quarta-feira, 30 de maio de 2012

Documentos desmente insinuações



Do blog do senador José Agripino

O líder do Democratas do Senado, José Agripino (RN), chamou de cavilosa, perversa e descabida a insinuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, teria viajado em avião particular do contraventor preso desde fevereiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Em discurso no plenário do Senado nesta quarta-feira (30), o parlamentar apresentou documentos, passagens aéreas e o voucher do hotel que comprovam a viagem do ministro à Europa, no ano passado, e que Gilmar Mendes jamais viajou em avião particular de Cachoeira quando voltava ao Brasil. "A insinuação feita de que o ministro teria viajado em avião que não de companhia aérea regular é cavilosa, perversa e descabida. Assuntos como esse precisam ser esclarecidos para que possamos fazer juízo de valor e ver quem é quem", disse o líder.

Segundo reportagem divulgada esse final de semana pela revista Veja, Lula teria insinuado a Gilmar Mendes que adiasse o julgamento do mensalão em troca de proteção da CPMI do Cachoeira, caso a "viagem" de Gilmar no avião do contraventor vazasse. Nessa terça-feira (30), o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, acatou e encaminhou para a primeira instância a representação criminal apresentada pelo Democratas, PSDB, PPS e PSol para que o caso seja investigado.

"Esse assunto constrange o país. Houve uma insinuação de prática do delito, que precisa ser investigada. Gilmar Mendes foi extremamente corajoso ao confirmar o teor da reportagem para que instrumento de coação ou suposta coação pudesse ser avaliada pela nação. Afinal, as pessoas vão e a instituição fica e uma instituição como o STF não pode sofrer abalo", disse Agripino.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Lula movido a soberba e a ira

Do Josias de Souza, no UOL

Sete anos se passaram desde que o “mensalão” foi introduzido no léxico da política nacional. E Lula ainda não conseguiu digeri-lo. Com o vocábulo atravessado na traquéia, o ex-presidente enxergou no Cachoeiragate uma oportunidade para regurgitá-lo. Idealizou uma CPI e passou a transitar entre dois dos sete vícios capitais: a soberba e a ira.

Com a alma em desalinho e o organismo sob efeitos de medicamentos, Lula perdeu momentaneamente sua principal habilidade: o faro político. Às vésperas do julgamento do escândalo, passou a atirar a esmo. No encontro com o ministro Gilmar Mendes, um de seus alvos, cometeu o erro supremo. Deu um tiro no pé.

Por formalidade regimental, o requerimento de convocação da CPI elegeu como objeto de investigação a ação da quadrilha de Carlinhos Cachoeira junto a agentes públicos e privados. Para Lula, o bicheiro é mera escada. Escalando-o, pretende chegar à jugular dos que, segundo crê, conspiraram contra sua presidência.

No papel, a CPI é do Cachoeira. Na cabeça de Lula, o nome da comissão é outro: CPI da Vingança. Numa fase em que o raciocínio brota-lhe do fígado, Lula vislumbrou na iniciativa um palco multiuso. Num mesmo patíbulo, faria sangrar o ex-algoz Demóstenes Torres, a revista Veja e o governador tucano Marconi Perillo.

Do sangue dos antagonistas, Lula pretendeu extrair o sumo que engrossaria seu objetivo primordial: a desmontagem do que chama de “farsa do mensalão.” Nesse contexto, dois personagens foram à alça de mira como alvos convenientes: o procurador-geral da República Roberto Gurgel e o ministro Gilmar Mendes. Um prepara-se para exercer o papel de acusador dos mensaleiros. Outro, de julgador.

Lula encontrou-se com Gilmar em 26 de abril. Dias antes, em conversas com amigos petistas, destilava os rancores que nutre pelo personagem. Em notícia veiculada aqui, em 27 de abril, informou-se sobre os pensamentos que embalavam a mente de Lula nos dias que antecederam a conversa no escritório do ex-ministro Nelson Jobim.

Nesse período, Lula cobrava do petismo que avançasse sobre a Veja. Dizia estar convencido de que a revista associara-se ao aparato de espionagem de Carlinhos Cachoeira para produzir reportagens contra o governo dele. E recordava uma passagem protagonizada por Gilmar Mendes.

Citava o célebre grampo que captara conversa de Gilmar com o senador Demóstenes Torres. Atribuída à Abin, a escuta clandestina levara Lula a afastar da direção da agência de inteligência o delegado federal Paulo Lacerda. Ironicamente, a cabeça de Lacerda descera à bandeja após reunião intermediada por Nelson Jobim.

Então ministro da Defesa, Jobim, amigo de Gilmar desde os tempos do governo FHC, levara-o ao Planalto. Recebido no gabinete presidencial, Gilmar referira-se à bisbilhotagem de seu telefonema com Demóstenes como evidência de que o aparato de segurança do governo fugira ao controle. Caminhava-se, segundo ele, para “um Estado policial”.

Pois bem. O Lula dos dias anteriores à nova reunião intermediada por Jobim recordava: embora Demóstenes e Gilmar tivessem confirmado o conteúdo do diálogo, o áudio do grampo jamais apareceu. Algo que o levou a difundir a suspeita de que a escuta fora parte de uma trama da “turma do Cachoeira”. Inconformava-se com o fato de ter sacrificado Lacerda.

Foi contra esse pano de fundo envenenado que Lula pediu a Jobim que agendasse o encontro do mês passado. Revelado o teor da conversa, Jobim tentou vender a reunião como coisa fortuita. Nessa versão, Lula fora ao escritório para matar as saudades do seu ex-ministro e, por uma dessas coincidências da vida, Gilmar encontrava-se no recinto. Uma lorota que, por falta de nexo, Jobim absteve-se de reiterar.

Em privado, Gilmar revela que manifestou o desejo de avistar-se com Lula. Para quê? Não deixa claro. Informado, Lula achou que o encontro lhe seria útil. Como? Sabe Deus. Ou o diabo. Na noite passada, em conversa com o blog, um amigo petista do ex-soberano classificou a iniciativa como “um erro grosseiro.” Por quê?

“O Lula estava armado contra o Gilmar. A chance de uma conversa como essa acabar bem era zero. Deu no que deu: uma guerra de versões. Gilmar diz que Lula quis adiar o julgamento do mensalão oferecendo em troca proteção na CPI. Jobim desmente, mas não é categórico. O Lula também desmente, mas ninguém acredita.”

De fato, o desmentido de Lula foi recebido como algo incompatível com o tamanho da encrenca. Demorou 48 horas. Veio por meio de nota, não de viva voz. Confirmou o encontro. Chamou de “inverídica” a versão de Veja. Mas não trouxe à luz uma versão substituta capaz de traduzir o alegado “sentimento de indignação.”

Em público, Gilmar deu entrevistas reafirmando, em essência, o que dissera à revista. Longe dos refletores, adicionou detalhes que levam os interlocutores a dar-lhe crédito. Contou, por exemplo, que Lula parecia sob o efeito de remédios. Fraco, tropeçou na saída.

