quinta-feira, 3 de março de 2011
Dilma negou três vezes que faria o que fez
Do Blog Augusto Nunes - Veja
Em 27 de janeiro, no fim da entrevista em que prometeu 6 mil casas populares aos flagelados da Região Serrana do Rio, a presidente Dilma Rousseff resolveu deixar claro que as verbas do PAC permaneceriam intocadas. O falatório começa quando o vídeo atinge 1 minuto e 40 segundos: ”Nós não vamos… nós não vamos… vou repetir, assim, três vezes: nós não vamos contingenciar o PAC. Nós não vamos contingenciar o PAC”.
A mensagem embutia uma repreensão e um afago. O pito público alvejou a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, que confirmara na véspera a decisão de pisar no freio do Plano de Aceleração do Crescimento. O destinatário do agrado foi o ex-presidente Lula, que antes de deixar o cargo avisou que não admitiria qualquer corte no carro-chefe da campanha eleitoral.
Em 8 de dezembro, irritado com o enxugamento anunciado dois dias antes pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, o padrinho revelou que já transmitira a ordem à afilhada: “Vocês estão vendo a minha fisionomia?”, desdenhou dos jornalistas que pareciam não saber quem mandava. ”Vocês acham que eu estou com ar de que vai ser cortado algum centavo do PAC?”.
Um mês depois de Dilma negar três vezes o que configuraria uma traição ao mestre, Miriam Belchior informou o tamanho da amputação no orçamento para 2011 do programa Minha Casa, Minha Vida: a mais vistosa vitrine do PAC sofreu um corte de R$ 5,1 bilhões. Sumido desde o começo da insurreição popular contra o amigo e irmão Muamar Kadafi, Lula não reapareceu para convidar algum jornalista a examinar-lhe a fisionomia. Dilma foi apresentar o PAC da Omelete no programa de Ana Maria Braga.
Depois da posse, ela revogou várias promessas da candidata. Agora começou a revogar o que prometeu a presidente. No Brasil Maravilha do cartório, o PAC vai muito bem.
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