Fernanda Zandonadi, no Gazeta Online
A história é ainda mais animadora do que parece. Além dos setores que terão um crescimento além do normal, os 402 grupos ouvidos – eles empregam mais de 2,2 milhões de pessoas – sinalizaram que não há perspectiva de redução de pessoal em nenhuma das profissões, mesmo as de outras áreas.
Quando olhamos as mais cotadas, vemos que são específicas de setores que estão crescendo, como o de petróleo, de plástico e os ligados à mobilidade. Há outras profissões em alta, que são as chamadas transversais. São atividades que vão atender a vários segmentos da indústrias, como Engenharia Ambiental.
"Toda indústria, para se instalar, precisa de uma licença ambiental. Por isso, essa profissão permeia várias atividades. Isso também vale para a área de Tecnologia da Informação. Essa é uma área que, além de já estar em crescimento, atende a todos os setores", explica a gerente de Pesquisa e Estatística da Firjan, Hilda Alves.
foto: Divulgação
Integradas a um cenário mais promissor, as profissões ligadas ao petróleo estarão em alta nos próximos anos, assim como as engenharias e as áreas tecnológicas
Integradas a um cenário mais promissor, as profissões ligadas ao petróleo estarão em alta nos próximos anos, assim como as engenharias e as áreas tecnológicas
Só os melhores
O número de vagas vai aumentar; a exigência na hora de contratar, também. Já não basta ter só a escolaridade que a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) prevê para uma profissão.
"Se eu for na CBO e observar qual nível é necessário para um supervisor de produção em indústrias de transformação de plástico, estará lá o nível básico, que é o ensino fundamental até o nono ano. Mas para esse cargo, há empresas que exigem até mesmo pós-graduação. A exigência do nível de escolaridade está lá em cima".
E essa regra não vale só para a base da pirâmide. "Isso vai até o diretor da empresa. Para cargos de gerenciamento, o mercado está comprando para esse cargo alguém com mestrado e doutorado", diz Hilda.
Mercado carente
Uma outra pesquisa, também da Firjan, datada de julho de 2011, teve como foco as carências do mercado. Ou seja, o que os empresários achavam que faltava nos empregados.
Além da formação acadêmica, eles sentiam necessidade de trabalhadores que buscassem soluções para novos problemas, com mais senso crítico. Isso mesmo para as operações consideradas mais básicas. Ou seja, o operador de máquina tem que pensar diferente, tem propor soluções.
"Isso se consegue, de forma pedagógica, com ensino da Matemática. Essa matéria dá uma competência de enfrentar o desconhecido, de pensar de forma diferente. Há literatura na área de Pedagogia, que diz que é a forma de aprender Matemática que consegue transformar a pessoa. A Matemática exige uma competência de pensar diferente. Mas, claro, todas as outras disciplinas são fundamentais".
Busca por qualificação a todo vapor
No Espírito Santo, a tendência de mercado não é diferente da realidade nacional. As áreas de petróleo, automação, tecnologia e mobilidade são as áreas mais demandadas pelas empresas locais. E o panorama é positivo no Estado. Além da oferta de emprego, os trabalhadores buscam qualificação para entrar no mercado.
"Estamos nos preparando para atender a essas demandas, não apenas no Senai, mas em todas as escolas profissionalizantes do Estado", avalia o gerente do Senai Vila Velha, Ewandro Petrocchi.
Hoje, por aqui, alunos do curso de automação já são muito demandados pelas empresas. Além dele, há muita chance no mercado para quem investe na educação em áreas como construção civil, logística, sistemas de redes, eletrotécnica, refrigeração, cursos ligados ao meio ambiente e segurança do trabalho.
Que as empresas exigem dos trabalhadores conhecimento avançado da área onde vão trabalhar, é fato. Mas a capacitação do profissional precisa ir além. O trabalho em equipe e a capacidade de solucionar problemas diários também contam pontos importantes na hora da contratação, diz Petrocchi.
Veja aqui a lista das profissões mais bem avaliadas no estudo da Firjan.
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