O ministro alega que só veiculou o que se passou entre as quatro paredes do escritório de Jobim porque chegou-lhe aos ouvidos a informação de que Lula continuou a tratá-lo como matéria prima de CPI. Quer dizer: deu de ombros para o pedaço do diálogo em que Gilmar lhe disse que suas relações com Demóstenes não ultrapassaram o rubicão da ética. Abespinhado, o ministro levou os lábios ao trombone.

Gilmar não ficou bem posto no enredo. Às portas do julgamento do mensalão, a reunião com um personagem que chama o escândalo de “farsa” pareceu, no mínimo, inadequada. No máximo, um despautério. Lula saiu do episódio em posição ainda mais constrangedora. Ficou entendido que, para embaralhar o julgamento do Supremo, está disposto até a deslustrar sua biografia.

Nesta segunda (28), o advogado de um dos réus da ação penal que Lula gostaria de postergar disse que o lero-lero radioativo produziu o oposto do pretendido. Acha que o STF ganhou razões adicionais para pisar no acelerador. Pior: a hipótese de condenação foi potencializada.

Nesta terça (29), a CPI do Cachoeira –ou comissão da Vingança— realiza mais uma de suas sessões administrativas. Vão a voto, entre outros requerimentos, os que pedem a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); do DF, Agnelo Queiroz (PT); e do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

Em reuniões que entraram pela madrugada, o PT articulava com as infantarias aliadas a aprovação do requerimento de Perillo e a rejeição dos de Agnelo e Cabral. São grandes as chances de Lula degustar o infortúnio do governador tucano. Um personagem que, em 2005, ecoou Roberto Jefferson. Numa fase em que Lula dizia ‘eu não sabia’, Perillo foi ao noticiário para informar que sabia, sim. Ele mesmo cuidara de avisar.

Ainda que PT e Cia. arrastem Perillo para o banco da CPI, como parece provável, a felicidade de Lula será fugaz. O depoimento constrangerá o governador e o PSDB, mas não terá o condão de influenciar os julgadores do STF. Ali, tende a prevalecer a verdade dos autos.

O Evangelho de São João ajuda a entender o que se passa com Lula. Diante de Jesus, Pôncio Pilatos indaga: “Tu és o reu dos judeus?” Jesus responde: “Meu reino não é desse mundo…” Pilatos insiste: “Então, tu és rei?” E Jesus: “Tu o dizes: eu sou rei. Por isso nasci e para isso vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Quem é da verdade escuta a minha voz.” Pilatos replica: “Que é a verdade?” (João, 18, 33-38).

Movido a soberba e tratado pela maioria do PT como um cristo da política, Lula esforça-se para reescrever a história do mensalão. Trombeteia que foi obra da quadrilha de Cachoeira o vídeo que expôs o pagamento de propina a um diretor dos Correios, levando Roberto Jefferson a dar com a língua nos dentes.

Com a visão obscurecida pela ira, Lula esquece de considerar que a propina dos Correios existiu, assim como as revelações que se sucederam a ela: a parceria Delúbio Soares-Marcos Valério, as arcas “não contabilizadas” do PT, os empréstimos de fancaria, os saques na boca do caixa e um infindável etcétera.

No instante em que tiverem de responder à pergunta de Pilatos –“Que é a verdade”— os ministros do Supremo, inclusive os indicados pelo pseudomessias, olharão não para a CPI, mas para os dados recolhidos pela Polícia Federal do ex-Lula e reunidos pela Procurador-Geral Antonio Fernando de Souza, nomeado e renomeado pelo mesmo ex-presidente. Ali está a verdade redentora, não no evangelho segundo Lula.

Reynaldo-BH reconstitui a reunião que pariu a nota concebida para assassinar a verdade

