão, o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu acusou a imprensa de tentar poupar o DEM das "ações de sua maior estrela", o senador Demóstenes Torres (GO).

Demóstenes deixou a legenda na última semana após as denúncias de envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira."(É) preciso agir já, antes que abafem o caso Demóstenes", defendeu Dirceu em seu blog.

Ao citar um artigo publicado no site do PT e assinado pelo secretário-geral, Elói Pietá, o ex-ministro diz que a imprensa provoca "o abafamento do caso que envolve o velho partido que já se chamou PFL, PDS, ARENA, UDN..."

Em outro comentário sobre o caso, Dirceu saiu em defesa do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Segundo Dirceu, a imprensa tenta envolver Agnelo em uma "rede de intrigas" com denúncias "infundadas".

"Ainda que ele (Agnelo) conteste e prove a cada nova pseudo denúncia, tentam envolvê-lo no escândalo deflagrado com as revelações sobre a proximidade entre o empresário da contravenção, Carlos Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (GO)", reclamou o ex-ministro.

Apesar das denúncias já terem provocado a queda de Cláudio Monteiro, chefe de gabinete de Agnelo, por suspeita de ligação com o grupo de Cachoeira, Dirceu afirma que as denúncias publicadas contra Agnelo são "distorcidas". "Agem mais ou menos como agem comigo - veiculam a notícia truncada ou distorcida", afirma.

Comento:
José Dirceu é acusado pela Procuradoria Geral da República como chefe de quadrilha no caso do mensalão.

Grampos mostram envolvimento entre o deputado Protógenes e Cachoeira. Detalhe: Protógenes foi quem apresentou o requerimento da CPI cachoeira. O tiro saiu pela culatra.

Do estadão.com

Autor do requerimento de criação de uma CPI para investigar a ligação de políticos com Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar uma rede de jogos ilegais no País, o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi flagrado em pelo menos seis conversas suspeitas com um dos mais atuantes integrantes do esquema do bicheiro goiano: Idalberto Matias Araújo, o Dadá. Os grampos da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, revelam a proximidade do parlamentar com um possível alvo da CPI que deverá ser instalada no Congresso Nacional.

Espécie de faz-tudo do esquema e conhecido araponga de dossiês políticos, Dadá esteve a serviço de Protógenes na Operação Satiagraha e, nas conversas, recebe orientações do ex-delegado sobre como agir para embaraçar a investigação aberta pela corregedoria da PF sobre desvios no comando da operação que culminou com a prisão do banqueiro Daniel Dantas - a Satiagraha. A ligação de Protógenes com Dadá permite questionamentos sobre sua autoridade para integrar a CPI. Os diálogos revelam o empenho do deputado, delegado licenciado da PF, em orientar Dadá na investigação aberta contra ele próprio, no ano passado.

Numa das conversas, Protógenes lembra ao araponga para só falar em juízo. 'E aí, é aquela orientação, entendeu?, diz ele, antes do depoimento de Dadá. As ligações foram feitas para o celular do deputado. Fica evidente a preocupação de Protógenes em não ser visto ao lado de Dadá. Eles sempre combinam encontros em locais distantes do hotel onde mora o deputado, como postos de gasolina e aeroportos. Procurado pelo Estado por três vezes em seu gabinete ontem, Protógenes não foi localizado e também não respondeu às ligações para seu celular.

Dadá foi identificado na Operação Monte Carlo - que o levou e ao bicheiro Cachoeira à prisão, em fevereiro -, como o encarregado de cooptar policiais e agentes públicos corruptos, de obter dados sigilosos para a quadrilha e de identificar e coordenar a derrubada de operações de grupos concorrentes. Ele está preso desde o mês passado, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e exploração de máquinas caça-níqueis.

