terça-feira, 23 de agosto de 2011

Denúncia contra Ideli afeta busca de recuperação do PT em Joinville

Do Osny Martins

Num momento em que o PT preparava a recuperação em Joinville, tentando se mostrar pró-ativo e realizador, com menos crise e mais produtividade, apoiado em gorda campanha publicitária na mídia – pra isso a Prefeitura de Joinville arranja dinheiro -, eis que surge a companheira de Carlito Merss, ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvati, mostrando seus métodos, sua ideologia e seu jogo questionável de ação no poder. A gravação feita pela polícia, em que a ex-senadora conversa com o acusado de pedofilia, que está preso desde maio, Goetten, ex-presidente do PR em Santa Catarina, é de uma aviltante e cruel realidade das ações politiqueiras de bastidores.

Se já havia críticas aqui na cidade, para o que se acostumou a entender como um esquecimento de Ideli para os problemas que Joinville tem e que a própria Prefeitura de Joinville enfrenta há tempos, agora então, as dúvidas se concretizaram. Carlito Merss, que sofre com uma Prefeitura esquálida em realizações, e que pregava em campanha ter as portas abertas em Brasília, mesmo atravessando toda a sua gestão com o Governo Federal de seu partido, só mostra desprendimento mesmo nas argumentações evasivas e sofridas, no empurrar a culpa de tudo para a gestão anterior. De resto, pouco se faz no âmbito das soluções aguardadas na cidade.

Tanto assim, que na campanha eleitoral municipal que se avizinha, veremos os mesmos problemas que povoaram as discussões no pleito passado, de volta à arena dos debates. Dos buracos nas ruas, da pavimentação falha, da iluminação capenga, do trânsito caótico ou da saúde em estado de coma até os avanços aguardados em infraestrutura, tudo parece na estaca zero, agravados pela demora de três ou quatro anos de agora. Ideli foi omissa num auxílio ao seu companheiro Carlito, à sua cidade, tão lembrada para buscar votos e ignorada no pós-eleição.

Passado o pleito que elegeu Raimundo Colombo (DEM) pra governador, o próprio prefeito Carlito Merss criticou o eleitorado joinvilense, que havia dado a vitória ao candidato democrata e ignorado Ideli. Disse Carlito que Ideli defendia Joinville enquanto Colombo mal conhecia a cidade. Agora, passado tão pouco tempo, vê-se que o eleitorado é quem estava certo ao não votar em Ideli. Se o governador não corresponde ao que Joinville esperava dele, pelo menos não houve uma frustração maior com a ex-senadora. Embora saibamos que a derrota dela se deveu muito mais à própria incompetência da administração municipal petista.

Ontem, Carlito e a Prefeitura se calaram sobre o escândalo que afeta Ideli Salvatti. Nada, absolutamente nada se ouviu de oficial. Nem poderia. A vergonha deve ter povoado os líderes petistas, a começar por Carlito, companheiro de Ideli nos palanques da vida. Claro que a ordem, internamente, deve ser aquela de sempre: fazer cara de paisagem, jogar mais dinheiro em campanhas publicitárias de massa e torcer para que o povo esqueça dessa vergonhosa ação escancarada nacionalmente e até o dia da eleição vá no embalo do oba-oba de última hora, perdendo a noção da análise plena da gestão e da postura de partidos e de pessoas.

Que pena mais esse escândalo! Que nojo das palavras ditas com tanta naturalidade ao telefone na gravação policial! Que coisa detestável termos que aguentar o jogo torpe de autênticas quadrilhas montadas com um descaramento habitual pra fazer lobby pra que a prática de afilhados políticos permaneçam como estão! Ora,  por mais que as ações no DNIT de Santa Catarina fossem – e ainda são – fruto de questionamentos e críticas, o que se vê é a busca de esquemas articulados de afagos e proteção. Uma vergonha! Aqui

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