Do Blog Augusto Nunes

REYNALDO ROCHA
Resumo de reunião dos assessores de Lula. Marqueteiros, advogados e jornalistas chapa-branca. O próprio não está presente. Discute-se como formular uma resposta à imprensa sobre os fatos envolvendo o ex-presidente e o Ministro Gilmar Mendes.
Ambiente tenso. Televisores ligadas nos canais noticiosos. Tablets e computadores em permanente pesquisa nos blogs de colunistas e dos jornais e revistas. Lula recusa-se a participar da reunião, esperando o resultado final, que virá do conselho de próceres reunido.
A primeira questão é colocada em discussão. Lula deve dar uma entrevista? Se sim, a qual veículo de comunicação? Com qual teor?
A decisão é unânime. Lula tem que permanecer calado. Alguém, para ter certeza da decisão tomada, resolve consultar Lula por telefone. E sugere ─ como teste ─ o pronunciamento esclarecedor. Ouve um palavrão como resposta. Todos já sabem que Lula não falará.
A tensão cresce. As análises de jornalistas isentos e imparciais (os tais da dita grande imprensa) são demolidoras. Vão da revolta à vergonha. A esgotofesra não consegue conter a enxurrada de indignação. Estão, todos, sem argumentos. Esperam alguma orientação ─ como bons blogueiros de aluguel ─ para saber o que escrever.
Chegam a um acordo. Uma nota oficial.
Um ex-ministro da Justiça, atarefado com a defesa de bicheiros e bandidos do mesmo quilate, adverte para o risco de Lula declarar algo que possa ser desmentido posteriormente, até mesmo na esfera judicial.
Novo impasse. O homem não irá falar. E não dá para assinar uma nota oficial. Volta-se à estaca zero. Enfim aparece a solução! A nota será assinada pelo Instituto Lula. Pessoa jurídica que não mente por absoluta incapacidade (factual e legal) para tanto: empresas nunca mentem, só seus dirigentes. Se der problema, será coisa do administrador do Instituto. Que não é Lula.
Resolvido o detalhe da assinatura da nota (mais ou menos) oficial, passa-se ao texto.
O PARTO DO MONSTRENGO 
A tensão está no limite. Todos têm na cabeça a mesma pergunta que ninguém tem coragem de expressar: alguém vai acreditar? Pior que todos sabem a resposta.
Depois de dez rascunhos e centenas de hesitações, a nota finalmente encontra um início.
“Sobre a reportagem da revista ‘Veja’ publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF Gilmar Mendes sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:”
Alguém lembra que Nelson Jobim, o estuprador de Constituições, já havia dito que não esteve presente em todos os momentos da conversa. Assim, a nota começa com o desmentido do desmentido. Ninguém se entende na sala. Afinal, o que seria melhor? Obrigar Jobim a desmentir o que disse ─ agora afirmando ter presenciado toda a conversa, o que era a única verdade ─ ou insistir na tese da ausência nos momentos cruciais da negociação/chantagem? Acabam decidindo que, se alguém ficar com a pecha de mentiroso, melhor que seja Jobim. Ele haveria de entender.
Mas como qualificar o fato? Reunião? Audiência? Conversa? Mais discussões. Melhor “encontro”, palavra suficientemente vaga para ser aplicada ao enlace do casal de amantes num motel ou à festa de fim de ano das ex-alunas do Colégio Sion.
Restam os fatos. Como tocar no assunto? Já estão todos de acordo quanto à citação expressa da revista VEJA. Lula não admitiria deixá-la de fora. Como foi citada (pior, foi ela quem divulgou a matéria),  então os fatos teriam de ser rebatizados de …versão! Suspiro de alívio. O monstrengo está tomando forma. Um mais esclarecido lembrou-se: versão do jornalista? Desta vez não dava para culpar o Policarpo. Versão do Cachoeira? De novo, problemas à vista. Ainda está preso. Versão da direita raivosa? Embora esteja sempre por trás de tudo, ela não compareceu ao “encontro”. A versão teria que ser do ministro!
Nova rodada de água com Lexotan. É suspensa a distribuição de cafés e chás de qualquer espécie. O homem é um ministro do Supremo! Solução: a versão é da revista VEJA, que a atribuiu ao ministro.
Mas a revista não afirmou que o ministro havia confirmado o teor do “encontro”?, pergunta alguém, imediatamente expulso do recinto para aprender a não tumultuar os trabalhos com meros detalhes. Não há tempo a perder com miudezas. Gilmar Mendes, afinal, há de entender o momento delicado urdido pelas oposições com vistas a derrubar Lula…derrubar Dilma … derrubar os avanços do governo mais popular da história deste país!
O ARGUMENTO QUE FALTAVA
Continua a confecção da nota quase oficial.
“1. No dia 26 de abril, o ex-presidente Lula visitou o ex-ministro Nelson Jobim em seu escritório, onde também se encontrava o ministro Gilmar Mendes. A reunião existiu, mas a versão da Veja sobre o teor da conversa é inverídica. ‘Meu sentimento é de indignação’, disse o ex-presidente, sobre a reportagem.”
Este trecho ─ todos concordam ─ é o cerne da nota oficiosa. A resposta. A porrada nas acusações mentirosas. O argumento que faltava aos blogs progressistas. Portanto, é necessário cuidado! Discute-se de início se seria razoável admitir que houvera (ou não) o “encontro”. Não dá para negar. Motoristas, ascensoristas, copeiros e serviçais (essa gente que gosta de aparecer em CPI’S) acabariam confirmando a presença de Lula e Gilmar no escritório de Jobim. A discussão esquenta. O “encontro” virou reunião.
Já que a reunião (o revisor será demitido amanhã pela manhã!) aconteceu, restam as alternativas de sempre. Lula não sabia! O problema é que desta vez não há o que “não saber”. Não sabia que não podia tentar corromper um ministro? Ou intimidar um juiz? Ou, ainda, chantagear um dos julgadores do mensalão? Não, definitivamente não é caso para outro “não sabia”.