Em agosto do ano passado, Dadá tratou de seu depoimento no inquérito da Satiagraha com o próprio Protógenes, com o advogado Genuino Lopes Pereira e com o escrivão da Polícia Federal Alan, lotado na Coordenação de Assuntos Internos da PF(Coain-Coger), uma subdivisão da Corregedoria-Geral. O assunto é o mesmo: Dadá e Jairo Martins, outro araponga ligado a Cachoeira e que esteve informalmente sob o comando de Protógenes na Satiagraha, só deveriam se manifestar em juízo.Se integrar a CPI contra Cachoeira, Protógenes investigará dois de seus colaboradores, como indicam os grampos obtidos pelo Estado. O advogado Genuino Pereira afirmou que não conhece Protógenes e negou que seus clientes tenham combinado a versão que dariam em depoimento à PF. Alega que eles se comportaram daquela forma por coincidência. Alan não foi encontrado no local de trabalho.

Com uma imagem de quem se tornaria o 'xerife' da Câmara, Protógenes foi eleito graças à carona que pegou nos 1,3 milhão de votos do palhaço Tiririca (PR-SP) para preencher o total de votos exigidos pelo quociente eleitoral de São Paulo. A iniciativa de criar uma CPI para investigar Cachoeira e seus colegas é, até agora, o auge de sua promessa de campanha.

Nos áudios da Monte Carlo, Dadá trata o deputado por 'professor' e 'presidente'. Uma das interceptações mostra Protógenes sugerindo a Dadá que o encontre num novo hotel. 'Não tô mais naquele não', avisa, num sinal de que os encontros são constantes. No grampo de 11 de agosto de 2011, acertam o local da conversa, mas se desencontram. 'Tá onde?', pergunta. Dadá responde: 'Em frente da loja da Fiat', ao que o deputado constata: 'Ah, tá. Estou no posto de gasolina'. 'No primeiro?', indaga Dadá. 'Isso', confirma o deputado.

Trechos dos diálogos:
Dia 9/8/2011 - 12h57
Protógenes: Alô.
Dadá: Oi professor.
Protógenes: Como é que tá? Tá tudo bem?
Dadá: Já chegou?
Protógenes: Já cheguei.
Dadá: Ah, tá, beleza, é que eu vou voltar lá às 3 horas e depois quando sair de lá a gente se encontra.
Protógenes: Tá bom. E aí é aquela orientação, entendeu?
Dadá: Não... não, já o advogado já falou com a pessoa de lá e a pessoa tá sabendo, por isso marcou eu e o meu parceiro juntos às 3 horas.
Protógenes: Isso, passe a informação para quem for também. Tá bom?
Dadá: A gente se encontra mais tarde.
Protógenes: Tá bom, falou. Um abraço.

Dia 11/8/2011 - 12h06
Dadá: ... a gente podia se encontrar num café no aeroporto. Não é cara?
Protógenes: Tá bom.
Dadá: Sei que procê é complicado. Eu tou aqui com os meninos almoçando.
Protógenes: Eu vou agora almoçar também. Você tá onde, tá na 400?
Dadá: Não, eu tou aqui na SR (?) almoçando com um colega da antiga, me chamou para almoçar aqui na associação...
Protógenes: Tá bom, a gente se encontra antes de eu ir para o aeroporto. Eu te ligo. Tá bom?
Dadá: Me ligue que eu preciso falar com você, é importante.
Protógenes: Vamos ali na... na... me encontre, é o seguinte, indo para o aeroporto, eu te falo e a gente se encontra no meio do caminho ou antes um pouquinho. Tá bom?...

