quinta-feira, 5 de julho de 2012

Especialistas veem PT em momento difícil para as eleições municipais 2012

Globo Online

Número de candidaturas próprias em queda nas capitais: 17 contra 19, de 2008. Uma candidatura, a de Fernando Haddad, que patina nas pesquisas em São Paulo. Afastamento de um importante aliado (o PSB) em três cidades estratégicas — Recife, Belo Horizonte e Fortaleza. Julgamento do mensalão, um escândalo com o potencial de afetar seu desempenho nas urnas. Tudo isso aliado a uma presidente (Dilma Rousseff) que, segundo analistas, não gosta de fazer política, um líder (Lula) — que gosta muito — impossibilitado de fazê-la por questões de saúde e à economia, cuja desaceleração promete acentuar-se ainda mais nos próximos meses. O PT, segundo avaliações de cientistas políticos consultados, vive um momento complicado. O que compromete as aspirações do partido tanto para as municipais de outubro quanto para as presidenciais de 2014.

O partido vive sua pior crise de identidade dos últimos dez anos, e isso ameaça a liderança caudilhista de Lula no processo político nacional — opinou Marco Antonio Villa, professor do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos.

Para Villa, “apatia política” de Dilma, o estado de saúde e “um certo desgaste da figura do Lula entre políticos locais”, a incapacidade do PT em formar novas lideranças e, especialmente, a economia justificam o quadro . O julgamento do mensalão, segundo ele, também pode afetar as eleições.

Se figuras-chave do projeto de poder do PT, como José Dirceu e João Paulo Cunha, forem condenadas, presas, a oposição poderá explorar isso muito bem na campanha municipal — afirmou Villa, para quem a ausência de nomes fortes locais recai sobre a figura de Haddad.

O cientista político David Fleischer, professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), acrescenta ainda ao quadro a incapacidade — “talvez por soberba”— do PT em fazer coligações com o PSB, uma força política em ascensão.

Resolver enfrentar o PSB em Recife, Belo Horizonte e Fortaleza é um tiro no pé. O PT perde força e pode pagar caro por isso. Se Campos era um nome para concorrer apoiado pelo PT em 2018, agora há quem aposte que ele saia candidato em 2014, contra a Dilma, quem sabe ao lado do Aécio (Neves, do PSDB) — disse Fleischer. Aqui

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