Desta feita, o argumento sempre disponível não cabe. O pânico se espalha entre os escribas de aluguel. Algum gênio da linhagen frankliniana sugere a alternativa já largamente utilizada: “é algo que todo mundo faz”. Não, não é. Uma pesquisa no Google informa que não existe um único episódio na história do Brasil que possa sustentar o argumento do “sou, mas quem não é?” Nada. Desta vez – todos os arquitetos do lulopetismo admitem constrangidos – Lula foi longe demais. Inovou perigosamente.
Resta desmentir. Peremptoriamente. De modo cabal. Mas ─ alerta outro marqueteiro presente ─ não seria perigoso desmentir um ministro do Supremo Tribunal Federal?
Nova pausa para consultas e avaliações. Consulta-se o advogado ─ que interrompe de novo o esforço para livrar da cadeia o cliente de R$ 15.00.000,00 ─ em busca de (mais) uma saída. Até por ser caro e estar habituado a clientes com perfil de bandidos, o advogado alerta: não dá. É arriscado demais acusar de mentiroso ─ ou criminoso ─ um juiz do STF.
Então a coisa ficará assim, sem desmentido? Isso jamais! A versão passa a ser da revista VEJA. Não do ministro (ok, ok, vamos esquecer que o ministro, na mesma entrevista, confirmou o teor da reunião). Caso surjam problemas, Lula nunca disse que o ministro mentiu. A desmentida foi a revista, que publicou uma versão.
Em frente! Liberado o cigarro na sala. Alguém pergunta se a “porra da cachaça do Lula” ainda está na gaveta debaixo da escrivaninha.
Pronto! Dada a resposta. O resto será completado com declarações de princípios, uma das quais reafirmará que nunca antes neste país um presidente teve em tão alta conta o Poder Judiciário.
Por telefone, Lula ouve a leitura da nota oficiosa. Outro esporro. Quer dizer que o grupo reunido por mais de 6 horas não preparou sequer um discurso de “autoria” do chefe?
Voltam todos para o término da missão. Há que se colocar, na nota, uma declaração definitiva do próprio Lula. Mais 2 horas de intensas elucubrações sobre o momento doloroso que Lula enfrentava, frente à “versão da VEJA” sobre o “encontro”.
COMEMORAÇÃO PRECIPITADA
O resultado do esforço coletivo finalmente aparece: “Estou indignado!”. A declaração mais sucinta da história política do planeta. O poder de síntese levado ao extremo! O gênio da raça em seu momento mais glorioso. O bichinho palanqueiro resumindo numa frase outro episódio de mau-caratismo explícito de opositores.
E basta! Mais um é convidado a retirar-se da sala por ter proferido a inconveniência: “Gente, quem fica indignado se indigna com algo! Com que ou com quem Lula está indignado? Com Gilmar? Jobim? Com a VEJA? Com a vida? Com Obama?”
“2. Luiz Inácio Lula da Silva jamais interferiu ou tentou interferir nas decisões do Supremo ou da Procuradoria-Geral da República em relação a ação penal do chamado mensalão, ou a qualquer outro assunto da alçada do Judiciário ou do Ministério Público, nos oito anos em que foi presidente da República.”
“Ação penal do chamado mensalão”? Como assim? O correto não seria “ação penal derivada da FARSA do mensalão!”. A besta do revisor deixou passar….Como prudência e caldo de galinha nunca fazem mal, melhor limitar o prazo aos OITO anos de presidência. Depois, bem , depois destes anos a nota não tem nada a dizer.
“3. “O procurador Antonio Fernando de Souza apresentou a denúncia do chamado Mensalão ao STF e depois disso foi reconduzido ao cargo. Eu indiquei oito ministros do Supremo e nenhum deles pode registrar qualquer pressão ou injunção minha em favor de quem quer que seja”, afirmou Lula.”
Lula fica possesso ao saber que a nota já fora enviada aos jornais com a referência ao procurador Antonio Fernando. Quem foi o desavisado que esqueceu de lembrar a FARSA criada pelo ex-procurador? Parece até que Lula concorda com a denúncia! Tem motivos para comentar o escorregão com voz alterada.
“4. A autonomia e independência do Judiciário e do Ministério Público sempre foram rigorosamente respeitadas nos seus dois mandatos. O comportamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o mesmo, agora que não ocupa nenhum cargo público.”
Mais um deslize que só depois da publicação da nota oficiosa foi notado: a acusação de agir FORA da Presidência como agiu quando a exercia.
Fim da reunião. Todos respiram aliviados. O texto já está em circulação. Comemora-se mais uma crise vencida. A verdade oficial está apresentada. Lula não se expôs a nenhum processo. Nem precisou assinar a nota. Os participantes da reunião se preparam para a retirada quando Gilmar Mendes aparece na TV para reafirmar o que disse. Não foi uma versão da revista; foram fatos. Não foi uma reunião; foi uma cobrança recheada de ameaças. Jobim a tudo ouviu e até tentou ajudar Lula na argumentação, usando o suspeitíssimo Protógenes, o suplente de palhaço. E ainda acrescentou detalhes.
Faz-se um profundo silêncio na sala do Instituto Lula. Até que alguém se levanta e desliga a televisão. Alguém comenta: “Amanhã vai chover…” Todos vão embora.
Pano rápido.
Ficção? Certamente…
Nenhum autor conseguiria escrever um roteiro tão cheio de erros quanto este. Pleno de dubiedades. Um texto que começa e termina sem afirmar nada. Uma peça assim teria que ter, necessariamente, uma plateia de idiotas e imbecis.
Só gente assim acreditaria na verossimilhança do teatro de horrores, onde a ignorância faz par com a ofensa. Ignorância do autor que ofende a inteligência dos espectadores.
Melhor devolver o valor do ingresso.