Dia 23/3/2011 - 10h28
Protógenes: Alô.
Dadá: Professor, eu tou aqui na televisão, assistindo.
Protógenes: Eu tive que vir para uma reunião da Comissão de Constituição e Justiça às 10 horas. Eu tou aqui na Câmara.
Dadá: Ah, tá na Câmara? Vai demorar voltar para o hotel, né?
Protógenes: Vou demorar uma hora mais ou menos.
Dadá: Então, eu vou resolver um problema ali e volto pra cá.
Protógenes: Tá bom.
Dadá: Você vai almoçar aqui?
Protógenes: Não, eu vou ter que almoçar na bancada aqui do partido.
Dadá: Então pra chegar aqui é uma hora da tarde. Então, a uma hora eu venho aqui.
Protógenes: Isso.
Dadá: Tá bom. Então, uma hora eu venho aqui.
Protógenes: Tá bom, falou

Escândalo Cachoeira chega ao Palácio do Planalto

Um assessor do Palácio do Planalto informou ao governo ter conversado em 2010 com um dos principais aliados do empresário Carlinhos Cachoeira para tratar do apoio do senador Demóstenes Torres à candidatura presidencial de Dilma Rousseff. O episódio veio à tona após o jornal “O Globo” revelar o contato telefônico entre o subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais, Olavo Noleto, e Wladimir Garcez. Acusado de ser um dos principais nomes do esquema de exploração do jogo ilegal comandado por Cachoeira, Garcez está preso.

Deputados convocam Ideli para falar na Câmara sobre lanchas


Maria Clara Cabral, na Folha

Deputados aprovaram nesta quarta-feira (11), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, a convocação da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

O objetivo do requerimento, de autoria do tucano Vanderlei Macris (SP), é que ela preste esclarecimentos acerca das denúncias de irregularidades na compra de 28 lanchas por parte do Ministério da Pesca, em benefício de empresa privada que arcou com os custos de parte da candidatura de Ideli ao governo catarinense em 2010.

O documento foi aprovado por 8 votos a 7 e contou com o apoio de deputados da base aliada, incluindo PP e PR.

Representante do governo na comissão, o deputado Odair Cunha (PT-MG) lamentou a convocação e admitiu que problemas de deputados com Ideli podem ter contribuído para a derrota. "Primeiro que essa convocação é um absurdo, pois ela não é a responsável pelo ministério da Pesca. Segundo tínhamos um quorum baixo", afirmou.

Ideli comandou a pasta da Pesca antes de ser ministra das Relações Institucionais.

O tucano Macris havia apresentado requerimento também para a convocação do atual ministro Marcelo Crivella, mas por estratégia ele retirou esse documento e apresentou o pedido apenas para Ideli.

Antes, na mesma sessão da Comissão de Fiscalização, o deputado Nelson Bornier (PMDB-RJ) havia apresentado requerimento para a convocação do ministro Alexandre Padilha (Saúde) para que ele falasse de problemas em hospitais do Estado. Mas o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), apareceu na comissão e pediu para que ele retirasse a convocação, com o compromisso de Padilha ir espontaneamente dar explicações.

A posição de Alves irritou alguns peemedebistas, que não votaram na convocação de Ideli.

"Diria que essa convocação foi um misto de vacilos da base e insatisfações de alguns deputados", comemorou Macris.

Senado e Câmara decidem criar CPMI do Cachoeira


Gabriel Castro, na VEJA Online

O Congresso deve mesmo instalar a primeira Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da atual legislatura: a CPMI do Cachoeira, como tem sido chamada provisoriamente pelos congressistas, vai investigar a relação de parlamentares com o contraventor Carlinhos Cachoeira, chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), encontrou-se na tarde desta terça-feira com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A dupla fechou o acordo pela criação da comissão mista. Sem o acerto, o Congresso poderia ter duas CPIs simultâneas sobre o mesmo tema.

Mais cedo, líderes dos principais partidos, incluindo o PT, o PMDB e o PSDB, haviam anunciado apoio à criação da CPMI. Não deve haver dificuldades na coleta das assinaturas necessárias - 171 na Câmara e 27 no Senado, números equivalentes a um terço dos integrantes de cada Casa.
(…)
Tucanos
Depois de se reunir com os senadores do partido, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta terça-feira que a legenda aprovou por unanimidade a criação de uma CPI no Senado. Guerra também defendeu a fusão das comissões das duas Casas para analisar o caso. “Queremos ser ativos na investigação”, disse.

