Segundo Maggi, sua situação como empresário do ramo de navegação criaria uma situação "quase intransponível": ou o ministério seria colocado na berlinda, ou os seus negócios ficariam prejudicados. "Não vou colocar minha companhia em risco para ser ministro."
Marcelo Camargo - 7.jul.2011/Folhapress |
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Maggi (de gravata vermelha) pediu um tempo para avaliar se aceitaria ser ministro dos Transportes |
Em encontro com lideranças do PR na quinta-feira (7), o deputado Lincoln Portela (PR-MG), o senador Magno Malta (ES), e o ex-titular da pasta Alfredo Nascimento comentaram sobre a possibilidade de Blairo assumir o ministério. Blairo, que estava presente ao encontro, pediu um tempo para avaliar a situação de suas empresas para resolver se aceitaria ou não assumir o posto em nome do partido.
"Ele é um bom nome, mas tem muitas coisas pendentes, coisas de suas empresas para resolver. Ele tem cerca de 5.000 funcionários, tem que ver se vai dar conta", disse Lincoln Portela.
Na prática, a cúpula do partido quer esperar para ver o que realmente pesa contra o senador. Qualquer ação trabalhista, por exemplo, poderia ser um telhado de vidro para o ministro que assumir no lugar de Nascimento
Complementando com Reinaldo Azevedo
Há abordagens que só existem no Brasil, por mais que a gente procure algo similar no resto do mundo. Hoje a imprensa de outros países está aí, leitor, no seu teclado. Algo de bastante perverso está em curso no país, e não é certo que a gente saia da areia. Por que isso? O governo se movimenta para fazer o senador Blairo Maggi (PR-MT), conhecido por ser o maior sojicultor individual do mundo, o novo ministro dos Transportes. É… De algum modo, ele é ligado à área, não é mesmo? Ocorre que Maggi era o chefe político de Luiz Antonio Pagot, afastado do Dnit por suspeita de corrupção. Ainda que o senador ignorasse tudo, o fato é que a solução poderia ser resumida assim: “Sai o afilhado, entra o padrinho”.
E Maggi? Está animado? É aqui que entra o que chamo de nossa abordagem ímpar da política. Ele teme que a nomeação possa ser ruim para os seus negócios. Eu sou viciado em lógica. Às vezes, até sofro por isso (pobrezinho…); não raro, chegam a me classificar de “polêmico” só porque pergunto, como fiz há pouco com Marina, “mas o que isso quer dizer?”. Adiante. Se o cargo de ministro pode ser ruim para os negócios de Maggi, suponho que o de senador seja bom e que o de governador do Mato Grosso tenha sido excelente.
Chegamos a um estágio de rebaixamento da vida pública que já beira a caricatura. É claro que Maggi não está especialmente talhado para o cargo. Mas é preciso nomear alguém do PR. Como fazer então? Onde encontrar o patriota do partido que consiga somar expertise técnica e, digamos, ética para assumir o posto?
E o que diz Maggi em on?
“Vou me reunir com o partido ainda hoje. Acabei de falar com algumas lideranças. O partido vai criar uma comissão para tratar desse assunto com a presidente da República e, portanto , depois de reunido esse grupo, a gente vai tomar uma posição a respeito. Inclusive da permanência no governo ou na solicitação de ficar nesse cargo ou não”.
“Vou me reunir com o partido ainda hoje. Acabei de falar com algumas lideranças. O partido vai criar uma comissão para tratar desse assunto com a presidente da República e, portanto , depois de reunido esse grupo, a gente vai tomar uma posição a respeito. Inclusive da permanência no governo ou na solicitação de ficar nesse cargo ou não”.
Heeeinnn? Deixar o governo? Migrar para a oposição? O PR? Não adianta Blairo se candidatar a ministro da Piada porque a fila é gigantesca.
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