Faltou espaço para a verdade nas 230 palavras que só explicam a mudez de Lula


Da coluna do Augusto Nunes

A nota do Instituto Lula sobre as revelações do ministro Gilmar Mendes explica a súbita mudez do  presidente mais falante da história; como costumam fazer os clientes do doutor Márcio Thomaz Bastos, Lula está sem voz há três dias para não produzir provas que o incriminem ainda mais. Melhor assim. Caso quebrasse o silêncio para recitar em público o bisonho palavrório costurado pela assessoria de imprensa, o protetor dos mensaleiros não passaria dos dois pontos que encerram o primeiro parágrafo:

Sobre a reportagem da revista “Veja” publicada nesse final de semana, que apresenta uma versão atribuída ao ministro do STF Gilmar Mendes sobre um encontro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 26 de abril, no escritório e na presença do ex-ministro Nelson Jobim, informamos o seguinte:

“Versão da Veja” coisa nenhuma. “Atribuída ao ministro” coisa nenhuma. O colecionador de embustes não escaparia de ouvir que a revista se limitou a publicar declarações feitas por Gilmar Mendes ─ reiteradas e ampliadas desde sábado, aliás, em entrevistas concedidas a jornais e emissoras de TV. Num tom respeitoso que colide frontalmente com o atrevimento de Lula no encontro agenciado por Nelson Jobim, a nota procura apresentar o ministro como vítima de mais uma trama de jornalistas ardilosos. Haja cinismo.

Se repetisse a falácia numa entrevista coletiva, a cada três frases o ex-presidente gaguejaria meia dúzia de “veja bem”, algo equivalente a trinta piscadas de Rui Falcão. Se ousasse declamar o trecho da nota em que jura respeitar a autonomia e a independência do Ministério Público e do Judiciário, os risos da plateia poderiam levá-lo a reprisar a palidez de  Aloízio Mercadante no dia da revogação da renúncia irrevogável. O craque do microfone só existe em apresentações para auditórios domesticados.

A palavra verdade não aparece uma única vez entre as 230 que compõem o documento medroso, esquivo, dissimulado. É sempre assim. Não há espaço para o substantivo inquietante em textos ditados por quem mente.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Há 20 anos, o Brasil renunciava a Collor



Da revista Veja
Em sua edição de 27 de maio de 1992, VEJA publicou uma reportagem de capa com as denúncias de Pedro Collor contra seu próprio irmão, o então presidente Fernando Collor de Mello. Em companhia da mulher, Maria Tereza, e de uma irmã, Ana Luiza, Pedro Collor deu uma entrevista de duas horas à revista. A mulher e a irmã de Pedro Collor foram testemunhas de suas declarações, e chegaram a colaborar em algumas respostas. “PC é o testa de ferro do Fernando”, afirmou Pedro a VEJA. ” O Paulo César é a pessoa que faz os negócios de comum acordo com o Fernando. Não sei exatamente a finalidade dos negócios, mas deve ser para sustentar campanhas ou manter o status quo“, prosseguiu. Nos quatro meses seguintes, a revista lançou mais catorze capas sobre o esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias, o PC. VEJA acompanha a trajetória de Collor desde 1989, quando o político apareceu pela primeira vez na capa da revista – e hoje é um dos principais alvos da artilharia do político contra a imprensa. Confira a seguir a ascensão e queda de Collor retratadas nas páginas de VEJA.
A inchada burocracia brasileira já era alvo das denúncias de VEJA havia muitos anos quando Fernando Collor de Mello, então governador de Alagoas, começou a combater a praga dos supersalários no funcionalismo de seu estado. Foi por causa dessas medidas de ajuste da máquina governamental que o político alagoano apareceu pela primeira vez na capa de VEJA, em 23 de março de 1988. A expressão “caçador de marajás” foi usada como um dos slogans de Collor nas eleições do ano seguinte, as primeiras diretas para presidente depois do regime militar.
Em disputa com Lula no segundo turno, Collor saiu vencedor. VEJA registrou o caráter acirrado da campanha em dezembro de 1989: “Collor – Vitória num país dividido”, dizia a chamada de capa sobre sua eleição. Instalado o novo governo, o país foi surpreendido com o mais traumático de todos os planos econômicos – aquele que confiscou a poupança e a conta-corrente dos brasileiros. O Plano Collor se mostraria um fiasco retumbante naquela que era sua principal missão, acabar com a inflação no Brasil.
Os seguidos fracassos na área econômica, acompanhados de trapalhadas políticas nos dois primeiros anos de mandato, colocaram o governo Collor na berlinda. Mas o pior ainda estava por vir. Em maio de 1992, VEJA publicou uma histórica reportagem de capa com as denúncias de Pedro Collor contra seu próprio irmão, o presidente Fernando.
Nos quatro meses seguintes, a revista lançou mais catorze capas sobre o esquema de corrupção organizado pelo tesoureiro de campanha do presidente, Paulo César Farias, o PC. Sua proximidade com Collor escancarou as portas para que ele se metesse em todos os cantos do governo, do Palácio do Planalto ao Banco Central, passando por diversos ministérios. PC nomeou, demitiu e influenciou as decisões do governo. Comandando um esquema de poder paralelo, traficou influência e desviou recursos públicos, como ficaria provado por uma série de documentos revelados por VEJA naquele tempo.
A população foi às ruas pedir a saída do presidente, enquanto o Congresso e o Judiciário (o Judiciário tb?) puseram-se à caça de Collor. Em 29 de setembro de 1992, Collor caiu. O “caçador de marajás” tornou-se o primeiro presidente da história política brasileira a sofrer um processo de impeachment.
A expulsão da “República de Alagoas” de seu paraíso terrestre, os cofres públicos, foi uma vitória da sociedade brasileira. A renúncia do presidente Fernando Collor e a subseqüente suspensão de seus direitos políticos pareciam a catarse perfeita depois de longo período de sofrimento. VEJA foi instrumental na higiene política que culminou com a saída de Collor. Até o impeachment, publicou dezenas de reportagens que expuseram as entranhas de uma capilar organização criminosa dedicada a pilhar as fontes de riqueza estatais e privadas do país. Para VEJA, 1992 foi “O ano glorioso em que nos livramos delle”. O Brasil nunca vira antes tamanha desfaçatez de homens públicos. Conseguiu livrar-se de um presidente corrupto, chefe de uma quadrilha que violava a Constituição e levava o país para o abismo.
O presidente deixou o Planalto em 2 de outubro, caminhando de mãos dadas com sua mulher, Rosane, entre uma multidão que vaiou até o casal entrar, pela última vez, no helicóptero presidencial. Em 29 de dezembro, para evitar o impeachment, Collor renunciou ao cargo momentos antes de o Senado julgá-lo culpado, cassando-lhe o mandato e os direitos políticos por oito anos, até o ano 2000. Passados mais de quatro anos da renúncia, o ex-presidente conseguiu defender-se em todos os processos e acabou livrando-se da cadeia.
Para Fernando Collor, seus amigos e sua família, os cinco primeiros anos após a renúncia foram de sofrimento e ostracismo. Sua mãe vegetou numa cama de hospital e faleceu sem recuperar a consciência. Seu irmão Pedro Collor, que o denunciara, morreu de um câncer no cérebro. Seu braço-direito, Paulo César Farias, fugiu do Brasil, voltou algemado e, em 1993, foi preso e condenado. Acabou assassinado no dia 23 de junho de 1996, em sua casa de praia em Maceió, ao lado da namorada, Suzana Marcolino.
Collor mudou-se para Miami com Rosane e lá ficou, em silêncio, até outubro de 1997, quando voltou ao Brasil para acompanhar o demorado julgamento de seu recurso ao Supremo Tribunal Federal. Ele esperava que o STF decidisse pela anulação do impeachment, e ele pudesse concorrer nas eleições presidenciais do ano seguinte. Em fevereiro de 1998, o Conselho do Contribuinte, em Brasília, anunciou que o ex-presidente havia sido liberado de um pagamento de 4 milhões de reais em impostos cobrados pela Receita Federal. Restou uma multa de 1 milhão.
Em 2000, Collor tentou em vão candidatar-se a prefeito de São Paulo. Dois anos depois, autorizado a retomar sua vida política, Collor queria espantar o passado e voltar à carreira pública. Candidato ao governo de Alagoas, chegou a ficar em segundo lugar na disputa, com 37% das intenções de voto. Mas o passado insistia em assombrá-lo. VEJA descobriu que Collor seria indiciado pela Polícia Federal pelo crime de evasão de divisas. Seria formalmente acusado de desembolsar 2,2 milhões de dólares para patrocinar uma farsa – o Dossiê Cayman, um conjunto de papéis forjados que atribuíam a quatro tucanos, FHC entre eles, a propriedade de uma conta bancária secreta no exterior.
Conseguiu, contudo, eleger-se senador por Alagoas em 2006. Em 2012, passados 20 anos do impeachment, Collor uniu-se aos radicais do PT – partido que ajudou a tirá-lo do poder – na tentativa de se vingar da imprensa. Para tanto, usou como palco a CPI instaurada no Congresso para investigar os tentáculos políticos de Carlinhos Cachoeira. A tentativa de achaque, contudo, foi rechaçada pelos demais membros da comissão. E tornou Collor alvo de duras críticas de seus pares.