O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), foi um dos primeiros a defender a criação de uma CPMI. O coro ganhou força depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) negou ao Conselho de Ética do Senado o acesso ao inquérito envolvendo Demóstenes Torres. O ministro Ricardo Lewandowski alegou que só comissões parlamentares de inquérito podem obter esse tipo de informação.

Em nota, o PPS também defendeu a criação da CPMI. “Na avaliação do partido, a instalação de uma CPI mista, composta por deputados e senadores, terá mais condições de apurar o funcionamento de toda a rede criminosa comandada pelo empresário e contraventor, preso durante a operação Monte Carlo da Polícia Federal”, diz o texto assinado pelo presidente da legenda, Roberto Freire (SP). Os líderes do PMDB e do DEM no Senado e na Câmara também se dizem favoráveis à investigação.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Paulo Hartung lidera pesquisa para Prefeitura de Vitória


Eduardo Fachetti, no Portal Gazeta Online
Sem o ex-governador Paulo Hartung, o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas lidera
Apesar de estar há meses saindo pela tangente quando perguntado sobre sua candidatura à Prefeitura de Vitória, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB) é, hoje, o preferido de 42,5% dos eleitores. É o que aponta um dos cenários estimulados pela pesquisa da série "Avaliação da Gestão", que mostra em segundo lugar o tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas (14,2%), seguido por Luciano Rezende (PPS), com 10,7%. A petista Iriny Lopes ficaria com a quarta colocação, escolhida por 7,5% das pessoas. José Esmeraldo (PR) aparece com 5%.

O "fator Hartung" é uma das incógnitas do mercado político na Capital e pode mudar as peças do tabuleiro. Prova disso é que pré-candidatos do PSDB, do PPS e do PMDB – no caso, o deputado federal Lelo Coimbra – têm defendido a convergência de forças.
Arte/ A Gazeta 
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O Instituto Futura, responsável pela amostragem, simulou ainda uma disputa sem Hartung. Nessa hipótese, Luiz Paulo seria o primeiro colocado (25,2%). Em seguida, aparecem Luciano (19,3%), Iriny (10,3%), Lelo (6,7%) e Esmeraldo (6%).

Caso o ex-governador entre no páreo aglutinando os apoios dos tucanos e do PPS, o embate com Iriny Lopes teria o apoio de 66,8% do eleitorado. A petista levaria 12,7% dos votos.

Quando os eleitores manifestam voto por livre iniciativa, Hartung é o mais lembrado (11,5%), seguido por Luiz Paulo (7,7%). Iriny é espontaneamente rejeitada por 6,7% dos moradores de Vitória. A rejeição à petista chega a 22,2% na medição estimulada.

Repercussão
“A pesquisa mostra um forte apelo da população ao modelo de gestão que montei”
Paulo Hartung (PMDB), ex-governador

“Pesquisa é apenas retrato de um momento e ainda com margem de erro. Não estou em campanha, nem procurando espaços na mídia a todo custo”
Iriny Lopes (PT) deputada federal

“A pesquisa reflete o que sinto. Os números mostram que nosso projeto é competitivo. Quanto à rejeição, acho índices normais”
Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), ex-deputado federal

“Todas as pesquisas confirmam a nossa competitividade. Agradeço a Deus e aos moradores. O fato de ter baixa rejeição me dá enorme alegria”
Luciano Rezende (PPS), deputado estadual

Manuela D'Ávila lidera pesquisa para Prefeitura de Porto Alegre


Gustavo Hennemann, na Folha

A deputada federal Manuela D'Ávila, pré-candidata do PC do B à Prefeitura de Porto Alegre, aparece em primeiro lugar em pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope nesta segunda-feira (9).

No primeiro cenário considerado, que inclui sete pré-candidatos, a deputada tem 37% das intenções de voto e o atual prefeito da capital gaúcha, José Fortunati (PDT), 28%.

