terça-feira, 17 de abril de 2012

Oposição faz ato de apoio a CPI no Congresso


Marcelo Pereira, no Portal G1

Deputados e senadores da oposição ao governo fizeram uma ato simbólico na tarde desta terça-feira (17) de apoio à CPI mista que vai investigar as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e empresários. Representantes de PSDB, PPS e DEM se reuniram na Câmara dos Deputados para assinar o requerimento de criação da comissão.

Segundo o líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), 12 senadores da oposição já assinaram o requerimento. Ele disse que Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), que costuma votar contra o governo, também assinou e deve assumir uma das vagas de suplente da CPI.

Mais cedo, o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), anunciou que 28 senadores aliados ao governo já haviam assinado o requerimento. Para criar a comissão, é preciso o apoio de 27 senadores. Confirmadas as assinaturas, já haveria apoio mais que suficiente do Senado para instalar a comissão. Na Câmara, são necessárias outras 171 assinaturas.

Na Câmara, a oposição conta que todos os seus deputados apoiem a comissão. De acordo com os líderes, não assinaram ainda apenas os parlamentares que não chegaram a Brasília.

O PSDB já tem mais de 30 assinaturas, mas o líder do partido, Bruno Araújo (PE), garantiu que os 52 parlamentares da bancada em atividade – um está de licença médica – assinarão o documento até as 18h desta terça. A expectativa é que o requerimento seja protocolado em seguida, e a comissão instalada esta semana.

No DEM, já são 23 das 27 assinaturas da bancada. O PPS, com onze deputados, apoiou integralmente o requerimento, e garantiu uma das vagas entre os titulares da comissão. Ela será ocupada pelo líder do partido na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR). A suplência ficará com Sarney Filho, do PV, com quem o PPS forma um bloco.

Pressão
"Este ato é mais um motivo para pressionar a base governista para que cumpra o seu compromisso, porque também é importante salientar que existe da parte do governo setores que não querem a instalação desta CPI", afirmou o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP).

Nesta terça, a ministra das Relações Institucionais negou "recuo" do Planalto quanto à instalação da CPI.

 Para Dias, o governo poderia demonstrar o interesse nas investigações dando à oposição a presidência ou a relatoria da CPI. "O governo daria um sinal de que não deseja abafar a CPI se nos permitisse compartilhar o comando da comissão. Sempre foi uma tradição histórica do Congresso Nacional a divisão de responsabilidade", afirmou o senador.

Segundo ele, a negativa do governo em aceitar que a oposição ocupe um dos postos de relevância dentro da comissão indica que a investigação pode acabar politizada e direcionada. Em entrevistas recentes, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), já havia negado este interesse, e afirmado que "não há assunto proibido na CPI".

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