Em nova entrevista Gilmar Mendes detalha chantagem que sofreu do ex presidente Lula


"Lula entrava várias vezes no assunto da CPI", revela Gilmar Mendes  Gil Ferreira/Divulgação

Do Jornal Zero Hora

O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Gilmar Mendes passou o dia tentando evitar falar da polêmica causada com a matéria da revista Veja na qual ele contou a pressão que sofreu do ex-presidente Lula para adiar o julgamento do mensalão.
Fervoroso defensor do julgamento, Mendes não queria polemizar com o ex-ministro Nelson Jobim, que depois da divulgação da matéria negou que a conversa tivesse sido no sentido de interferir no julgamento a ser feito pelo STF. O encontro entre Mendes e Lula ocorreu no escritório de Jobim, em 26 de abril, em Brasília.
Ao conceder entrevista ao jornal Zero Hora no começo da tarde, Mendes demonstrou preocupação com o atraso para o início do julgamento e disse que o Supremo está sofrendo pressão em um momento delicado, em que está fragilizado pela proximidade de aposentadoria de dois dos seus 11 membros. [Segue a transcrição integral da entrevista que está no site do jornal Zero Hora, de Porto Alegre]

Confira o que disse o ministro em entrevista ao jornal Zero Hora  por telefone:
Zero Hora — Quando o senhor foi ao encontro do ex-presidente Lula não imaginou que poderia sofrer pressão envolvendo o mensalão?
Ministro Gilmar Mendes — Não. Tratava-se de uma conversa normal e inicialmente foi, de repassar assuntos. E eu me sentia devedor porque há algum tempo tentara visitá-lo e não conseguia. Em relação a minha jurisprudência em matéria criminal, pode fazer levantamento. Ninguém precisa me pedir para ser cuidadoso. Eu sou um dos mais rigorosos com essa matéria no Supremo. Eu não admito populismo judicial.
ZH — Sua viagem a Berlim tem motivado uma série de boatos. O senhor encontrou o senador Demóstenes Torres lá?
Mendes — Nos encontramos em Praga, eu tinha compromisso acadêmico em Granada, está no site do Tribunal. No fundo, isto é uma rede de intrigas, de fofoca e as pessoas ficam se alimentando disso. É esse modelo de estado policial. Dá-se para a polícia um poder enorme, ficam vazando coisas que escutam e não fazem o dever elementar de casa.
ZH — O senhor acredita que os vazamentos são por parte da polícia, de quem investigou?
Mendes — Ou de quem tem domínio disso. E aí espíritos menos nobres ficam se aproveitando disso. Estamos vivendo no Supremo um momento delicado, nós estamos atrasados nesse julgamento do mensalão, podia já ter começado.
ZH — Esse atraso não passa para a população uma ideia de que as pressões sobre o Supremo estão funcionando?
Mendes — Pois é, tudo isso é delicado. Está acontecendo porque o processo ainda não foi colocado em pauta. E acontecendo num momento delicado pelo qual o tribunal está passando. Três dos componentes do tribunal são pessoas recém nomeadas. O presidente está com mandato para terminar em novembro. Dois ministros deixam o tribunal até o novembro. É momento de fragilidade da instituição.
ZH — Quem pressiona o Supremo está se aproveitando dessa fragilidade?
Mendes — Claro. E imaginou que pudesse misturar questões. Por outro lado não julgar isso agora significa passar para o ano que vem e trazer uma pressão enorme sobre os colegas que serão indicados. A questão é toda institucional. Como eu venho defendendo expressamente o julgamento o mais rápido possível é capaz que alguma mente tenha pensado: "vamos amedrontá-lo". E é capaz que o próprio presidente esteja sob pressão dessas pessoas.
ZH — O senhor não pensou em relatar o teor da conversa antes?
Mendes — Fui contando a  quem me procurava para contar alguma história. Eu só percebi que o fato era mais grave, porque além do episódio (do teor da conversa no encontro), depois, colegas de vocês (jornalistas), pessoas importantes em Brasília, vieram me falar que as notícias associavam meu nome a isso e que o próprio Lula estava fazendo isso.
ZH — Jornalistas disseram ao senhor que o Lula estava associando seu nome ao esquema Cachoeira?
Mendes — Isso. Alimentando isso.
ZH — E o que o senhor fez?
Mendes — Quando me contaram isso eu contei a elas (jornalistas) a conversa que tinha tido com ele (Lula).
ZH — Como foi essa conversa?
Mendes — Foi uma conversa repassando assuntos variados. Ele manifestou preocupação com a história do mensalão e eu disse da dificuldade do Tribunal de não julgar o mensalão este ano, porque vão sair dois, vão ter vários problemas dessa índole. Mas ele (Lula) entrava várias vezes no assunto da CPI, falando do controle, como não me diz respeito, não estou preocupado com a CPI.
ZH — Como ele demonstrou preocupação com o mensalão, o que falou?
Mendes — Lula falou que não era adequado julgar este ano, que haveria politização. E eu disse a ele que não tinha como não julgar este ano.
ZH— Ele disse que o José Dirceu está desesperado?
Mendes — Acho que fez comentário desse tipo.
ZH — Lula lhe ofereceu proteção na CPI?
Mendes — Quando a gente estava para finalizar, ele voltou ao assunto da CPMI e disse "que qualquer coisa que acontecesse, qualquer coisa, você me avisa", "qualquer coisa fala com a gente". Eu percebi que havia um tipo de insinuação. Eu disse: "Vou lhe dizer uma coisa, se o senhor está pensando que tenho algo a temer, o senhor está enganado, eu não tenho nada, minha relação com o Demóstenes era meramente institucional, como era com você". Aí ele levou um susto e disse: "e a viagem de Berlim." Percebi que tinha outras intenções naquilo.
ZH — O ex-ministro Nelson Jobim presenciou toda a conversa?
Mendes — Tanto é que quando se falou da história de Berlim e eu disse que ele (Lula) estava desinformado porque era uma rotina eu ir a Berlim, pois tenho filha lá, que não tinha nada de irregular, e citei até que o embaixador nos tinha recebido e tudo, o Jobim tentou ajudar, disse assim: "Não, o que ele está querendo dizer é que o Protógenes está querendo envolvê-lo na CPI." Eu disse: "O Protógenes está precisando é de proteção, ele está aparecendo como quem estivesse extorquindo o Cachoeira." Então, o Jobim sabe de tudo.
ZH — Jobim disse em entrevista a Zero Hora que Lula foi embora antes e o senhor ficou no escritório dele tratando de outros assuntos.
Mendes — Não, saímos juntos.
ZH — O senhor vê alternativa para tentar agilizar o julgamento do mensalão?
Mendes — O tribunal tem que fazer todo o esforço. No núcleo dessa politização está essa questão, esse retardo. É esse o quadro que se desenha. E esse é um tipo de método de partido clandestino.
ZH — Na conversa, Lula ele disse que falaria com outros ministros?
Mendes — Citou outros contatos. O que me pareceu heterodoxo foi o tipo de ênfase que ele está dando na CPI e a pretensão de tentar me envolver nisso.
ZH — O senhor acredita que possa existir gravação em que o senador Demóstenes e o Cachoeira conversam sobre o senhor, alguma coisa que esteja alimentando essa rede que tenta pressioná-lo?
Mendes — Bom, eu não posso saber do que existe. Só posso dizer o que sei e o que faço.

Hartung anuncia que não será candidato a prefeitura de Vitória


Na Folha Vitoria

Reprodução TV VitóriaO ex-governador do Estado Paulo Hartung (PMDB) anunciou, na tarde desta segunda-feira (28), que não será candidato a prefeito de Vitória. Em carta, Hartung afirmou que foi uma decisão “madura e coerente com a minha trajetória política”.

A decisão era muito esperada pelo cenário político capixaba, que aguardava para definir as alianças. Com a saída de Hartung do páreo, seguem na disputa os candidatos Luciano Rezende (PPS), Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), Iriny Lopes (PT), Sérgio Magalhães (PSB).

Os petistas eram os mais interessados na decisão, já que caso Hartung entrasse na disputa haveria possibilidade de um possível recuo para apoiá-lo como cabeça da chapa. Com a renúncia, o PT, ao que tudo indica, segue na disputa com Iriny.

“Após muitas consultas e reflexões, decidi que não participarei do pleito como candidato. Esta decisão tem conexão inclusive com minha própria trajetória. Exerci quase 30 anos de mandatos conquistados em sete eleições. Uma longa e gratificante jornada, mas que, naturalmente, representou muitos sacrifícios para a minha família”.


Confira aqui a carta na íntegra:

Oposição vai pedir que PGR investigue Lula por tráfico de influência, corrupção ativa e coação no curso do processo judicial


Gabriela  Guerreiros, na Folha

A oposição informou que vai ingressar nesta segunda-feira (28) com pedido de investigação na Procuradoria Geral da República contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo reportagem da revista "Veja", o ex-presidente teria pedido ao ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), o adiamento do julgamento do mensalão.

DEM, PSDB, PPS e PSOL afirmam que Lula cometeu três crimes e precisa ser responsabilizado judicialmente por sua atuação contrária ao julgamento.

No pedido, a oposição diz que Lula praticou tráfico de influência, corrupção ativa e coação no curso do processo judicial --três crimes tipificados no Código Penal.

"Ficam evidentes as práticas desses três crimes. Na ditadura, o STF não foi derrotado. Agora, não será também", disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR).

Líderes da oposição vão se reunir nesta tarde no Senado para fechar os últimos detalhes da representação contra Lula, que será protocolada ainda hoje na procuradoria. Segundo Dias, o presidente precisa esclarecer os motivos do encontro com Mendes.

"O fato é surpreendente para alguns, mas nós já conhecemos o comportamento do ex-presidente. Ele nunca agiu de forma rigorosa para combater o mal feito. É um comportamento nada republicano que o ex-presidente ostentou, com a coragem do ministro Mendes de revelá-lo", afirmou Dias.

Segundo "Veja", Mendes relatou que Lula ofereceu blindagem ao ministro na CPI do Cachoeira em troca do adiamento do julgamento.

Celso de Mello: se Lula ‘ainda fosse presidente, comportamento seria passível de impeachment’

Do Josias de Souza, no UOL

Celso de Mello, decano do STF, reagiu com acidez à notícia de que Lula pressiona ministros do tribunal para adiar o julgamento do mensalão. “Tentar interferir dessa maneira em um julgamento do STF é inaceitável e indecoroso”, disse ele. “Rompe todos os limites da ética.”