Em terceiro lugar, aparece o deputado estadual Paulo Borges (DEM), com 6%. Já o deputado estadual Adão Villaverde, pré-candidato do PT --partido do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro--, obteve apenas 2%. Indecisos, brancos e nulos somaram 18%.

A pesquisa tem margem de erro de quatro pontos percentuais para mais ou para menos e ouviu 602 eleitores de Porto Alegre entre 29 de março e 1º de abril.

Em outros três cenários sugeridos pelo Ibope, a candidata do PC do B mantém a liderança com, no mínimo, 36% das intenções de voto. Fortunati chega a, no máximo, 29% nos outros cenários. O candidato petista não passa dos 3%.

Também foi perguntado aos entrevistados em quem eles votariam num eventual segundo turno entre a deputada e o atual prefeito. Nesse caso, Manuela D'Ávila obteria 43% e Fortunati, 38%, o que configura um empate técnico.

A pesquisa foi encomendada pelo Grupo RBS e está registrada no TRE-RS com o número 00006/2012.

Os eleitores ouvidos pelo Ibope também avaliaram o atual prefeito. A administração de Fortunati é aprovada por 72% dos entrevistados. O pré-candidato à reeleição é desaprovado por 24%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder.

Manuela D'Ávila tem origem política no movimento estudantil e foi eleita a mais jovem vereadora de Porto Alegre em 2004, com 23 anos.

Em 2006 e em 2010, foi eleita a deputada federal mais votada do Rio Grande do Sul.

Fruet e Ratinho Jr. lideram intenções de voto em Curitiba


Do Gazeta do Povo

Os pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Jr. (PSC) lideram as intenções de voto para as eleições de outubro deste ano, mostra pesquisa Ibope, encomendada pela rádio CBN Curitiba, divulgada neste sábado (7).

No cenário mais completo da pesquisa, com seis pré-candidatos, Fruet figura com 26% das intenções de voto e Ratinho Jr., que é deputado federal, com 24%. O resultado configura empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Na sequência estão o atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), com 16%; o ex-prefeito Rafael Greca (PMDB), com 7%; o deputado federal Dr. Rosinha, com 4%; e a vereadora Renata Bueno (PPS), com 2%. Brancos e nulos somam 9%. Eleitores indecisos totalizam 11% das respostas.

Cenário sem Ratinho Jr.

No cenário sem Ratinho Jr., 37% das intenções de voto ficam com Fruet, seguido por Ducci, com 22%. Greca tem, neste quadro, uma fatia de 11% dos votos. Renata Bueno completa a lista, com 4% das menções. Indecisos somam 14%. e os eleitores que pretendem votar branco ou nulo totalizam 13%.

Cenário com candidatos favoritos

Quando são considerados apenas os candidatos com maior intenção de votos, Fruet tem 32% das intenções e Ratinho Jr., 27%. Pela margem de erro, os dois estão novamente tecnicamente empatados. Neste quadro, Luciano Ducci aparece na terceira posição, com 18% dos votos. Os resultados para brancos e nulos somam 13%, e a porcentagem dos eleitores que declararam não saber em quem votar chega a 11%.

Rafael Greca lidera índice de rejeição

A pesquisa divulgada neste sábado (7) aponta também o índice de rejeição dos candidatos mais votados. O índice é importante para fazer projeções de possíveis movimentações entre as intenções de voto até o dia da eleição. As entrevistas da pesquisa mostram que Rafael Greca tem 49% de índice de rejeição, seguido por Renata Bueno, com 35%; Luciano Ducci, com 32%; Dr. Rosinha, com 31%; Ratinho Jr., que aparece com 28%; e Gustavo Fruet, com 16%.

Eleitor sabe pouco sobre candidatos

Os resultados da pesquisa espontânea mostram que os eleitores de Curitiba têm pouco conhecimento a respeito dos candidatos. Quando possíveis nomes de candidatos não foram apresentados aos entrevistados, 75% não souberam ou não responderam à pergunta.