“Se ainda fosse presidente da República, esse comportamento seria passível de impeachment por configurar infração político-administrativa, em que um chefe de Poder tenta interferir em outro”, acrescentou Celso de Mello

O ministro falou ao reporter Rodrigo Haidar, da revista eletrônica Consultor Jurídico. Referia-se ao encontro que Lula teve com o colega Gilmar Mendes, em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, em Brasília.

Nesse encontro, segundo relatou Gilmar à Veja, Lula fez lobby em favor do adiamento da decisão do Supremo sobre o mensalão para depois das eleições municipais de outubro. Em troca, insinuou que poderia oferecer proteção ao interlocutor na CPI do Cachoeira.

Para Celso de Mello, trata-se de “um episódio anômalo na história do STF.” Acha que “a conduta do ex-presidente da República, se confirmada, constituirá lamentável expressão de grave desconhecimento das instituições republicanas e de seu regular funcionamento no âmbito do Estado Democrático de Direito.”

Mais: “O episódio revela um comportamento eticamente censurável, politicamente atrevido e juridicamente ilegítimo”, declarou Celso de Mello. Por ora, Lula não se manifestou formalmente sobre a notícia tóxica. Mandou que sua assessoria negasse, mas disse que não irá se pronunciar. Gilmar confirmou a reportagem da revista. E Jobim negou que Lula tenha feito qualquer tipo de pressão.

Instado a comentar o fato, outro ministro do Supremo, Marco Aurélio Mello, ecoou o decano: “Não concebo uma tentativa de cooptação de um ministro. Mesmo que não se tenha tratado do mérito do processo, mas apenas do adiamento, para não se realizar o julgamento no semestre das eleições. Ainda assim, é algo inimaginável. Quem tem de decidir o melhor momento para julgar o processo, e decidirá, é o próprio Supremo”.

No sábado, Marco Aurélio já havia saltado da cadeira: “O Supremo não é sindicato”, ele dissera. Nesta nova manifestação, declarou que o tribunal não se move à base de pressões: “Julgaremos na época em que o processo estiver aparelhado para tanto. A circunstância de termos um semestre de eleições não interfere no julgamento. Para mim, sempre disse, esse é um processo como qualquer outro.”

De acordo com a notícia de Veja, corroborada por Gilmar, Lula revelou durante a conversa de abril a intenção de estender suas gestões protelatórias a outros ministros. Já teria conversado com José Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Pediria ao amigo e ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence para interceder junto à ministra Cármen Lucia.

Na opinião de Marco Aurélio, os desejos de Lula são pueris. “São suposições de um leigo achar que um integrante do Supremo Tribunal Federal esteja sujeito a esse tipo de sugestão.”

“A ministra Cármen Lucia atua com independência e equidistância. Sempre atuou”, afirmou Marco Aurélio. “E ela tem para isso a vitaliciedade da cadeira. A mesma coisa em relação ao ministro Ricardo Lewandowski. Quando ele liberar seu voto será porque, evidentemente, acabou o exame do processo. Nunca por pressão.”

Gilmar Mendes disse ter refutado a abordagem de Lula. Celso de Mello classificou a atitude do colega de “corretíssima”. Algo que “mostra a firmeza com que os ministros do STF irão examinar a denúncia na ação penal que a Procuradoria-Geral da República formulou contra os réus” do mensalão.

Dando de barato que Gilmar foi veraz em seu relato, Celso de Mello disse que Lula praticou “um gesto de desrespeito por todo o STF. Sem falar no caráter indecoroso é um comportamento que jamais poderia ser adotado por quem exerceu o mais alto cargo da República.”

Na sua opinião, foi “surpreendente essa tentativa espúria de interferir em assunto que não permite essa abordagem. Não se pode contemporizar com o desconhecimento do sistema constitucional do país nem com o desconhecimento dos limites éticos e jurídicos.”

A exemplo de Marco Aurélio, Celso de Mello também descrê da possibilidade de êxito de pressões do gênero. “Por isso mesmo, se mostra absolutamente inaceitável esse ensaio de intervenção sem qualquer legitimidade ética ou jurídica praticado pelo ex-presidente da República.”

“De qualquer maneira, não mudará nada”, prosseguiu Celso de Mello. “Esse comportamento, por mais censurável, não afetará a posição de neutralidade, absolutamente independente com que os ministros do STF agem. Nenhum ministro permitirá que se comprometa a sua integridade pessoal e funcional no desempenho de suas funções nessa ação penal.”

Assim, a despeito de considerar o episódio “negativo e espantoso em todos os aspectos”, Celso de Mello avalia que “servirá para dar relevo à correção com que o STF aplica os princípios constitucionais contra qualquer réu, sem importar-se com a sua origem social e que o tribunal exerce sua jurisdição com absoluta isenção e plena independência.

Lula age para da golpe na democracia brasileira


Do Blog Reinaldo Azevedo
Luiz Inácio Lula da Silva perdeu completamente a noção de limite, quesito em que nunca foi muito bom. VEJA publica hoje uma reportagem estarrecedora. O ex-presidente iniciou um trabalho direto de pressão contra os ministros do Supremo para livrar a cara dos mensaleiros. Ele nomeou seis dos atuais membros da corte — outros dois foram indicados por Dilma Rousseff. Sendo quem é, parece achar que os integrantes da corte suprema do país lhe devem obediência. Àqueles que estariam fora de sua alçada, tenta constranger com expedientes ainda menos republicanos. E foi o que fez com Gilmar Mendes. A reportagem de Rodrigo Rangel e Otavio Cabral na VEJA desta semana é espantosa!
Lula, acreditem, supondo que Mendes tivesse algo a temer na CPI do Cachoeira, fez algumas insinuações e ofereceu-lhe uma espécie de “proteção” desde que o ministro se comportasse direitinho. Expôs ainda a forma como está abordando os demais ministros. Leiam trecho. Volto em seguida.
(…)
Há um mês, o ministro Gilmar Mendes, do STF, foi convidado para uma conversa com Lula em Brasília. O encontro foi realizado no escritório de advocacia do ex-presidente do STF e ex-ministro da Justiça Nelson Jobim, amigo comum dos dois. Depois de algumas amenidades, Lula foi ao ponto que lhe interessava: “É inconveniente julgar esse processo agora”. O argumento do ex-presidente foi que seria mais correto esperar passar as eleições municipais de outubro deste ano e só depois julgar a ação que tanto preocupa o PT, partido que tem o objetivo declarado de conquistar 1.000 prefeituras nas urnas.
Para espíritos mais sensíveis, Lula já teria sido indecoroso simplesmente por sugerir a um ministro do STF o adiamento de julgamento do interesse de seu partido. Mas vá lá. Até aí, estaria tudo dentro do entendimento mais amplo do que seja uma ação republicana. Mas o ex-presidente cruzaria a fina linha que divide um encontro desse tipo entre uma conversa aceitável e um evidente constrangimento. Depois de afirmar que detém o controle político da CPI do Cachoeira, Lula magnanimamente, ofereceu proteção ao ministro Gilmar Mendes, dizendo que ele não teria motivo para preocupação com as investigações. O recado foi decodificado. Se Gilmar aceitasse ajudar os mensaleiros, ele seria blindado na CPI. (…) “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse Gilmar Mendes a VEJA. O ministro defende a realização do julgamento neste semestre para evi¬tar a prescrição dos crimes.
(…)
VolteiInterrompo para destacar uma informação importante. Na conversa, Lula insinuou que Mendes manteria relações não-repubicanas com o senador Demóstenes Torres. Quando ouviu do interlocutor um “vá em frente porque você não vai encontrar nada”, ficou surpreso. Segue a reportagem de VEJA. Retomo depois:
A certa altura da conversa com Mendes. Lula perguntou: “E a viagem a Berlim?”. Ele se referia a boatos de que o ministro e o senador Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor. Em resposta, o ministro confirmou o encontro com o senador em Berlim, mas disse que pagou de seu bolso todas as suas despesas, tendo como comprovar a origem dos recursos. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo. Minha filha mora lá”, disse Gilmar, que, sentindo-se constrangido, desabafou com ex-presidente: “Vá fundo na CPI”. O ministro Gilmar relatou o encontro a dois senadores, ao procurador-geral da República e ao advogado-geral da União.
RetomandoSabem o que é impressionante? A “bomba” que Lula supostamente teria contra Mendes começou a circular nos blogs sujos logo depois. O JEG — a jornalismo financiado pelas estatais — pôs para circular a informação falsa de que Mendes teria viajado às expensas de Cachoeira. Muitos jornalistas sabem que o ex-presidente está na origem de boatos que procuravam associar o ministro ao esquema Cachoeira. Ou por outra: Lula afirma ter o “controle político” da CPI e parece controlar, também, todas as calúnias e difamações que publicadas na esgotosfera. Sigamos.
Lula deixou claro que está investindo em outros ministros da corte. Revelou já ter conversado com Ricardo Lewandowski, revisor do processo do mensalão — só depende dele o início do julgamento — sobre a conveniência de deixar o processo para o ano que vem. Sobre José Antônio Dias Toffoli, foi peremptório e senhorial: “Eu disse ao Toffoli que ele tem de participar do julgamento”. Qual a dúvida? O agora ministro já foi advogado do PT e assessor de José Dirceu; sua namorada advoga para um dos acusados. A prudência e o bom senso indicam que se declare impedido. Lula pensa de modo diferente — e o faz como quem tem certeza do voto. Luiz Marinho, prefeito de São Bernardo e um dos porta-vozes informais do chefão do PT, já disse algo mais sério: “Ele não tem o direito de não participar”.
A ministra Carmen Lúcia, na imaginação de Lula, ficaria por conta de Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e atual presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República: “Vou falar com o Pertence para cuidar dela”. Com Joaquim Barbosa, o relator, Lula está bravo. Rotula o ministro de “complexado”. Ayres Britto, que vai presidir o julgamento se ele for realizado até novembro, estaria na conta do jurista Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo de ambos, que ficaria encarregado de marcar a conversa. Leia mais um trecho da reportagem
(…)
Ayres Britto contou que o relato de Gilmar ajudou-o a entender uma abordagem que Lula lhe fizera uma semana antes, durante um almoço no Palácio da Alvorada, onde estiveram a convite da presidente Dilma Rousseff. Diz o ministro Ayres Britto: “O ex-presidente Lula me perguntou se eu tinha notícias do Bandeirinha e completou dizendo que, “qualquer dia desses, a gente toma um vinho”. Confesso que, depois que conversei com o Gilmar, acendeu a luz amarela, mas eu mesmo tratei de apagá-la”. Ouvido por VEJA, Jobim confirmou o encontro de Lula e Gilmar em seu escritório em Brasília, mas, como bom político, disse que as partes da conversa que presenciou “foram em tom amigável”. VEJA tentou entrevistar Lula a respeito do episódio. Sem sucesso, enviou a seguinte mensagem aos assessores: “Estamos fechando uma matéria sobre o julgamento do mensalão para a edição desta semana. Gostaríamos de saber a versão do ex-presidente Lula sobre o encontro ocorrido em 26 de abril, no escritório do ex-ministro Nelson Jobim, com a presença do anfitrião e do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no qual Lula fez gestões com Mendes sobre o julgamento do mensalão”. Obteve a seguinte frase como resposta: “Quem fala sobre mensalão agora são apenas os ministros do Supremo Tribunal Fe¬deral”. Certo. Mas eles têm ouvido muito também sobre o mensalão”.
EncerroÉ isso aí. Não há um só jornalista de política que ignore essas gestões de Lula, sempre contadas em off. Ele mesmo não tem pejo de passar adiante supostas informações sobre comprometimentos deste ou daquele. Desde o início, estava claro que pretendia usar a CPI como instrumento de vingança contra desafetos — inclusive a imprensa — e como arma para inocentar os mensaleiros.
As informações estarrecedoras da reportagem da VEJA dão conta da degradação institucional a que Lula tenta submeter a República. Como já afirmei aqui, ele exerce, como ex-presidente, um papel muito mais nefasto do que exerceu como presidente. O cargo lhe impunha, por força dos limites legais, certos impedimentos. Livre para agir, certo de que é o senhor de ao menos seis vassalos do Supremo (que estes lhe dêem a resposta com a altivez necessária, pouco impota seu voto), tenta fazer valer a sua vontade junto àqueles que, segundo pensa, lhe devem obrigações. Aos que estariam fora do que supõe ser sua área de mando, tenta aplicar o que pode ser caracterizado como uma variante da chantagem.
Tudo isso para reescrever a história e livrar a cara de larápios. Mas também essa operação foi desmascarada. Por VEJA! Por que não seria assim?
Nem a ditadura militar conseguiu do Supremo Tribunal Federal o que Lula anseia: transformar o tribunal num quintal de recreação de um partido político.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Que país é esse !!!!


Excelente artigo “Bancada do Cachoeira, por Wilson Mira Junior” AN de 21/04. Ali está escrito com todas as letras o descalabro que se tornou essa república. As ramificações dos criminosos, estão com seus tentáculos, em todas as áreas.
Passeatas e marchas contra corrupção para eles, devem ser motivo de chacota.
O que nos falta, é vergonha na cara e um  povo indignado com tudo isso. Disposto a ir para “batalha” literalmente e destituir na marra, toda essa gente e tentar se criar algo novo.
Corrupção, terceirização e empreiteiras, são palavras que chegam a me dar asco.
Como dizia Renato Russo: “Que país é esse” !!!

Enviado por: Paulo Curvello
Balneário Camboriú
curvell@terra.com.br

Logo o xará, Paul ??


Logo o xará Paul MacCartney, que é ferrenho defensor dos animais vai se hospedar num resort em Governador Celso Ramos.

A cidade é mundialmente conhecida como o berço da famigerada “farra do boi”.

Soubesse ele disso, jamais teria se hospedado ali.

Paul é um dos ardorosos defensores dos animais, tanto que por sua influência, na Inglaterra e País de Gales, criminalizou-se a tradicional caça à raposa.

Enviado por: Paulo Curvello
Balneário Camboriú
curvell@terra.com.br