Com esse tipo de abordagem, 7% disseram que votariam em Gustavo Fruet, 4% em Luciano Ducci e 2% Ratinho Jr. Os 5% restantes são de respostas para candidatos com 1% ou menos das intenções de voto. Houve 7% de eleitores que declararam que votariam branco ou nulo.

Metodologia

A pesquisa, realizada entre 27 e 29 de março, com 812 eleitores, está registrada no TRE-PR sob o número 00001/2012. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O país que Lula promoveu a potência petroleira virou importador de gasolina


Do blog Augusto Nunes, na Veja

Com o título Lembranças da OPEP, o jornalista Carlos Brickmann, sempre brilhante, publicou em sua coluna a seguinte nota:

Lembra quando o Brasil se tornou autossuficiente em petróleo, ia mudar a matriz energética do mundo com o álcool, teria todos os problemas resolvidos com o pré-sal? Bom, o álcool está aí, mas o Brasil o importa dos EUA (aquele álcool que era antieconômico, lembra?)
Quanto à autossuficiência em petróleo, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, informa que vamos importar 80 mil barris diários de gasolina. Traduzindo os números: de 1969 a 2009 não precisamos importar gasolina. Em 2009 voltamos a importar, nove mil barris por dia. Em três anos, a importação se multiplicou quase por dez.

Volto para a constatação: conjugados, o excesso de idiotia e a falta de memória garantem a mansidão bovina de milhões de brasileiros. A manada se contenta com pouco, acredita em tudo e não cobra nada.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cachoeira e Demóstenes queriam chegar até Dilma

Do site Congresso em Foco

O senador Demóstenes Torres (GO) foi orientado pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a trocar o oposicionista DEM pelo governista PMDB para se aproximar do Palácio do Planalto na tentativa de fortalecer seus negócios. Diálogos obtidos pela revista Época mostram como Cachoeira interferia no mandato do senador, reeleito por 2,15 milhões de eleitores goianos em 2010.

"E fica bom demais se você for pro PMDB… Ela quer falar com você? A Dilma? A Dilma quer falar com você, não?", pergunta Cachoeira. O senador responde: "Por debaixo, mas se eu decidir ela fala. Ela quer sentar comigo se eu for mesmo. Não é pra enrolar". O contraventor incentiva o encontro: "Ah, então vai, uai, fala que vai, ela te chama lá". O diálogo, gravado com autorização judicial, ocorreu em abril de 2011, quando Demóstenes era líder do DEM no Senado e um dos principais opositores do governo Dilma no Congresso. O Planalto informou à revista que Dilma nunca recebeu o senador desde que assumiu a Presidência.
Aqui

terça-feira, 3 de abril de 2012

Demóstenes Torres pede desfiliação do DEM para não ser expulso

Do DC

O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) enviou na manhã desta terça-feira ao presidente do Democratas, senador José Agripino (RN), pedido de desfiliação da legenda.

Na correspondência de duas páginas, o senador disse que discorda "frontalmente" da afirmação de que tenha se desviado do programa de seu partido ao ser flagrado em negociações com o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. No comunicado, afirma que o partido fez um prejulgamento público dele.

Com a iniciativa, Demóstenes escapa de responder a um processo disciplinar que provavelmente o levaria à expulsão. O partido abriria processo contra Demóstenes até o início da tarde desta terça-feira. Só esperava o pedido do presidente do DEM Jovem, Henrique Sartori, para dar início ao processo de expulsão.

Em entrevista, José Agripino disse que não havia o que fazer em caso de saída de Demóstenes por conta própria.

— Se ele se desfiliar, que é um ato voluntário e unilateral dele, não nos compete avaliar e comentar esse assunto, porque perde sentido a instauração de processo disciplinar — disse o presidente do DEM.